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Não fazia a menor ideia do porque tinha decidido ligar pra ela, inclusive considerando o horário afinal ela já deveria está dormindo, mas ao contrário do que imaginei ela atendeu no terceiro toque

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Não fazia a menor ideia do porque tinha decidido ligar pra ela, inclusive considerando o horário afinal ela já deveria está dormindo, mas ao contrário do que imaginei ela atendeu no terceiro toque.
E pelo barulho ao fundo ela estava tudo menos dormindo.

Um estalo de consciência me veio, no momento em que sua voz começou a falar imediatamente algo que suponho que a mesma desejava usar de justificativa para o pai.

O álcool correndo em minhas veias deve com certeza ter colaborado para além das minhas ações impulsivas, para as minhas respostas naquela conversa.

- Ah, você! - falou com tanto entusiasmo quanto o de todos os brasileiros em campo durante aquele 7x1 - O que deseja?

- Você prefere a resposta sincera ou a adequada para a situação? 

- Prefiro que você fale logo o que quer, porque não tenho muito tempo pra perde com você - acho que tinha mesmo tirado toda aquela energia doce da indiazinha - Anda logo garoto que tenho mais o que fazer

- E se eu disser que quero você?

é amigos, o álcool antes dele matar, ele te humilha - por isso, não bebam 

- Recomendaria chá de semacol, 3 vezes ao dia... Só isso?

- E se eu quiser o seu chá? - segui malicioso ignorando completamente a falta de interesse dela

- Dai recomendaria internação em clinica psiquiátrica. Agora se me permite, vou desligar - anunciou, mas não o fez se mantendo em silencio por um tempo antes de continuar - Olha, apesar de você não merecer... vou te dar uma dica: toma um Engov pra ver se ameniza a ressaca que teu corpo vai sentir amanhã - fez mais uma pausa - Infelizmente não tenho nenhum remédio pra ressaca moral. Boa sorte! 

E assim finalizou a ligação.

De uma coisa ela tinha razão, a ressaca moral no outro dia foi das grandes.
Por um momento desejei ser daquele tipo de pessoa que esquece o que fez - mas como castigo, Deus não me fez assim.

Minha cabeça doía e o peso na consciência era enorme.
Além de não conseguir segurar nem água no estômago.

- Nossa capita, você tá horrível

- Valeu aí, Igor... Era tudo o que precisava ouvir pra melhorar o meu dia - ironizei vendo o lateral se segurar pra não rir da minha cara.

Parecia até um replay adaptado da conversa do dia anterior, que acabou me levando para aquela bendita festa.

- Sempre bom te ver com esse bom humor - devolveu a ironia, não desistindo de andar ao meu lado - Bom, mas mudando de assunto... Você lembra do nome da menina índia?

- Estan falando da Teça? - Galoppo invadiu a conversa e se enfiou no meio de nós dois

- Isso, essa mesmo - o lateral concordou - Preciso urgentemente me desculpar com ela, fui uma pedra no sapato da garota a noite toda... E ainda fiz ela tomar um belo banho de bebida. Tadinha

- Ella trabalha junto com a Mari, posso te levar lá qualquer dia - continuaram a conversa enquanto eu fingia não me importar

- Opa! Vou querer sim. Apesar de provavelmente ter perdido todas as chances que já não tinha, achei ela bem interessante

- IH Cara, pois já vou avisando que vai ter que concorrer o Neves - o loiro respondeu - Aquele dali não esconde o interesse desde a primeira vez que viu - a frustração do Igor foi evidente com aquela informação - Mas não desanima, ela nunca demonstrou corresponder, vai que você faz mais o tipo dela

- É... Vamos ver se consigo descobrir o tipo dela, pra tentar impressionar

- Relaxa que você já preenche um dos requisitos - fiz minha primeira participação naquela conversa - Já vi ela de conversinha com o Neves e o Yuri do Corinthians, aquela dali com certeza só está querendo um jogador pra chamar de seu

- Não me importo de preencher esse requisito só pra passar uma noite com ela - Igor deu de ombros - Qual é? Vocês não são cegos, e tem que concordar comigo que ela é gostosa pra caralho

- Cuidado só com o golpe da barriga

- Nossa, cara! Parem com isso... Teça parece ser uma garota legal - Galoppo falou meio acoado

- Você diz isso porque está chegando agora cara, não sabe o que essas garotas são capazes de fazer - tentei aconselhar, mas ele negou

- Não sei não... Não acho que ela seja desse tipo

Sem mais nenhuma palavra o loirinho apressou o passo indo até o Neves que caminhava um pouco a nossa frente.

Não podia lhe culpar por sua ingenuidade.
Também já fui assim.

Vinicius e eu nos olhamos dando os ombros e claramente pensando a mesma coisa.

Durante o treino tive que lidar com uns 4 quase desmaios.
Mas no final deu tudo certo, e agora estava indo de encontro com a minha tão esperada cama.

Porém como um estalo de consciência lembrei que tinha que comprar ração pro Scar e dirigi em direção ao PetShop onde a Teça trabalhava.

Tinha outras opções? Até tinha, mas já tinha me acostumado com aquele lugar.

Ao passar pela porta já vislumbrei a morena de cabelos longos atrás do balcão, mas a mesma não fez questão de mover um musculo sequer.
E quem acabou vindo me atender foi uma outra atendente loira - bem bonita por sinal.

- Oi, bem vindo! O que deseja? - sua voz saiu meio arrastada e com uma pitade de exagero

- Bom... Eu preciso de uma ração pra Golden filhote

- Ah, sim. Claro! Temos ótimas opções, por aqui - a moça fez questão de além de tocar meu braço, deixando ali um leve carinho

A segui, não deixando de medi-la e vislumbrando que ela era realmente muito bonita.

- Você tem alguma de sua preferencia?

- Ele se adaptou muito bem com a que levei da ultima vez, porém não consigo lembrar o nome - assumi e ela sorriu simpática - Mas comprei com aquela moça ali, será que ela não teria algum registro ou algo assim

Por fim apontei em direção a morena, que fazia muito bem seu papel de ignorar minha existencia

- Ah, ótimo então - a loira exclamou chamando a outra atendente, que mesmo a contra gosto caminhou em nossa direção

- Pois não?

- Você por acaso consegue localizar no sistema a ultima ração que esse cliente comprou? - acompanhei os olhos da morena revirarem com o pedido da colega - Ele só lembra que é pra filhote de Golden

- Foi aquela da embalagem dourada - apontou pra uma direção especfica na prateleira, onde estava exatamente a que eu havia levado da ultima vez. A loira caminhou até lá com um movimento exagerado de quadril, mas pro seu azar a morena ao meu lado monopolizava toda minha atenção - Era só isso, Jade? Então, com sua licença

Antes que ela saisse, minha mão segurou seu braço por impulso.

Seus olhos sambavam entre o local onde eu segurava e meu rosto.
Com uma expressão de pouquissimos amigos.

- Deseja mais alguma coisa senhor? - a loira perguntou me fazendo soltar o braço de Teça

- Não, só isso mesmo

Assumi e a mesma me levou até o caixa.

Não vi sequer a sombra da Teça antes de me retirar da loja.
E pensando bem foi até bom.

Chega de atitudes impensadas.
Estava começando a temer minhas ações quando envolvia a india.

Sorte • Diego CostaWhere stories live. Discover now