"A sede de felicidade nunca se extingue no coração humano."
(Rousseau)
Estávamos iniciando o último bimestre de aula e as coisas estavam uma loucura na escola. Ritmo de final de ano. Já nos preparando para as avaliações finais, entregas e apresentações de trabalhos. Por um instante me esqueci que alguém muito especial estaria na porta da escola me esperando assim que batesse o sinal.
De tão concentrada não percebi que estávamos a menos de cinco minutos de acabar e quando soou a campainha levei um susto enorme deixando cair meu material de laboratório.
Arrumei tudo muito rápido. Joguei os livros e os cadernos dentro da mochila. Passei a mão pelos cabelos e alisei a camiseta do uniforme para deixá-la mais alinhada. Atravessei o corredor chegando ao pátio de saída numa velocidade luz esbarrando em algumas pessoas que reclamaram em alto e bom som, contudo fui gritando desculpas aos ventos enquanto abria caminho entre a aglomeração de estudantes.
A visão dele encostado à moto, lindo, com os óculos de sol protegendo os olhos e os cabelos voando livremente com o vento, era estonteante. Senti um gelo na barriga quando meus olhos viram aquele sorriso tão descaradamente perfeito que era só para mim.
Querendo não correr e tentando ser o mais normal possível mesmo me sentindo totalmente fora de mim com a presença dele ali, fui controlando os passos para não parecer tão ansiosa.
Quando eu cheguei perto, ele descruzou os braços que estavam sobre o peito e tirou os óculos se endireitando. Eu era uma menina alta, mas sempre me surpreendia com o tamanho dele quando estávamos próximos.
Parei deixando um espaço considerável entre nós. Cumprimentei-o com um "olá" seguido de um beijo na bochecha, não sabia ainda lidar com o cumprimento de "namorados". É lógico que eu gostaria de tê-lo beijado na boca, mas sentia que ainda teria que me acostumar à ideia de que formávamos um casal agora.
Ele sorriu parecendo divertido com o meu comportamento reservado, tirou minha mão que segurava à alça da mochila e a segurou entrelaçando nossos dedos. Depois se aproximou e me beijou como eu queria.
Embora tenha sido nada mais que um beijo breve, foi o suficiente pra disparar meu coração.
-Então, como foi com seus pais? – Como sempre ele foi direto ao assunto.
-Nada mal. – Menti para não causar um mal estar de imediato. – Acho que eles vão se acostumar com a ideia.
-Isso quer dizer que não gostaram de saber que você tem um namorado. – Ele concluiu.
- Acham que eu sou muito nova. – Não queria estender o assunto para não correr o risco de falar alguma coisa que não devia ou não podia por enquanto. – Mas vão vir te conhecer no próximo fim de semana.
-Poxa. Legal. Isso é um bom sinal, eu acho. - Ele pareceu satisfeito em saber que meus pais tiveram interesse em conhecê-lo.
-Acho que sim.
-O que fez no final de semana então? –Desviei o foco para outro tema.
-Fui comprar alguns móveis para a casa e organizei parte da estufa. – Ele realmente se entusiasmava ao falar da estufa.
-Combinei com a Tina de sairmos hoje à tarde para vermos algumas coisas para a decoração.
-Perfeito. Vamos os três então.
A mão dele continuava na minha. E quando Tina veio ao nosso encontro dez minutos depois ele me puxou colocando-me a seu lado de forma que ficássemos de frente para ela.
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A Animista
FantasyHalina Jordani é uma jovem diferente. Ela vive em uma comunidade animista em um mundo paralelo onde mitos e lendas eram reais. Tudo parecia correr bem. Tudo parecia estar sob controle... até ela se apaixonar por um... HUMANO. Esse SPIN-OFF do livro...