Teçá se considerava a mais azarada de todas, e quando acaba ganhando um passeio pelo CT do time rival isso apenas se confirma.
Jogadores esnobes vão se tornar seu pior pesadelo, mas talvez a sorte comece a aparecer pra ela.
*Enemies to Lovers*
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Eram por volta de 2 da tarde quando o moreno tatuado passou pela porta carregando a pequena bolinha dourada nos braços. E não precisou de mais que 1 segundo para que Jade estivesse plantada em sua frente como uma sombra.
- Trabalhamos com horários marcados, mas pra você eu dou um jeito de abrir uma exceção - consigo ouvir a loira falar a medida que se aproximam - Tete, você pode chamar a Mari? O Di precisa que ela dê uma olhada nessa gracinha - Jade tenta um carinho no pequeno Scar, mas ele não parece muito interessado e se esconde nos braços tatuados do pai
Aceno com a cabeça e entro no corredor de consultórios a procura da cacheada.
- Marisa, com licença - bato na porta antes de enfiar a cabeça por entre o vão, vendo a morena me olhar confusa, mas ainda assim sorrir simpática - Tem um cliente lá fora
- Não sabia que tinha alguma consulta agendada - falou levantando e vindo pra me acompanhar
- Não tinha - tratei de acalma-la - Foi um cliente de ultima hora, mas se estiver ocupada posso pedir pra ele vir outra hora
- Oh, não, não. Tá tudo bem - a morena sorriu pegando a prancheta - Vamos lá
A morena já tinha um sorriso no rosto, que se alargou ainda mais ao saber de quem se tratava.
- Oi Di, que bom ver você aqui - cumprimentou o rapaz engatando uma conversa em seguida
Conversa essa que eu não fiz questão de acompanhar, afinal tinha trabalho a fazer.
Aproveitei o pouco movimento para pegar algumas coisas no estoque afim de repor e organizar as prateleiras.
- Fugindo de mim, indiazinha - a voz do jogador me fez desequilibrar, meu pé escapou do degrau e se não fosse o rápido reflexo do moreno ao me segurar, teria ido com tudo de traseiro no chão
- Onde na sua cabeça oca você achou uma boa ideia assustar uma pessoa em uma escada? - questionei sem jeito, me atrapalhando ao tentar me desvencilhar dos seus braços que rodeavam minha cintura
- Não era minha intenção te assustar - disse rindo, mas era um sem noção mesmo - Mas digamos que foi bem melhor do que planejava
- Ai garoto, se manca - dei um tapa na sua cabeça e voltei a posicionar os últimos itens na prateleira
Senti seu olhar queimar e passear pelo meu corpo, e era tão explicito que não tinha como ignorar. Já ia fazer alguma reclamação quando a Jade brotou do lado do jogador com uma lista de prescrição de exames.
- A Mari já ta cuidando de tudinho, tenho certeza de que ele vai ficar bem - a loira disse fazendo um leve carinho por dentro da manga da camiseta do tatuado
- Aconteceu alguma coisa com o Scar? - perguntamos juntos
- Ah não, não. Está tudo bem, são só exames normais. Pode ficar tranquilo docinho - a ultima parte foi claramente direcionada ao Diego, que apenas respirou aliviado assim como eu - Vai demorar mais alguns minutos até que ele esteja liberado. Você não quer esperar ali perto do caixa comigo? - apontou pro outro lado da loja - A gente aproveita pra conversar um pouco
- Pensando bem acho que vou dar uma olhada em umas coisinhas pro Scar - disse tentando fugir das garras da loira, atitude essa que não entendi muito bem, mas não era nem um pouco da minha conta - Você me ajuda, Teçá?
- Tô ocupada aqui, cê não ta vendo? - falei com deboche
- A loirona pode terminar isso ai, enquanto você me ajuda, né? - ele nem me deixou responder, muito menos a Jade e já saiu me puxando feito uma marionete
- Ei, cuidado com meu braço, se me lesionar vai sair mais caro que os quinhentos conto daquele dia - reclamei assim que paramos no corredor de...
Gatos?
Eu nem sabia que ele tinha gato.
- Você tem gato?
- O que? - confusão foi sua primeira reação antes de perceber onde estávamos - Não, eu só queria sair de lá. Mina chata do cacete.
- Ué, brigaram? - perguntei tomando a frente e levando ele até o corredor certo - Pelo que Jade vinha falando vocês já estavam quase namorando
- O QUE? - seu berro chamou atenção dos demais funcionários e eu logo tive que inventar uma desculpa - Que história é essa?
- Tá, eu posso ter exagerado um pouco usando a palavra namoro, mas pelas coisas que ela fala parecia que vocês estavam bem.
- Nem existe esse lance de estarmos bem, devo ter ficado umas 2... no máximo 3 vezes com essa maluca - ele explicou indignado - E somente nos rolês do pessoal - continuou - Eu nem lembro o nome dela
- Isso eu percebi - falei finalmente virando no corredor de filhotes - "Loirona", sério? Você nem se esforça
- Na próxima vou chamar de malucona esquizofrênica, combina mais com ela
- Um amor como sempre - ironizei - Agora bora logo, que se você não comprar pelo menos uns mil conto em coisa pra cachorro, vou ficar bolada. Preciso dessa comissão, já que me tirou do que eu tava fazendo
- Mil reais? Você só pode ter batido a cabeça quando criança - ele revirou os olhos e encarou as prateleiras - Preciso de outro ossinho daquele e outra pelúcia
- Bingo! Sabia que ele ia amar o ursinho, mas isso a gente só vai poder pegar quando ele sair da clinica. Ele tem que escolher dessa vez
- Você vai acostumar muito mal esse cachorro - ele reclamou - Já é um absurdo ter que comprar uma pelúcia, e ele ainda vai que escolher. Esse mundo tá mesmo perdido
- Vai se acostumando, é dai pra pior - dei uns tapinhas no seu ombro e comecei a mostrar as opções de ossos e outros brinquedos que estimulavam os dentes.
Minutos mais tarde Marisa apareceu com o filhote no braço afim de entregar pro dono, e pareceu bem surpresa ao ver que ao seu lado estava eu e não a Jade.
- Tá tudo bem por aqui? - perguntou desconfiada
- Tudo ótimo - o moreno se antecipou em responder - E com ele? Acharam algum problema?
- Nenhum, seu bebê está super saudável e sapeca como nunca
- Que bom! Espero que ele tenha dó do bolso do pai dele, e escolha uma pelúcia barata dessa vez - o tatuado fez drama e eu sorri - Vamos lá indiazinha, depois de hoje não apareço mais por aqui tão cedo
Já ia seguir o jogador, mas antes fui puxada pelo braço por uma certa cacheada.
- Estou ficando maluca, ou os meus olhos estão mesmo vendo você e o Diego interagirem como duas pessoas normais?
- Estou apenas atendendo um cliente - dei de ombros
- Isso nunca te impediu de querer matar ele anteriormente
- O que te garante que essa não é minha vontade agora? - não deixei que ela falasse mais uma palavra, e segui meu caminho.