Capítulo 26 - Despertar.

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Miranda



Tinha sido uma péssima ideia me jogar em um precipício atrás de Tyler, eu tinha certeza disso, mas mesmo que nós dois estivéssemos prestes a despencar para a morte, eu não conseguia me arrepender da minha decisão.

A dor, o medo e sobretudo a raiva que senti quando vi Flemer atingir Tyler me cegaram para qualquer outra coisa, principalmente quando eu sabia que era a mim que ela queria atingir e meu Cavaleiro, como sempre, havia salvado a minha vida.

Eu estava caindo, controladamente graças as minhas asas, mas ainda assim caindo, em direção ao fundo do precipício agarrada ao corpo desacordado de Tyler. No meio da nossa descida ele havia voltado ao normal, e mesmo que agora não estivesse mais usando a armadura ainda haviam as duas bolsas presas a ele, o que não ajudava muito a melhor o peso.

Nós íamos cair para a morte.

Senti o sangue quente de Tyler na minha pele e me repreendi por todos esses pensamentos, nós não íamos cair, nem morrer, eu me recusava a deixar isso acontecer.

Meu Cavaleiro sempre cuidava de tudo, agora era a minha vez de não deixar nada acontecer com ele.

Foquei toda a minha concentração nas minhas asas e em nos manter no ar. Olhei para baixo e tudo que via era água, para cima e para baixo, tudo era água, o rio que eu havia usado para lutar. Eu não podia pousar na água e sabia disso, por que no minuto em que tocássemos a água seriamos levados pela correnteza, eu não teria forças para nadar levando nós dois.

Respirei fundo mesmo que isso fizesse minhas costelas doerem, apertei Tyler com mais força contra mim e me concentrei em voar rio acima em busca de qualquer coisa que se parecesse com terra firme.

Depois do que me pareceu uma eternidade eu finalmente vi uma encosta, havia terra e pedras e vi que a floresta se estendia atrás dela. Eu despenquei ali, não foi um pouso ou ao menos uma caida controlada, eu apenas desabei no chão com Tyler e nossas bolsas. Antes mesmo de conseguir me sentar eu já havia voltado ao normal.

Minha vontade era apenas deitar e dormir pela próxima semana, mas Tyler ainda estava sangrando e eu ainda tinha que ajudar. Tirei as bolsas que ele levava nos ombros, seu casaco e a camisa que tinha sido destruída, busquei na minha própria bolsa os pedaços de tecido que eu tinha trazido para essa finalidade e os molhei na água do rio para limpar as feridas de Tyler. Trabalhei em silêncio e mais devagar do que gostaria, mas eu estava exausta e precisava guardar energia para curá-lo, a respiração do meu Cavaleiro era superficial e fraca e ele estava ardendo em febre.

Depois que terminei de limpar coloquei as duas mãos sobre o ferimento feio em seu peito e respirei fundo, meus dedos começaram a brilhar com aquela luz azulada e eu conseguia sentir seu ferimento se fechando sob minha palma.

Quando terminei com o machucado em seu peito tive que parar e respirar fundo algumas vezes antes de tocar seu braço direito, só a visão do machucado doía, sua pele e músculos eram um emaranhado nojento e carbonizado, dessa vez esse, com certeza, era o pior ferimento.

Respirei fundo uma última vez antes de meus dedos começarem a brilhar outra vez.

Eu comecei a ficar tonta, mas me forcei e me concentrar por mais uns instantes.

Mais.

Mais.

Mais.

Quando percebi que a respiração de Tyler havia se normalizado e que a ferida em seu braço havia se fechado por completo, me deixei ser levada pela escuridão, eu estava exausta.

Mas ele estava bem.

~X~

Tyler

Abri os olhos surpreso, pela segunda vez desde que cheguei a Trigan, de conseguir o fazê-lo. Eu tinha certeza que estava morrendo quando estive com eles abertos da última vez.

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⏰ Dernière mise à jour : Nov 18, 2023 ⏰

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