Sangue, Amor e Vingança

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Acordei naquele sábado após ter conseguido cochilar apenas umas duas horas durante a madrugada.

Kazutora já tinha saído quando levantei, então tomei um banho e tentei comer, por mais que minhas mãos tremessem de nervoso e uma ansiedade tentasse me atacar.

Vesti um conjunto de calça moletom e uma blusa preta justa e de mangas, coloquei uma jaqueta preta por cima e sai de casa.

Já era depois do meio dia quando saí e fui para o local que havia ouvido a Toman falar que seria a briga.

Eu tinha péssimos pressentimentos do que iria acontecer mas eu precisava ir, precisava tentar reparar tudo aquilo, eu não fazia ideia do que faria, mas tinha que tentar alguma coisa.

Entrei por um canto e vi que ambas as gangues já estavam posicionadas pra lutar, alguma coisa acontecia no meio mas eu não conseguia visualizar direito, fui para trás de uma pilha de carro, no topo uma dupla assistia a luta e eu estava embaixo observando.

Até que vi Kazutora desferir um soco contra o mediador da luta e os ânimos se inflamarem entre as gangues.

– Merda! – Xinguei e notei que era observada, a dupla de garotos lá no topo me olhava e eu tinha a impressão de conhecer eles – Haitanis?

– Saiko? – Rindou olhava confuso – Tá fazendo o que aqui?

– Idiota, Kazutora está aqui, portanto ela também está – Ran falou e eu desviei o olhar para a briga tentando achar Kazutora – Sobe aqui.

– Vão me ver!

– Estão muito ocupados brigando, nem vão te notar.

Mordi a boca contrariada, mas subi e fiquei entre eles, ali podia ter uma visão muito melhor de tudo que estava acontecendo.

– Tô com um péssimo pressentimento.

– Nós também – Ran contou – Por isso estamos mais longe.

A briga de decorria entre as duas gangues, preto e branco duelavam por poder e reconhecimento.

Então no topo de uma pilha de carros notei Kazutora acertar Mikey, como ele tinha chegado lá tão rápido?

– Ah não... – Olhei pra lá e me levantei na hora, os irmãos me seguraram e eu os olhei – Preciso parar ele.

– Deixe que briguem – Rindou disse.

– Não posso – Olhei de volta – Ele vai matá-lo e vai se culpar, então vai se entregar e eu vou perder ele, essa culpa vai consumi-lo mais que a prisão.

Puxei meus braços.

– Desculpem meninos, não posso deixar.

– Pelo menos leva isso – Ran me entregou uma arma e eu engoli em seco colocando na cintura.

Ouvi alguma retaliação deles quando corri mas já estava no meio da briga, desviando dos homens brigando e tentando chegar até a maldita pilha de carros, mas quando estava quase lá, um braço me pegou pelo pescoço e eu só tive tempo de ver a tatuagem de punição antes de ser presa contra o corpo de Hanma.

– O que está fazendo, querida? – Ele sussurrou.

– Solta ela Hanma! – Draken brigou a frente.

– Ah, a Saiko aqui? Nós somos amigos, fica tranquilo kenzinho – Hanma sorria e eu tentei me desvencilhar – Se for até lá, o cara que está atrás de Kazutora vai esfaquea-lo, você nunca vai chegar a tempo.

– Não! Por favor...

– Que tal um show? – Ele sorriu e me arrastou pelo campo, Draken seguia de perto procurando um lugar para atacar, eu mesma poderia mas estava tão travada pelo medo – Mikey!

Kazutora parou de bater no loiro e olhou pra baixo, assim como Mikey também olhou.

– Saiko? – Kazutora chamou lá de cima.

– Kazu... – Chamei por ele e Hanma apertou mais meu pescoço.

– Kazutora, por que não conta sobre o que a Saiko é sua? – Hanma ria e eu procurava uma solução pra resolver tudo isso.

Mas pela primeira vez minha mente brilhante me deixou na mão.

– Ela é... Minha garota – Ele falou e eu apertei os olhos com a constatação, seria tão perfeito se fosse em qualquer outro momento.

– É isso mesmo Toman! – Hanma me virou pro outro lado onde alguns capitães da gangue adversária estavam – Ela foi infiltrada esse tempo todo! É uma pecinha que implantamos no meio de vocês pra saber tudo sobre vocês.

– Saiko? – Mikey chamou meu nome e é eu senti meus olhos marejarem – Por que?

– Eu não tive escolha... – Tentei falar mas Hanma me deu um soco no estômago e eu cai de joelhos tossindo.

– Ah vamos, conte a verdade, você nunca se importou com eles e teria destruído eles se Kazutora tivesse pedido – Ele usou o pé pra me empurrar enquanto eu tentava me recuperar.

– Não é verdade! – Briguei me levantando e Hanma abriu mais o sorriso.

– Ah então você ia trair a Valhalla? – Arregalei os olhos e ele levantou a mão fazendo um sinal, antes que meu olhos pudessem chegar a Kazutora, ele já havia sido esfaqueado pelas costas.

– NÃO! – Gritei e comecei a correr derrubando qualquer um em meu caminho, escalei os veículos e consegui chegar até ele, deitando sua cabeça em minhas pernas – Não, por favor... Fica comigo...

– O que... Aconteceu? – Sua voz era fraca.

– Eles nos traíram – Sussurrei passando a mão no rosto dele.

– Acho que mais uma vez escolhi o lado errado.

– Tá tudo bem... – Sorri pra ele – Vai dar tudo certo, vamos dar um jeito juntos, como sempre...

– Vamos... – Ele tossiu sangue e eu comecei a me desesperar.

– ALGUÉM CHAMA UMA AMBULÂNCIA!

– Tá tudo bem Saiko – Ele passou a mão no meu rosto deixando um carinho – Me desculpe.

– Por que?

– Por nunca ter dito que te amava – Confessou, e meu coração podia ter parado naquele momento – Achei que não pudesse me amar por conta da sua condição.

– Eu te amo des do dia que te conheci, e vou te amar até o dia que morrer e depois dele também – Deixei um selinho em sua boca e notei que meu rosto estava banhado em lágrimas.

– Eu te amei mesmo acreditando que você nunca iria me amar, e vou continuar te amando pra onde quer que eu vá...

Ele fechou os olhos, e em um piscar dos meus olhos, tudo que eu via era vermelho.

Vermelho como sangue.

Vermelho como amor.

Vermelho como vingança.

Psico Love - Tokyo RevengersDonde viven las historias. Descúbrelo ahora