- capítulo dezenove.

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- Ele sumiu, simplesmente sumiu - solta a fumaça no ar.

- Sumiu? - sento no braço do sofá - Ninguém some assim do nada, isso não é possível.

- Eu procurei por todos os lugares, e os meus informantes disseram que ele caiu fora.

- Seus informantes? Sério? - cruzo os braços e torço o nariz.

- É Esmeralda, eles me garantiram que ele foi embora - apaga o cigarro no cinzeiro prateado.

- Então eu fiquei aqui, nessa casa, atoa?

- Parece que sim - da de ombros - Tudo o que eu fiz esses dias, foi atoa.

- Eu não disse isso Oscar.

- Relaxa chica, toma - tira o meu celular do bolso.

- Obrigada - desbloqueio a tela, mais de mil notificações, que saudade do meu bebê.

- O Ruby não tem outros amigos além de vocês?

- Bom, eu acho que não.

- O mano simplesmente fez um diário no seu Instagram, o dia cinco foi o pior de todos - levanta sorrindo.

- Espera, você vai sair?

Ele para ao lado da porta e inclina a cabeça para o lado como se fosse óbvio.

- É que eu estou entediada, e como o meu "isolamento" acabou, queria dar uma volta.

- Então vem.

Calço meus tênis com pressa e sigo ele até o carro, faz tempo que não entro dentro dele, sinto falta do cheirinho de coro novo misturado com odor de nicotina. Sento no banco do passageiro e vejo ele dar partida.

- Você que quis sair, não esquece - olha para os lados.

Murmuro um "uhum", eu estava completamente hipnotizada por ele dirigindo, vejo ele ligar o rádio e meu Dios, penso em inúmeras formas de pular em seu colo.

- Chica, você está me escutando? - franze a testa.

- Sim... Ué - engulo seco - O que você estava dizendo mesmo?

- Que eu vou pegar encomendas, você pode ser presa por ser cúmplice - brinca.

- Tá, eu não ligo.

Ele sorri ladino e acelera o carro, suspiro fundo, eu amo isso. Ele vira as esquinas deixando marcas de pneus no asfalto.

- Chegamos - freia bruscamente.

Paramos em um beco, havia mulheres e homens conversando na frente de um bar.

- Quer descer? - tira do bolso seu masso de cigarros e leva um até os lábios.

- Eu acho melhor não, se sabe, cadeia e tudo mais.

- Beleza - sorriu levantando a cabeça e apertando seus olhos vermelhos. Ele desce do carro e abre o porta malas, comprimenta um homem que chega com diversas caixas de papelão as guardando no interior do carro.

Tento pensar no que havia ali, drogas, armas, recheios para bolos? Não Esmeralda, Isso não. Sorrio sozinha ao Imaginar que as encomendas eram boas. Vejo ele fechar o porta malas e ir comprimetar o resto do pessoal. Parecia que eles estavam diante do rei da Inglaterra, todos o cumprimentavam e tentavam ao máximo lhe agradar. Vejo algumas mulheres se aproximarem com bandejas de cerveja e oferecem para ele, elas sorriem com "gentileza". Quem essas putas pensam que são? Que droga, eu realmente não consigo controlar meus sentimentos. Abro a porta e sem pensar muito desço do carro. Aperto com as duas mãos o jeans da minha calça larga.

- Vai demorar muito? - me aproximo.

- Não muito - me encara dos pés a cabeça.

- Hola nena, quien eres? - um garoto que presumo estar ao lado do dono do bar sorri com malícia caminhando até mim.

- Es mia, que quieres? - passa o braço pelo meu pescoço me colocando em sua frente. Sinto um calafrio subir por minha espinha, aproveito o momento e deito minha cabeça em seu peito.

- Ella es tuya? - morde o lábio inferior.

- Sí! - com a mão livre tira o seu revolver da cintura e mira no menino - Não gostei do jeito que você olhou para ela.

- Espera, por Dios, eu te mato! - o dono do bar puxa o menino pelo braço e deposita um tapa em seu rosto - Ella es la nina del jefe! - grita cuspindo saliva no rosto do menino que entra no bar correndo.

- Isso não vai acabar com a nossa parceria, certo Spooky? - aperta o pano de prato que estava em seu ombro.

- Eu vou te dar una última chance.

- Eu sei, eu sei! Nos perdoa por favor!

- Bando de idiotas - diz entre dentes. Coloca suas mãos em minha cintura e me conduz até o carro, espera eu me sentar e bate a porta.

- Otário de merda - entra no mesmo e saímos do lugar com pressa.

- Relaxa Oscar, tá tudo bem.

- Você não entende - apoia o cotovelo na janela.

- Me explica.

- Se eu simplesmente dissese que você não é minha, ele te sequestraria.

- Eita - mordisco o canto da boca - Que bom que você disse, que eu sou sua.

- Disse a verdade.

- E desde quando eu sou sua?

- Se você não é, fala pra mim - tira a atenção das ruas para me encarar.

- Hum... Você lembra que, eu tenho cheirinho de puta e isso estragaria o seu banco - desconverso com o primeiro assunto que penso.

- Você tá mudando de assunto - ri sem mostrar os dentes.

- Ei! - grito e aponto para a rua - Barraquinha de churros.

- Não Esmeralda, agora não.

- Ah, por favor - faço birra.

- Eu já disse que...

[...]

- Muitíssimo obrigada pelo churros - dou uma outra mordida.

- Tá - murmura enquanto come também.

- Você disse não - sorrio com a boca cheia.

- Você praticamente me obrigou.

- Eai Spooky! - outra pessoa passa pela rua e comprimenta ele. Estávamos sentados no meio fio e simplesmente ele conhece o mundo inteiro.

- E seu dia cheio? - enfatizo enquanto como o último pedaço do meu doce.

- Eu perdi, por sua culpa - abre o masso de cigarros - Droga, acabou.

- Oscar, literalmente tem um aí - aponto para a caixinha.

- Eu não posso fumar esse agora - coloca o cigarro em cima da orelha.

- Por que não? - franzo a testa.

- Porque esse, é o do santo.

- Ata - ascento com a cabeça fingindo entender - Você vai comer ou não?

- Você quer? - ri nasalado.

- Claro que sim.

- Toma - gargalha - Como cabe tanta comida aí chica?

- Eu sei ...

En control - Óscar Diaz. Where stories live. Discover now