Capítulo 53

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''A-Yu deveria ser minha. A-Yu conhece o acordo de nossas famílias. Pensei que, depois de um tempo perceberia que eu sou a melhor escolha, mas A-Yu continua nesse casamento, e eu não posso continuar aceitando essa sua decisão imatura''

Eu, só uma pequena criança, ouvia tudo atentamente, escondido atrás de uma planta que ficava na divisão da escada de nossa casa, que era um grande conjunto de pavilhões com divisões, cada família tendo o seu separado, ornamento também com seu próprio jardim e lago de água fria com propriedades curativas.

''Precisa se esquecer disso, irmão. Éramos só crianças, e o que foi decidido no meu presente não vai ser mudado por um passado que eu não pude escolher quem amar''

''Mas nós nos amávamos'' – bravejou enfurecido, já perdendo o seu controle

''Não, eu nunca amei A-Yin, não dessa forma, e eu te disse isso, várias vezes. Eu amo o meu marido e sou feliz com ele, e é ele a quem eu escolhi ter ao meu lado, não A-Yin'' – a voz de minha mãe se tornou mais firme e imponente – ''Acho melhor A-Yin ir. Meu marido está para chegar, e ele não vai gostar de nos ver sozinhos, não depois do que disse a ele na última vez que se encontraram'' – ela se virou de costas, o ignorando por completo

Aquele homem, que eu até então eu não me lembrava o nome, a virou abruptamente, exercendo força em suas mãos que a seguravam, jogando-a sem aviso na parede, o que a fez gemer de dor na cintura que bateu com força, ao passo que ele permaneceu segurando-a pelos braços.

''JI YINBEI – ela gritou perplexa e visivelmente zangada – O que pensa que está fazendo? Me solte agora''

''Se não for minha, não será dele também'' – cuspiu palavra por palavra, cutículas de sua saliva espirando no rosto cheio de pintinhas e delicado de minha mãe, que tentava controlar sua própria fúria, já que não faria bem para os bebês em seu ventre

Ele se aproximou, tentando forçar um beijo que foi rapidamente negado com repúdio palpável. Quando ela o rejeitou, aquele homem retirou uma de suas mãos apenas para lhe desferir um tapa, sem conter o seu poder espiritual alterado pelo seu humor, arremessando-a no chão. Seus lábios e nariz sangrando pelo impacto.

Ela não vacilou ou se mostrou com medo, apenas limpou o sangue com as costas da mão e cuspiu o que continuava a cair dentro de sua boca, amargando o seu paladar e lhe causando náusea.

Quando a vi caída no chão, minha primeira reação foi correr até ela, parando em sua frente com meu corpo fraco e facilmente derrubável, erguendo os braços para os lados, impedindo que ele se aproximasse outra vez, como fazia menção.

''Não toque em minha mama'' – disse rispidamente de modo frio, meu timbre soando mais frio a cada palavra dita, sentindo pela primeira vez a vontade de matar tomar conta da minha aura, que tomava forma ao meu redor

Minha mãe me puxou para si me protegendo com o seu corpo quando percebeu que Ji YinBei fazia menção de me atacar com o seu poder, usando seu próprio corpo como escudo para impedir que eu me machucasse, recebendo o golpe em meu lugar, o que acarretou mais uma nova onda de sangue sendo despejado.

''MAMA'' – gritei desesperado, sentindo que ela começava a querer perder as suas forças, enquanto me segurava com uma mão e protegia a sua barriga com a outra

''Não se preocupe meu pequeno tigrinho, a mama está bem'' – ela sorriu para mim, um sorriso que mostrou os seus dentes tingidos de vermelho, desviando o seu olhar para ver aquele que a muito tempo ela chamou de irmão ''Já fomos amigos, noivos e irmãos jurados, hoje nos tornamos dois estranhos, porque eu posso esquecer as feridas que me causou, mas nunca me esquecerei das feridas que tentou causar em minha família''

O Cultivador TransmigradoWhere stories live. Discover now