Capítulo 13 - Os pássaros negros.

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Tyler


Eu não acreditava que realmente estava no mundo mágico do qual tanto ouvi falar, ele realmente existia, eu estava em Trigan!

Meu cérebro estava em loop com essa informação, pensando e repensando que isso estava mesmo acontecendo, tinha o quê? Menos de um dia que eu estava aqui e ainda não conseguia acreditar que estava mesmo acontecendo. Mas os guardas, as crianças dominadoras, o enorme castelo e até o nome estranho das pessoas a nossa volta eram indícios bem verídicos que estava mesmo acontecendo.

Existia uma profecia mágica e quem tinha nos contado sobre ela era a princesa, então eu era obrigado a acreditar.

E, quando o teto do palácio ameaçou desabar e os sons de explosão se tornaram perigosamente perto eu finalmente percebi que nós, de fato, tínhamos acabado de entrar em uma guerra.

- Arian já deve saber​ ou ao menos cogitar que os guerreiros estão aqui, isso deve ser só um teste para ele, aquele monstro! - o rei cuspiu as palavras. Ainda estávamos todos absorvendo as últimas que disse. Toda essa recepção era mesmo só pra gente? O rei então se virou para Fio que ainda nos olhava nervoso. - Iniciem as defesas, nossa prioridade são os cidadãos, mulheres, crianças e não dominadores levem eles para um lugar seguro - o monarca hesitou por um minuto e por fim suspirou. - E os homens não dominadores que forem maiores de idade e quiserem ficar, tem a minha permissão, agora vá!

Fio não precisou de uma segunda ordem antes de voltar correndo pelo mesmo caminho em que veio. O rei se virou para nos encarar e eu já estava esperando a ordem para lutar, talvez até a quisesse, era mais uma desculpa para acabar com mais daqueles malditos homens-pássaro, mas suas palavras seguintes me pegaram de surpresa.

- Serian, leve Anarita e nossos convidados para dentro e garanta sua segurança antes de me acompanhar, vou supervisionar as tropas.

- Como é!? – perguntei surpreso, as meninas e Luke também encaravam o rei parecendo não entender suas palavras.

- É isso mesmo que ouviram - o rei respondeu sem nem piscar ou hesitar. Aquilo me fez cerrar os punhos, estávamos sendo tratados como crianças. - Temos que garantir a segurança de vocês e da princesa.

- Nada disso! O senhor acabou de falar que essas pessoas estão se machucando por nossa causa, não vamos ficar de braços cruzados vendo isso acontecer! – a Florzinha disse indignada e eu a entendia, não pediria para pessoas lutarem em meu lugar. E me recusava a ver mais ninguém se machucar por mim, isso nunca mais.

- Vocês não entendem - o príncipe suspirou como se realmente estivesse falando com crianças. Por um instante eu quis socar sua cara, mas me lembrei rápido que ele era o príncipe e desisti da ideia. - Precisamos de vocês, não vale a pena se machucarem por tão pouco. Nós cuidamos disso, apenas fiquem seguros.

- Mas... – Zoe começou e o rei a interrompeu.

- Isso é uma ordem e não está aberta a discussão! – ele rosnou e ninguém teve coragem de desafiá-lo. E eu bem que queria.

Num acordo mútuo de protesto ninguém disse mais nada, nós apenas esperamos a princesa e o príncipe se despedirem do rei e ele dar algumas ordens aos guardas que estavam parados no salão desde que chegamos, depois disso o monarca saiu sem nem olhar para trás. Por fim os guardas com a ajuda do príncipe começaram a nos escoltar – eu, Mira, Zoe, Luke e a princesa – para fora da sala em direção a ao interior do castelo.

- Onde eles estão? – Mira questionou assim que saímos do salão com os tronos.

- Quem? – Zoe devolveu a pergunta e a Florzinha olhou em volta antes de encarar a amiga. Não havia mais ninguém por perto.

Esferas ElementaresWhere stories live. Discover now