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No dia seguinte Marisa já chegou na loja reclamando do fato de eu tê-la abandonado - até me comoveria se não tivesse visto as fotos que a mesma postou nos stories bem enturmada com as mulheres dos outros jogadores

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No dia seguinte Marisa já chegou na loja reclamando do fato de eu tê-la abandonado - até me comoveria se não tivesse visto as fotos que a mesma postou nos stories bem enturmada com as mulheres dos outros jogadores.

Não estava com muita paciência para aquele papo, então decidi me manter ocupada durante toda a manhã, não esperando pelo pagamento da promessa e já indo até o fundo do almoxarifado almoçar sozinha a marmita que eu mesma havia trago de casa.

Apesar de tentar mentir até pra mim mesma, era inegável que aquela discussão de ontem havia me afetado, e muito.

Lá em casa a gente nunca teve muita condição, mas apesar disso meus pais sempre se esforçaram muito para que nunca faltassem nada pra mim ou pros meus irmãos.
E desde sempre vi esse esforço com bons olhos, via ambos como um exemplo a ser seguido, tendo como sonho principal um dia conseguir dar do bom e o do melhor tanto pra eles quanto pros meus irmãos.

Aquilo me doía de uma forma diferente.

Escutar de alguém que tinha me visto apenas 2 vezes na vida, que só por eu ser de uma realidade diferente meu intuito seria me aproveitar da situação me magoava muito.

Então, lá estava eu chorando novamente.

- Tete? Aconteceu algo? - Apesar de está de costas, a voz do Joel era inconfundível

Não queria que ele me visse naquela situação, por isso me limitei a balançar a cabeça afirmativamente, enquanto jogava minha marmita praticamente intocada de volta dentro da bolsa.

- Você ficou quietinha a manhã toda, quase não falou com ninguém. Parece que tá fugindo da gente

- Só minha cabeça que está doendo um pouco, mas já tomei remédio - por uma benção divina consegui disfarçar a voz chorosa - Vou descansar um pouco antes de voltar, tá ok?

Joel não discutiu e me deixou sozinha no almoxarifado, mas não por muito tempo porque logo voltou esquecendo totalmente a informação que eu havia dito sobre eu estar com dor de cabeça.

Eu realmente estava?
Não!

Mas mó falta de respeito ele chegar gritando no meu pé do ouvido.

- Qual foi, Joelison? Não te disse que tava com dor caralho, me deixa - reclamei, mas ele nem ligou

- Chegou mó buquezão pra você lá fora fia - continuou eufórico e eu dei um pulo estranhando a informação - Bora, levanta daí que tu precisa assinar um papel lá pra receber e a gente saber quem te mandou

- Se manca cara - voltei a reclamar, mas fiz o que ele pediu

Ele foi modesto em chamar aquilo de buquezão, porque aquilo era enorme e não tinha a menor chance de eu conseguir levar aquela monstruosidade no vagão lotado do trem em horário de pico.

- Abre logo esse cartão, Teça. Que demora - o moreno me apressou quase tomando aquele montão de flores da minha mão pra abrir ele mesmo

Mais meia dúzia de olhos também acompanhavam meus movimentos enquanto eu abria o pequeno envelope.

Sorte • Diego CostaWhere stories live. Discover now