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PABLO CARDOSO:
-- Quer saber Murilo? Cansei de você. -- Olho para o homem amarrado em minha frente. -- Marcos quer que eu me livre de tu de qualquer jeito. -- Me levanto e começo a soltá-lo. -- Borá. -- Saio andando.
Vou até a entrada do porão e vejo um dos seguranças.
-- Marcos está aí? Chegou? -- Pergunto.
-- Não. -- Diz de má vontade.
-- Vocês tem o mesmo censo de humor que o chefe de vocês. --
-- O que o senhor quer? --
-- Nada. -- Diu as costas, mas volto a olhar para ele. -- Pode ir vê como minha sobrinha está? --
Ele me olha sério e sai da porta, indo para o andar de cima.
Volto para a "salinha" que o Murilo está e o encontro ainda sentado.
-- Cara, vamos logo. -- Me aproximo dele e o pego, puxando o mesmo para cima.-- Ah é, o Marcos quebrou sua perna. --
O ajudo a sair daquele lugar e saio pelos fundos que tem na cozinha.
-- Vou ajudá-lo a sair daqui. -- Ele me olha de canto. -- Não me olha assim. Me lembro que você e eu sempre saía para beber juntos . Você que me apresentou a minha coelhinha. -- Sorrio ao lembrar da minha mulher. -- O machuquei por causa do marcos. E por raiva ao que fez a minha pirralha. --
Paro na frente do lado que tem um muro logo atrás.
-- Eu odeio que traía a minha amizade e confiança.. Mas acho que você já recebeu toda a tortura possível. Agora vou libertar você. -- Me afasto dele o vendo se equilibrar. -- É só atravessar o lago e pular o muro. Atrás dele é um ponto cego para os homens do marcos.-- Dou de ombros. -- É melhor ir logo. -- Me fasto mais.
Mesmo um pouco desconfiado, ele sai mancando e atravessa as barras de ferro erguidas, e começa a andar até o lago.
Assim que o vejo entrar no lago e ir até a metade, começo a dá risada.
-- Lembra da tatuagem que eu fiz com você? Nós estávamos bêbados. Você me perguntou o que estava escrito e nunca falei o que era. -- Ele para assim que ouvimos um barulho no lago. -- " ʻOhana, mau ka mua.".. Família, sempre em primeiro lugar. -- Sorrio.
Vejo Jac se aproximando e assim que ele nota o animal, tenta correr, mas cai por conta da perna quebrada.
-- Hmm.. -- Tenta gritar, mas a boca tá toda queimada e cortada.
-- O jacaré foi passear lá na lagoa.. Foi por aqui, foi por ali.. Foi por aqui, foi por ali.. Aí, ele parou, olhou, viu um peixinho.. Abriu a boca e... Nhác! -- Vejo o jacaré da umas roladas para os lados e o braço do Murilo é arrancado. -- Desculpa em cantar enquanto você é comido. Meu filho ama essa merda. Ficou na cabeça. -- Suspiro.
