quarenta e seis

1.2K 102 17
                                    

Eu desci as escadas para o porão, sempre mantendo os olhos nas crianças, mantendo-os a minha frente para que eu pudesse vê-los

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Eu desci as escadas para o porão, sempre mantendo os olhos nas crianças, mantendo-os a minha frente para que eu pudesse vê-los.

Ao chegarmos no andar de baixo, não era um porão comum. Havia o corredor exatamente igual ao corredor do andar de cima, que dava acesso aos quartos. O chão era coberto por um carpete cinza e o teto era baixo. Mas ele era bem iluminado, com várias lâmpadas de teto, brancas.

Haviam portas em ambos os lados das paredes.

Mordi o lábio com força ao ouvir passos pesados no andar de cima.

— Fiquem aqui, bem juntos. — minha voz soava firme, mas eu mal podia conter o tremor. — Eu estou ao telefone com o papai, e ele vai nos dizer o que fazer. — eu respirei fundo — Chegamos no porão, Theo. O que eu faço agora?

— Vá até a última porta, tem um aparelho ao lado. A senha é vinte e oito, noventa e oito. Assim que você digitar a senha, a porta vai se abrir. É uma sala do Pânico. Você vai perder o contato comigo lá dentro, mas vai estar segura.

Eu assenti, mesmo que Theo não pudesse ver e com os sentimentos misturados de medo e determinação, conduzi as crianças até a última porta do corredor. O coração batia tão forte que eu podia sentir o pulso em minhas têmporas.

Respirei fundo e, com mãos trêmulas, digitei a senha vinte e oito, noventa e oito no aparelho ao lado da porta. Mas a porta não se abriu.

Eu engoli em seco, tentando raciocinar se havia digitado algo errado. As crianças permaneciam ao meu lado, confusas e preocupadas.

Digitando a senha com mais cuidado, a porta continuou não abrindo.

— Naomi.... — Theo me chamou.

Ouvi novamente passos e mais barulhos no andar de cima.

— Theo, a porta não está abrindo! — minha voz tremeu enquanto eu falava ao telefone.

— Porra! — ele gritou do outro lado da linha, raiva evidente em seu tom de voz — Tenta outra vez.

— Theo, eu tentei duas vezes. — me distraí rapidamente, ouvindo que os passos estavam ficando mais próximos — Eles estão descendo as escadas.

Meu coração batia descompassadamente, e minha mente trabalhava em uma velocidade que mal conseguia acompanhar. 

— Escuta, alguém trocou a senha do quarto do Pânico.... A terceira porta da esquerda é um quarto, se abrigue lá por enquanto.

Eu caminhei até a porta, junto com as crianças, mas sempre com o celular no ouvido e atenta aos sons ficando cada vez mais próximos.

Eu busquei um jeito de se esconder, mas era impossível se esconder em um simples quarto.

Eu procurei qualquer lugar aonde eu pudesse esconde-los, e os coloquei dentro do banheiro.

— Olhem pra mim. — falei baixinho, olhando para Leo e Vittoria — Esses homens são maus e querem machucar o seu pai e se eles pegarem vocês, eles vão machucar muito o papai. Nós não queremos deixar que eles machuquem vocês também, certo?

Perfeita Distração - 3 ✓Where stories live. Discover now