Chocolate com pimenta [Cancelada]

☆ ―― 29 ―― ☆

Paperjam pov:

    Eu acordei em um puta susto... Me sinto toda suado, minha respiração acelerada e ofegante.. Então.. Isso tudo foi um sonho?.. Coloco a mão no meu peito, sentindo o meu coração acelerado.. Me sinto estranho.. Tipo.. Muito estranho.. Aquilo foi muito real.. A dor.. O.. O.. O Gradient!!.. Ok, só foi um sonho... Olho para as minhas mãos.. PUTA QUE PARIU!!! Agora eu tenho carne?! Agora eu sou um humano?!.. Calma, Paperjam.. Respira.. Respira..

  Me giro na cama, caindo da mesma junto com o cobertor em cima de mim. Engatinho até o espelho que era colado em meu armário. Lentamente tiro o cobertor que estava em cima de mim, dando a visão do meu corpo humano.. Cacete.. Como eu sou gostoso humano-.. Me levanto todo atordoado, ainda me encarando no espelho .. Eu tava usando uma grande camisa rosa com estampa de unicórnio, usando um short rosa para combinar com a camisa.. Eu tenho uma pele negra um pouquinho acinzentado, também eu tinha vitiligo, onde marcava as minhas duas bochechas com tons brancos. Eu tenho um cabelo cacheado enquanto no lado esquerdo do meu cabelo era apenas raspado.. Encaro a minha mão, observando elas e olhando as minhas unhas.. Nunca vi uma unha tão bem cuidada.. Deve ser porque eu nunca me relacionei com um humano... Mas como eu sei tanto sobre humanos-?.. Ah, é.. Pesquisei no Monstergle.com ...

  Ok.. Caminho até a porta, sentindo o chão gelado entre os meus pés carnudos. Abro lentamente a porta do meu quarto, saindo do mesmo. Caminho pelo os corredores pequenos.. Tinha vários quadros, mas eu não prestei muita atenção.. Eu apenas começo a descer as escadas lentamente, dando de cara com um homem que era igualzinho eu.. As únicas diferenças era que o seu cabelo era branco, tinha olhos puxados e um nariz italiano.. Até que era bem musculoso e também tinha algumas tatuagens. Ele vestia um macacão marrom e uma blusa branca comum, ele estava descalço e um pouco sujo de tinta. Carregava dois quadros em seu braço.... O porra.. Calma.. Esse é o meu pai??! Ink?!?!... É ele só que humano...

   Fico encarando ele com uma leve admiração e muita saudades.. Eu não sei o que eu poderia fazer.. Só.. Só fiquei encarando ele.

―― Uh.. Paperjam? O que tu tá me encarando? Tem algo de errado comigo? ―― Ink me pergunta erguendo uma sombrancelha, ele esfrega o próprio rosto tentando encontrar algo de errado.

―― Nada não.. Pai.. Eu só.. ―― Eu realmente não me aguentei e comecei a lacrimejar, apenas me jogo em cima dele, puxando para um abraço apertado.

―― Pai?.. ―― Ink me encara muito confuso, como se essa versão do Paperjam nunca tivesse chamado ele de pai em toda a vida dele. ―― Está tudo bem? Está doente? ―― Ink me responde muito confuso e atordoado. Ele não sabe se me abraça ou faz carinho na minha cabeça..

―― Tá tudo bem, pai.. ―― Eu paro de abraçar o Ink, enxugando as minhas lágrimas com a minha mão. ―― Só tava com saudades.. Só isso

―― Saudades? ―― Ouço uma risada vindo dele ―― Certo, certo.. Pff- ―― Ink dá uns tapinhas na minha cabeça, subindo as escadas rindo, indo pra sei lá aonde e me deixando eu lá.

   Sinto que eu deveria correr atrás dele e abraçar ele.. Mas esse não é o meu Ink.. Não é o meu pai.. É só uma versão alternativa do meu pai... E eu estou em um corpo errado... Solto um suspiro chateado enquanto caminho até o lugar onde seria a cozinha... E.. Puta que pariu, que casa grande!.. Chegando na cozinha, vejo o meu irmão Gradient!.. Quero dizer.. Uma versão alternativa do meu irmão..

―― Gradient! ―― Eu grito enquanto corro até ele, ele ao mesmo tempo soltou um grito fino, me encarando com uma cara de bunda. Abraço ele fortemente, enquanto isso ele dava socos na minhas costas para eu soltar ele.. Mas ele eh todo fraquinho raquítico, então tá de boa.

  Encaro ele. Gradient tinha a pele negra e usava uma trança nagô, mas logo ele tampa o seu cabelo com o negócio do casaco que eu esqueci o nome. Ele também usava um óculos verdes.. Ele ficou todo masculino meio aviadado nessa versão humano.. Não gostei.. Mas Gradient sempre teve jeito veado mesmo.. Dou uns tapas nas costas dele só na zoeira, mas ele não parece ter gostado muito.

―― E aí, Gradient??! ―― Dou um sorriso enorme para ele.. Ele só me encarou com cara de cu enorme.

―― Juro.. Você é um resto de aborto mesmo ―― Gradient pega a caixa de cereal e corre para o quarto dele.

  Certo, agora estou completamente sozinho.. Então eu vou para o lugar que eu acho que é a sala. Me sento no sofá.. Bem, essa nova vida não é tão ruim.. Até que é bom.. Eu estou feliz.. Feliz... AHH! MEU DEUS!! EU QUERO O MEU PAI!!

Calma cocotas, já estão confusas??