Os Titãs Puros

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Zeke, então, começou a disparar rochas em nós, acertando os nossos dirigíveis, com seu famoso e temível arremesso. Todos os aero-deslizadores se espatifando, um a um.

- Macaco desgraçado. – amaldiçoei Zeke com todas as minhas forças.

- Merda, Zeke! Ajuste a mira, Pieck, para explodir a nuca dele! – mandou Magath.

- Entendido! – Pieck se prontificou.

Pieck se virou na direção de Zeke, ajustando a mira, como Magath pediu. Não era fácil atingí-lo. O Bestial era tão rápido quanto o Carroça e havia o nosso peso atrasando os movimentos de Pieck. Enquanto isso, Zeke não só se desviava de nossos tiros, como também arremessava suas rochas para cima de nós.

- Nós vamos cair assim. – eu disse, me referindo à nossa derrota. Eu nem sabia mais o que estava dizendo e com quem estava. Não me importava se era Magath ao meu lado no campo de batalha, já havia cansado de reprimir minha opinião. Estava completamente exausta.

- Não posso dizer que é inteligente enfrentar o Bestial numa disputa de tiros. – disse Pieck, ofegante, se desviando de mais um ataque. Eu já estava ficando tonta com todo aquele movimento em suas costas.

- Não, eu punirei o traidor! – protestou Magath, determinado. Não tivemos tempo para pensar, pois os membros da Tropa de Exploração já estavam praticamente em cima de nós, voando com seus equipamentos tridimensionais em nossa direção.

- Pikku, vamos! Eles estão vindo! – gritei para Pieck. O grupo, liderado por um garoto ruivo cheio de ódio no olhar, se dividia em dois para nos encurralar. O Carroça se moveu, às pressas, correndo para longe deles. Se Pieck fosse rápida, eles não conseguiriam nos alcançar.

- Temos que ser estratégicos. Algum plano, Gardner? – Magath perguntou, praticamente gritando em meu ouvido. Olhei para seus olhos azuis, em busca de algum tom de brincadeira. Ele parecia que estava me cobrando. Não era mentira, ele realmente queria saber o que eu pensava da situação.

- Senhor... – eu murmurei, nem sabendo o que dizer. Estava completamente surpresa por estar pedindo meus conselhos naquele momento. Eu, que nunca fui completamente ouvida nas reuniões, que sempre acabava sobrando, que tinha um papel pequeno diante dos grandes titãs, diante de meus amigos e camaradas. Para mim, eu era vista apenas como uma soldada. Porém, nos olhos de Magath, naquele instante, eu vi que era muito mais do que isso. Eu tinha a sua confiança, assim como os outros.

- Então? – ele me perguntou, me apressando. Olhei rapidamente para o meu redor, vendo pouca coisa. Os dirigíveis continuavam a levar pedras. Um havia caído.

- Podemos usar a carcaça de Pieck... – eu disse, baixinho. Ouvimos um som alto, de ossos blindados de titã se chocando. – Reiner... – eu sussurrei, completamente em transe e morrendo de preocupação.

- Agora não é hora para se preocupar com o seu namorado, Gardner! – Magath me advertiu. Ele sabia de nós dois, afinal, como eu suspeitava. – O que quis dizer com usar a carcaça de Pieck?

- Quis dizer que podemos usar o vapor para nos mascarar. Com esse movimento todo, a fumaça irá bloquear a visão do inimigo, assim teremos tempo para contra-atacar com o que restou de nosso exército. – eu disse, sem gaguejar uma única vez, reação destoante do tremor incessável de meu corpo. – Quando virem a carcaça de Pieck, pensarão que nos derrotaram. Nós iremos atacar depois disso.

Magath me analisou, como se tentasse encontrar algo sensato no que eu dizia. Parecia loucura, visto que estávamos sendo perseguidos por aqueles soldados a uma grande velocidade. Somente no tempo certo poderíamos nos dar bem com aquela ideia.

- Faremos isso, então. – qual não foi a minha surpresa ao ouvi-lo concordar com o meu plano.

- Pieck, já sabe o que fazer! – ele gritou.

Minefields: Shingeki No KyojinOnde as histórias ganham vida. Descobre agora