- capítulo trinta.

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Meu último ano escolar estava quase no fim, eu me rendi a Oscar e praticamente estou morando aqui, eu meio que me acostumei, porém quando eu surto e preciso de um tempo posso voltar a minha casa e acalmar a mente. Ruby voltou da viagem e tá me evitando, Jamal já é praticamente do time e só pensa nisso para agradar o pai. E a Monse bom, suas mensagens são apenas: "estou bem", "não se preocupe comigo", "vou dormir". A gente nunca esteve tão distante, e agora eu só consigo me apoiar na vida louca do Oscar para ter alguém ao meu lado. A Mica tem me ajudado bastante também, ela se tornou uma boa confidente.

- E esse Bombón? - coloca sobre mim mais um vestido.

- Mica, por favor, para - me afasto dela e sento na ponta da cama.

- O Spooky me pediu pra te ajudar com isso, se anima um pouco...

Suspiro fundo e encaro algumas peças que estavam sobre o colchão.

- Pode ser, esse aqui - aponto sem muita animação.

- Que bom! - ela sorri abertamente por ter conseguido finalmente me convencer à escolher algum.

- Tá, que seja.

- Eu sei como tem sido difícil pra você, eu também perdi minha família... - começa a guardar as roupas na sacola de papel - Tenta não desistir de tudo.

A Mica é um anjinho. Anjinho tattoado.

- Meu amor... - me arrasto até ela e a puxo para uma abraço super aconchegante - Me desculpa, eu sei que você só tá querendo me ajudar, eu sou uma idiota.

- Você é mi bombón, não é una idiota.

Meus olhos se enchem d'água, eu sou muito sensível mesmo.

[...]

Coço os olhos e bocejo, eu dormi por umas seis horas seguidas. A Micaela foi embora com o namoradinho dela e levou os vestidos para a avó do Ruby, ela queria me levar junto, mas o Martínez simplesmente decidiu me ignorar. Aquele otário.

- Chica? - sua voz rouca me tira dos meus pensamentos.

- Oi...

- Se tá bem? você apagou aí por muito tempo.

- Eu estou sim, não dormi ontem a noite.

- Vem.

- Você fez comida?

Ele ascente com a cabeça.

Ergo o meus braços para ele e escuto ele dizer não, fecho o meu semblante e ele bufa.

- Você é muito chata - me pega no colo e eu enrolo minhas pernas no seu corpo.

- Você sempre, sempre me diz não - gargalho enquanto ele me coloca na bancada.

- Você lembra que eu ando armado?!

- Nossa, que medo.

Sorriu em um suspiro.

- Cadê o Cesar?

- Foi em uma festa.

Reviro os olhos, festa...

- Obrigada - agradeço assim que ele me entrega o prato.

- A Micaela disse que você deu trabalho hoje.

- Eu pedi desculpa pra ela, mas a culpa é toda sua - levo o garfo até minha boca.

- Minha? Para, quem vai se formar é você.

- Tá, tá! Você não entende.

- Tchau Esmeralda, insuportável!

- Insuportável?! Aonde você vai? - caminho atrás dele.

En control - Óscar Diaz. Where stories live. Discover now