★ dezenove

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Com delicadeza, organizei as rosas vermelhas na mesa de cabeceira. Depois, recuei silenciosamente para a cadeira, meus olhos se fixando na figura adormecida de Sasuke na cama do hospital. A luz suave do quarto lançava sombras suaves sobre seu rosto tranquilo — somente na hora do sono, ao menos — a quietude do ambiente apenas interrompida pelo ritmo constante dos monitores do hospital nas salas ao lado.

Merda, eu estava sendo uma idiota. Não conseguia entender por que estava aqui, apenas... apareci. Segui o que a porra do meu coração me dizia para fazer.

Sasuke, apesar de ser irritante na maioria das vezes, tinha algo que me puxava. Era uma compreensão mútua, uma conexão que eu relutava em admitir, mas estava lá, inegável.

Estava começando a tolerá-lo, a aceitá-lo. Talvez, à medida que nossas missões progredissem, eu pudesse compreendê-lo ainda mais.

Mas que tolice!

Com um suspiro frustrado, apoiei as mãos na testa, tentando afastar esses pensamentos confusos.

— Você está começando a me assustar desse jeito.
— A voz repentina de Sasuke me fez pular da cadeira, a mão no peito pelo susto. Ele não conseguiu rir, mas arqueou uma sobrancelha.
— Talvez eu esteja realmente à beira da morte, estou vendo um demônio bem na minha frente.

— Bom dia, Uchiha.
— Falei, revirando os olhos com uma pitada de ironia.
— Seu ingrato.

Sasuke apenas esfregou os olhos, olhando ao redor e notando as flores. Ele arqueou uma sobrancelha, lançando um olhar longo que me fez corar, rapidamente me arrependendo disso.

— Vai entortar a merda dessa sua sobrancelha desse jeito.

— Você virou Chunin.
— Ele observou, me fazendo piscar. Ah, sim,  tinha esquecido completamente do colete que estava usando.

Mas eu sabia que aquela mera observação era um “parabéns” no idioma de Uchiha Sasuke, então ofereci um pequeno sorriso em resposta.

— Você quer... sei lá, conversar sobre algo? — Perguntei, me acomodando cadeira. Ou tentando, pelo menos. Esta era desconfortavelmente dura, e eu não conseguia encontrar uma posição confortável para as pernas, bufando de frustração. Sasuke quase sorriu com isso.

Mas o sorriso parecia cansado, desgastado.

— Na verdade, eu gostaria de ficar sozinho, Satsuki.

Algo mudou na minha expressão, na de Sasuke também, aparentemente.

Mas não importava.

Não importava mais, inferno.

Agarrei um tomo empoeirado de história, suas páginas amareladas mostravam as cicatrizes do tempo, mas isso apenas intensificava o seu charme. A narrativa das gerações passadas de ninjas, suas conquistas e desafios, me cativou enquanto eu percorria cada página.

Ocasionalmente, além da glória, almejava isso para mim também; eternizar minhas próprias aventuras — desafiantes, porém épicas — nas páginas daqueles livros, onde sem dúvida poderiam servir de inspiração para alguém, assim como já fui inspirada...

Optei por explorar outros domínios enquanto a tarde também avançava, onde me encontrei em um recanto dedicado à poesia, os versos delicados ocasionalmente me arrancavam um sorriso. Cada palavra parecia uma nota em uma sinfonia de emoções.

skyfall ✧ 「 1 」Where stories live. Discover now