É incrível como as coisas não mudaram entre nós. A música continua trazendo esta energia maravilhosa e nos contagiando, fazendo-nos gritar e dançar juntos.

Eu, Taehyung, Jimin e Jungkook, declaramos "Okey Dokey" a nossa música. Fizemos um contrato de aliança com a música. Declaramos nele que, toda vez que algum de nós estiver triste e alguém do grupo colocar esta música, temos que mandar a tristeza embora e começar a dançar e cantar.

A gente realmente fez um contrato, imprimimos e assinamos. Guardamos ele até hoje.

***

Decidimos passar na cafeteria onde Jungkook trabalha. No caso, a cafeteira é do pai dele, inclusive, era onde trabalhávamos quando adolescentes. Quando o senhor Jeon falecer, o estabelecimento vai ser do Jungkook.

Assim que adentramos no local, o sininho ecoou um som fino e alto por todo o local, indicando que a porta havia sido aberta. Nos aproximamos do balcão para fazer os pedidos, ouvindo a voz daquele barraqueiro de longe.

— Eu já disse que você tem que colocar o chantilly depois, seu burro — o moreno disse para o estagiário, que por pura coincidência, era o seu irmão mais novo.

Eu e Taehyung rimos vendo a cena, nos apoiando no balcão e observando aquilo como se fosse um reality.

— Você não me disse nada disso, Kookie — Seojin disse, encarando Jungkook com desdém.

— Claro que eu disse, você que não tava prestando atenção. Eu falei: bota o chantilly depois do expresso, caramba.

— É. Com certeza. Quer ver nas câmeras? Olha lá. Eu me lembro muito bem que você estava em uma videochamada com meu cunhadinho lindo.

Enquanto eles brigavam, Taehyung teve a brilhante ideia de assutar o Jungkook. Portanto, eu me agachei atrás do balcão, impedindo que ele me visse.

— Videochamada é meu pau — ele veio até o caixa para atender a gente, ainda sem olhar para o Taehyung . — O que deseja? — ele perguntou, dócil, olhando para baixo do balcão e tirando uma caneta de lá.

— O mesmo de sempre, Jk — Taehyung disse.

— Você de novo, porra? Tem casa não, caralho? Cê já veio aqui hoje de manhã me perturbar. Vai arranjar um emprego, seu vagabundo.

— É sempre bom conversar com você também, Jk. Inclusive, você é muito educado com os seus clientes — ele sorriu, e eu tenho quase cem por cento de certeza que o Jungkook revirou os olhos e deu um sorriso falso.

— Mais alguma coisa, senhor? — ele perguntou, com a voz dócil e mais fina.

— Um expresso duplo extra quente com um desenho de uma câmera no chantilly — disse, enquanto pulava de trás do balcão, ficando de pé e vendo Jungkook dar um pulo para trás e gritar fino.

— Filho da puta, seu desgraçado do caralho, vagabundo, sem vergonha, comi tua mãe, porra, vai se foder — ele disse, se recuperando do susto e voltando a sua postura normal.

— Que sequência foi essa, Jungkook? — perguntei, surpreso.

— Longa história. Aprendi com uns colegas — ele rodeou o balcão, ficando em minha frente. — A próxima vez que me assutar, eu enfio sua cara no lugar da xícara na máquina de café, e te queimo com aquela merda quente, porra.

— Sempre bem carinhoso. Também senti sua falta, Kookie — afinei a voz e o abracei, não recebendo o mesmo ato do garoto.

— Para de ser cabeça dura, Jungkook. Até ontem você tava chorando com saudade do Lohan, porra — Taehyung disse. — Para de idiotice e abraça logo ele, caralho — o moreno pegou os braços do Jungkook e os rodeou por volta do meu corpo, fazendo ele me abraçar de volta.

Não demorou muito para que Taehyung também nos abraçasse, fazendo um barulho estranho com sua garganta e sorrindo.

— Amo vocês, my boys — Tae disse e nós rimos, logo depois, Jungkook nos empurrou da mesma forma agressiva de sempre, limpando sua roupa depois. — Que agressividade.

— Legal. Agora vou ter que desinfectar essa roupa.

— Por quê? — perguntei.

— O Taehyung encostou nela — ele respondeu, voltando para trás do balcão, deixando-me rindo enquanto Taehyung encarava o moreno, boquiaberto.

— O que eu fiz pra você?

— Nasceu — ele respondeu, indo até a máquina de café.

Eu ri mais, puxando o Tae para nos sentarmos em uma mesa perto da janela e esperar nossos pedidos.

Depois de um tempo, Kookie apareceu com os nossos pedidos, sentando na mesma mesa que a gente.

— E então, mudou muita coisa desde que eu fui embora? Como a Jennie está? Vocês pararam de brigar por comida, Tae?

O clima ficou meio pesado após a minha pergunta, e eu senti que tem alguma coisa acontecendo com a Jennie, mas eu não tenho ideia do que possa ser.

— Por que não deixamos a minha irmã de lado e conversamos sobre o Jk e o Jiminnie?

— O que vocês têm? — perguntei, bebendo um pouco do meu expresso e queimando minha língua logo em seguida, encarando o Jungkook, que debochava da minha cara.

— O que foi, Lolo? Não foi isso que você pediu? Um expresso duplo extra quente — ele sorriu, cínico.

— Você é mal, cara — murmurei, abanando minha língua.

— E você é estranho. Pensei que o hormônio novo faria você ficar menos esquizofrênico.

— Ah, verdade. E o hormônio? Você começou a tomar ele quando, Lo? — Taehyung perguntou, animado.

— Eu comecei a tomar ele aqui, seu idiota — dei um tapa em sua cabeça, vendo Jungkook rir.

— Eu esqueci... — ele massageou o local atingindo. — Lohan, tem uma nova criança na área, sabia? — Taehyung disse e logo colocou a sua mão na boca, indicando que não era para ter falado aquilo.

Olhei para Jungkook, que estava com os olhos arregalados, encarando o moreno ao meu lado, com um olhar frio e raivoso.

— Que criança?

— Ah... é o...

— Meu filho — Jungkook disse, interrompendo Taehyung.

— Você tem um filho? — perguntei, surpreso com a notícia.

— Sim.

— Adivinha qual é o nome dele, Lo — Taehyung sorriu, encarando-me ansioso para saber qual seria o meu chute.

— Jiho?

— Minho!! — ele exclamou, alegre. — E sabe por que é esse nome?

— Deixa eu pensar... Tem alguma coisa haver com o Song Minho?

— Exato — ele comemorou como uma criança feliz e eu acabei rindo dessa infantilidade.

— Vê se cresce, Taehyung. Eu vou voltar a trabalhar. Tchau pra vocês.

— Ok. E como é a volta do nosso melhor amigo aqui — ele me abraçou —, tudo vai sair por conta da casa, né!?

Jungkook riu sarcásticamente e disse:

— Óbvio... que não, seu idiota — ele murchou seu sorriso, falando com a voz mais séria. — Foda-se que o Lohan voltou, eu quero meu dinheiro, Kim Taehyung.

Eu ri, observando o sorriso do Tae murchar.

— Tá bom, tá bom. É por minha conta, Lolo — ele se levantou, indo até o balcão junto com o Jungkook.

Juntos Outra Vez • Jenlisa TransWhere stories live. Discover now