Uma mulher que deixou a vida na cidade natal pra trás pra tentar viver a vida do jeito que deseja e fracassou. Naomi voltou para casa, para o casamento da melhor amiga, decidiu ficar de vez e tornou-se uma stripper.
• Sinopse completa no sumário est...
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Nos últimos dois dias, eu estive fazendo tudo com mais vontade, inclusive trabalhando mais intensamente pra conseguir dinheiro o suficiente pra alugar um lugar descente pra não dar motivos pra perdermos o processo de custódia.
Qualquer coisa a meu favor seria bem vindo, embora eu não tivesse atualizado Marcella sobre os últimos acontecimentos.
Ajeitei meu top de látex e short do mesmo material, me olhando no espelho do camarim na Laundry. Sem conseguir tirar o sorriso do rosto, eu retoquei o batom vermelho em meus lábios.
Observei por mais um momento a minha imagem no espelho. As botas acima do joelho fazia uma combinação interessante com o resto da minha roupa.
Essa era a segunda vez que estava retocando a maquiagem, o dia estava sendo mais cheio. Um cliente atrás do outro, desde que eu deixei o palco há algumas horas.
A porta foi escancarada de repente, atraindo a minha atenção. Eu observei Carlo parar ali em frente, enquanto me inclinava pra frente, peguei o vidro do meu perfume e borrifei um pouco em meu pescoço.
— O capo quer ver você, ragazza. No escritório dele.
Eu revirei os olhos, me levantando e agarrei um chicote que estava no canto. Não porque eu iria usar aquilo, mas achei que combinasse com a minha roupa.
Passava uma vibe meio dominatrice.
— Ele sempre quer me ver, não é? — zombei. — Ele está viciado em me ver dançar?
— Você sabe como é, ragazza. O capo tem seus gostos. E você... bem, você é um dos favoritos dele. — Carlo respondeu, seus olhos percorrendo meu corpo com um olhar de desaprovação. — Mas se eu fosse você, colocaria um robe por cima dessa roupa.
Eu ri.
Sabia que mesmo que eu vestisse um robe, Theo iria me fazer tirar, como eu tinha certeza que ele me faria soltar o rabo de cavalo penteado em meu cabelo.
Eu tive um trabalho pra prender bem alto, deixar bem liso para que nenhum fio saísse do lugar, e ele iria desfazer em poucos segundos, porque por algum motivo, meu cabelo solto o agradava mais.
Soltei um suspiro pelo nariz, e passei pelo espaço entre Carlo e a porta.
Andei rápido, atravessando a boate a caminho do escritório de Theo, e entrei sem bater na porta.
Eu adentrei o ambiente, Theo estava sentado na poltrona de couro da pequena sala de estar improvisada, segurando um copo de uísque e uma perna cruzada sobre a outra. No sofá ao lado, um homem conversava com ele em italiano, num ritmo acelerado qual eu jamais podia entender.
Theo notou a minha presença, e me encarou dos pés a cabeça franzindo a testa. Eu senti que ele estava mentalmente me reprovando, e pigarreou se levantando do lugar.
