- capítulo doze.

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Se existir algo no mundo que seja mais legal que o meu amigo Jamal, eu desconheço. Ele se remexia e me fazia rir como se no mundo não existisse dor e nem tristeza.

- Esme, saca só - abre os braços no meio da sala lotada pronto para começar com mais um de seus "belos" movimentos, porém uma garota acaba sendo acertada por ele.

- Ai moça, desculpa, ele é um pouco desajeitado.

- - ela força um sorriso cínico e caminha para longe de nós.

- Eu em, mulher estranha.

- Você meteu a mão nela Jamal.

- Tá, mas você pediu desculpas, ela não devia ter saído assim.

- Esquece, vamos continuar com... - sigo a garota com os meus olhos e vejo ela parar, na frente dele.

- Ei espera aí, não é o Spooky?

- É, parece que sim - engulo seco, a mulher senta em seu colo e conversa com algumas pessoas que estavam sentadas no sofá junto com ele. Oscar Diaz rola os olhos pela festa e me encontra, sinto meu peito queimar e me viro bruscamente para Jamal.

- Ele tá te olhando.

- Eu não ligo, eu só quero me divertir - grito por conta do som que estava alto.

- Isso aí gata! - abre os braços novamente, e novamente acerta outra pessoa que passava com um copo.

- Eita mano, me desculpa - o cara gritava enquanto tentava passar a mão pela camisa de Jamal que estava totalmente suja por conta do líquido colorido.

- Ei moço relaxa, ele que é estabanado.

- Será que não se pode nem dançar em paz!

- Desculpa, eu sinto muito.

- Moço, relaxa! Olha James, vai no banheiro limpar isso, eu te espero aqui.

- Que saco! - saiu bufando.

O garoto me encara e começamos a rir da situação.

- Espera um pouco, eu te conheço de algum lugar? - franze o cenho.

- Você está na física avançada?

- Sim claro, você é a Esmeralda - diz como se fosse óbvio.

- E você é o, Mateeeeus? - digo arrastado para fingir lembrar do seu nome.

- Marcos - sorriu.

- Marcos, eu quase acertei viu só - rimos mais uma vez.

- Eai tá afim de dançar?

- Oi? - me aproximo - O som tá muito alto!

- Eu perguntei se você quer dançar?! - inclina a cabeça para frente.

- Ah, eu quero, na verdade você que sabe - olho para trás de relance.

Yo Voy - Zion y Lennox

- Eu amo essa música.

- Eu também!

Começo a me balançar no ritmo da música junto com o garoto, rebolo e sinto ele colocar as mãos em minha cintura.

- Eu posso? Quer dizer, eu já coloquei então... Desculpa, eu sou um pouco desajeitado.

- Tudo bem, eu não ligo - envolvo meus braços em seu pescoço.

- Eu quase não te reconheci com esse vestido.

- Eu sei, normalmente não curto muito - continuavamos nos balançando só que nos aproximamos um pouco mais.

- Olha, talvez você tenha chances comigo, mas só talvez, não se anima muito não - brinca me fazendo gargalhar.

- Olha Marcos, eu vou ser sincera, não to muito nesse clima.

- Ah sim.

- Tá ligado o Spooky?

- Todo mundo tá ligado no Spooky - abaixa a cabeça para rir.

- Então, ele não é meu ex, só que tínhamos um lance sabe? E eu meio que não superei - Não curto muito usar as pessoas para me sair bem em qualquer tipo de situação.

- Então é por isso que ele tá me olhando que nem um psicopata - arregala os olhos - Imagina como eu ficaria careca? Eu perderia todo o meu charme.

- Com certeza - ascento com a cabeça enquanto sorria. Ele me lembra alguém que também é muito engraçado, que por sinal ainda não voltou.

- Você tá com cede? Eu daria tudo agora por uma cervejinha - diz com os lábios próximos ao meu ouvido.

- Vamos pra cozinha, eu te arrumo algo.

Ando sendo seguida por Marcos, a cozinha abafavava o som alto. Vou diretamente na geladeira, pego uma latinha e dou para o garoto.

- Muito obrigado - abre o lacre e dá um grande gole na bebida.

- Esme! - olho para o lado em busca de quem me chamava.

- Ruby? - franzo o cenho ao olhar para a dispensa.

- Cuida do pessoal hoje, eu meio que vou ficar muito ocupado - é puxado para fora do cubículo por uma mulher.

- Ta bom? - tombo a cabeça para o lado.

- Te amo Esmeralda - da pequenos pulinhos enquanto aponta para o bumbum da moça.

- Eu também te amo - levanto os dois polegares para demonstrar que apoio.

- Todos os seu amigos são assim?

- Na verdade Marcos, eles são muito pior que isso.

- Entendi. Já que eu não quero ficar careca, porque minha cabeça parece um ovo, quem sabe não podemos ser amigos também.

- Eu acho uma boa - sorrio pelo seu modo de falar.

- Spooky, pega uma pra mim também - a mulher chama minha atenção parando no batente da porta.

Ele adentra o cômodo e simplesmente não responde ela.

- Eu quero gelo, tá?

- Por Dios Maria, eu sei!

Parece que existe gente mais chata que eu, não é, Oscar?
O homem pega dois copos enquanto começa a preparar algum tipo de bebida.

- Espera, você é a amiga do menino estabanado? - aponta para mim.

- Sim - respondo sem vontade.

- Ele é muito idiota - gargalha.

- Como é?

- Pra alguém dançar daquele jeito, só pode ser retardado.

Okay, ou ela é louca ou realmente esta xingando o Jamal. Estalo a língua no céu da boca. Sinto um pequeno calafrio.

- Você tá xingando o meu irmão? - me aproximo dela.

- Esmeralda, não faz isso - Oscar Diaz larga os copos na mesa e para ao meu lado.

- Não fazer o que? - digo docemente - Eu só quero que ela repita tudinho.

- Esme, não arruma briga agora - Marcos se aproxima parando do meu outro lado.

- Esme... - Oscar sussurra com desgosto.

- Não tem problema Spooky, eu posso repetir pra ela.

- Não, você não vai, porque se ela quebrar todos os seus dentes eu juro que não vou nem te levantar do chão.

- E você pode fazer isso? - cutuca meu ombro.

- Espera Spooky, você conhece ela?

- Xinga meu irmão de novo, aí você também pode me conhecer.

En control - Óscar Diaz. Onde as histórias ganham vida. Descobre agora