Eu não deveria.

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As palavras dele me fizeram refletir a noite inteira, eu fico feliz de ser o raio de sol de alguém, e de ser o motivo da felicidade dessa pessoa. Ainda mais quando essa pessoa é o Simon.
Acabei dormindo ali mesmo, logo depois que ele dormiu também. Meus sonhos nessa se resumiram nele, e na festa na qual iríamos juntos.

—Ayla... Tá na hora de acordar.—Simon chamou, enquanto coçava os olhos e ajeitava o cabelo.

—Ah, a gente dormiu no sofá né? Poxa, eu acabei dormindo antes de te acordar para...—Olhei em volta e percebi que eu não estava na sala, e sim no quarto.—Ué?

—Eu acordei umas onze da noite e te coloquei na cama, a bela adormecida nem acordou enquanto eu te carregava.—Ele falou com a voz rouca, e um sorriso no rosto.

Verdade né, ele tá sempre sorrindo quando tá comigo, é algo que não da para negar, por que é a realidade.

—Ah, nossa. Sinto muito por ter feito você me carregar.—Me sentei na cama tentando ajeitar meu cabelo.

—Que nada, pelo menos você acordou fácil hoje.

—É, isso é um milagre divino.

Demos algumas risadas e então eu me levantei para tomar banho. Me arrumei para escola, coloquei uma calça jeans e uma blusa azul claro, com um tênis branco e o cabelo preso.
O dia foi normal, descobri que em quintas-feiras eu e o Simon não temos nenhuma aula juntos, então eu diria que o dia foi solitário. Como eu só tenho amizade com os garotos que são amigos do Simon, e com as meninas do primeiro ano, acaba que nas aula eu fico meio na solitária. Menos nas que eu tenho junto com o Yan, a gente troca umas ideias, e falamos sobre a meteria quando é necessários. Bom, de qualquer forma o dia foi chato em questão de aulas, mas no intervalo entre elas e nos intervalos para os alunos comerem foi legal.
Eu e o Simon conversávamos sempre que ele ia me buscar nas aulas, e no intervalo eu fiquei com as meninas papeando e falando sobre a festa que teria hoje.

—Como foi seu dia?—Simon perguntou preparando uma pipoca, enquanto eu estava sentada no balcão da cozinha com a cabeça apoiada na minha mão, bebendo um chá gelado.

—Sei lá, foi meio chatinho.—Falei desanimada.

—Por que?—Ele secou as mãos com um pano de prato e se apoiou na pia do balcão me olhando.—Aconteceu alguma coisa?

—Não aconteceu nada, só foi meio solitário durante as aulas. Só conversei com Yan hoje, e isso apenas em uma aula de artes.

—Ah, relaxa, logo fará amigos nas salas que você frequentar.—Ele deu um sorriso tentando me motivar.

—Ah, eu só espero que a noite hoje seja boa. Sinceramente, pela primeira vez na vida eu daria de tudo por uma latinha de cerveja geladinha...—Deitei minha cabeça sob o balcão, e escondi minha cabeça entre meus braços.

—Lembra do que aconteceu da última vez que você bebeu!—Ele fez carinho no meu cabelo.—Olha Ayla, sei que pode ser cansativo e tudo mais, porém precisa continuar firme. Mudar de escola é difícil, mas pensa o quanto você batalhou para entrar aqui.

—Batalhei tanto, para acabar com um chifre na cabeça e perdida em um colégio de gente inteligente.—Fiz um sinal com as mão representando meus chifres.—Minha cabeça vai acabar explodindo com tanta informação... Sem contar que tudo que aqueles professores falam parece estar em grego, Simon.

—Você é inteligente, só precisa pegar o ritmo das coisas. Você acabou de vir para cá, é normal não se adaptar do dia para noite, isso é questão de tempo. Ninguém pega uma porrada de conteúdo de um ano inteiro em três dias.

—Eu sei, mas é que é muita coisa para uma pessoa só raciocinar.

—Vai olha para mim.—Levantei a cabeça de leve com desânimo, e ele a ergue segurando meu queixo.—Você é uma pessoa que consegue fazer isso, vai conseguir alcançar a gente logo logo, mas não desanima não. Te ver tão para baixo é como tomar um tiro no peito, então como eu puder ajudar, eu vou ajudar. Mas antes, quero que prometa que não vai desanimar em relação a isso, ok?

Sem BarreirasHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin