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- Você veio

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- Você veio... - foi a primeira coisa que escutei além da musica extremamente alta que dominava o local

Era o moço de bigodinho que estava detrás da porta.

Ele conseguia o feito de sorrir com os olhos, além do sorriso cheio de dentes que tinha na boca.

- Marisa consegue ser bem convincente quando quer - afirmei arrancando mais um sorriso do jogador

Enquanto a própria Marisa estava atrás de mim batendo o salto no chão impaciente.

- Bom chicas, entrem! Apesar da casa não ser minha, vocês podem ficar a vontade

Naquele momento foi como se tivéssemos acabado de atravessar o guarda-roupa rumo a Narnia.
Uma energia extremamente caótica dominava o local, e apesar de aparentemente ter famílias completas por ali - o clima de churrasco de domingo na laje era o que predominava.

- Nunca pensei que esses eventos de futebol fossem tão parecidos com os que meu tio Cláudio participa lá no interior de Ribeira - fofoquei pra pessoa que andava atrás de mim e que eu pensava ser Marisa, mas não precisei de muito pra perceber que estava completamente enganada

- Pra quem mal conhecia o elenco do time, você tá bem participativa - o moreno tatuado ironizou, já tinha ficado bem mais que claro que nosso santo não havia batido. E por mais que sempre tentasse ao máximo ser agradável com as pessoas, com ele eu não conseguia

- Pode ter certeza que não é por vontade própria

- Vou fingir que acredito nessa sua aproximação forçada com o Neves - falou irônico - Mas saiba que seu jeitinho sonso pode até enganar a maioria aqui, porém a mim não

Mas do que aquele cara tava falando?

Se eu tava entendendo certo, ele tinha acabado mesmo de insinuar que eu era interesseira.
Aquilo me ferveu os nervos, e pra não acabar cometendo um crime, simplesmente me afastei caminhando para o mais longe possível daquele homem.

Meus olhos estavam ardendo, maldita seja minha sensibilidade, que me fazia chorar por qualquer coisinha.

Com sorte achei uma portinha que dava para uma área isolada, onde não havia ninguém.

Um espaço com grama e jacuzzi era o que reservava ali atrás daquela porta - fiquei boquiaberta, surpresa com aquelas ostentações em casa de rico.
Lá em casa tinha no máximo uma caixa d'água e uma mangueira no quintal.

Sentei na beirada daquela banheira, não ousando entrar, afinal apesar de pobre sabia muito bem respeitar os meus limites.
A única coisa que queria ali era um lugar pra chorar minhas pitangas, e quem sabe ficar pelo resto da noite.

Peguei meu celular afim de me distrair e ali fiquei um tempo rolando o feed do instagram.

Marisa até me mandou algumas mensagens de inicio, mas suponho que tenha se enturmado o suficiente pra esquecer da minha existência.

Sorte • Diego CostaWhere stories live. Discover now