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Acordo sentindo um toque no meu cabelo, abro os olhos e viro o rosto e vejo meu pai.
Acabo me encolhendo um pouco com o toque dele e o mesmo percebe, e tira a mão.
-- A quanto tempo não dorme? -- Pergunto vendo as olheiras embaixo dos olhos dele.
-- Tanta coisa para perguntar e você pergunta isso? -- Sorri de lado.
-- Quanto vou poder ir embora para casa? --
-- Tem alguns exames para fazer em você, querida. Depois poderá ir com o Marcos para ca.. --
-- Não. Eu quero ir para casa, para a nossa. -- Olho para ele.
-- Querida, você sabe que Marcos não vai.. --
-- Não quero ficar lá com ele.. Não consigo. -- Meus olhos lacrimejam. -- Sei que ele não tem culpa de nada, mas.. Não vou conseguir, pai. -- Me abraça.
Seguro a vontade de querer me afastar, sabendo que aquele toque é do meu pai, e que não irá fazer nada comigo.
-- Vou tá aqui com você. Você é forte, sempre consegue o que quer, ou xinga e bate para conseguir. -- Dou risada.
Levanto a cabeça e olho para ele, que aperta meu nariz.
-- Te amo, pai. --
-- Eu também me amo, gatinha. -- Damos risada juntos.
-- Cadê a mãe? Otávio e a Helena? --
-- A Helena foi embora para a Argentina. Seu irmão está de repouso em casa, tomou um tiro, mas está bem.-- Suspira. -- Sua mãe.. Morreu. --
O encaro assustada e me sento, fazendo uma careta por sentir a barriga.
-- Como? --
-- Ela não iria continuar viva depois do que fez. --
--... Foi você? --
-- Não. O Lucas. -- Da de ombro.
-- Aquele sanguinário. -- Reviro os olhos.
-- Um idiota. Mas, não está com raiva? --
--.. Não. Não consigo sentir nada. --
-- Viver com o Marcos, mudou algumas coisas em você. --
-- Isso é ruim? --
-- Não. Eu gosto de vê-la assim. -- Beija minha cabeça.
Ouço o barulho da porta, olho na direção e vejo o nat. Como sinto falta desse garoto.
Ele não estava de cadeira de rodas, somente se apoiava um pouco no marcos.
-- Vou deixá-los a sós. -- Se afasta e sai do quarto.
