Sem Trair

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Acordei no dia seguinte com uma dor de ressaca, sem me lembrar de alguns detalhes da noite anterior, mas me lembrava de Mitsuya, e lembrei ainda mais quando senti ele abraçado a mim.

Não que eu não sentisse nada, pelo contrário, prazer físico e desejo era uma das únicas coisas que alguém como eu conseguia sentir, Kazutora era uma rara excessão de um amor doentio.

Então sim.

As mãos de Mitsuya ao redor de minha cintura e seu corpo colado com o meu me faziam sentir um calor excessivo e uma vontade carnal.

Apertei os lábios e logo soltei um suspiro, me desvencilhei de seus braços e ainda meio tonta fui para o banheiro onde tranquei a porta e peguei uma escova de dentes fechada de uma das gavetas.

Mas ao contrário do que qualquer um imaginaria, não usei pra escovar os dentes e sim a enviei na boca forçando vômito.

Toda aquela bebida saiu de mim rapidamente e por mais que a sensação na hora fosse horrível, o alívio após a bebida sair era incrível, nenhum remédio para ressaca era melhor que o bom e velho vomitar.

Lavei a boca e agora sim escovei os dentes, lavei o rosto e sai do banheiro, o platinado permanecia deitado, eu aproveitei para tirar aquela roupa e colocar meu pijama que havia esquecido completamente na noite anterior.

Sai do quarto e no andar de baixo só pude encontrar os meninos desmaiados, talvez fosse melhor eu ir embora logo e relatar tudo que tinha pra falar a Kazutora.

Mandei mensagem para o mesmo e ele não respondeu, então mandei para Hanma e fui botar outra roupa.

Me vesti silenciosa no quarto, uma calça jeans preta, regata branca e jaqueta de couro, calcei os tênis, guardei minhas coisas e sai, no andar de baixo novamente, vi que Hanma havia me respondido com um endereço.

Sem delongas fui até lá, era um fliperama abandonado, busquei um canivete e coloquei na manga da jaqueta, coloquei o brinco de Kazutora na orelha, adentrando o local em seguida.

Hanma me esperava sentado em um degrau de uma escada, um monte de homens mal encarados da Valhalla estava ao redor mas eu podia ver que olhavam diretamente pro meu brinco.

- Bom ver você - Hanma disse soltando fumaça do cigarro em sua mão.

- Vamos conversar - Falei direta, ele se levantou e me sinalizou uma porta em um canto, era uma salinha simples com uma mesa e cadeira, e uns sofás.

- O que tem pra mim? - Ele se sentou na cadeira e eu fiquei de pé em frente.

- Eles falam bastante, mas não fazem muitas estratégias pras brigas deles, eles só vão, acreditam plenamente na força do soco deles - Expliquei.

- Deve ter mais alguma coisa - Hanma levantou já com um semblante irritado - Locais secretos de reuniões, onde guardam o dinheiro que ganham nas corridas clandestinas, onde treinam! Você tem que buscar mais!

- Ei, eu concordei em ajudar vocês mas não sou de Valhalla e você não me dá ordens! - Falei em frente a ele.

- Ah você recebe minhas ordens sim, e você vai mais a fundo e trazer informações relevantes por que eu já tive quase uma dúzia de caras acabados por sua causa!

- Eu vou fazer no meu tempo e só vou buscar se eu estiver a fim - Encarei ele - Não te devo nada, Hanma, muito menos a Valhalla, então você vai ficar quietinho aguardando enquanto eu faço isso no meu tempo.

Ele se aproximou e pegou meu rosto com a mão que não estava segurando o cigarro, então ele sorriu.

- Ah não vou não, eu mandei marcar a briga com a Toman pro próximo final de semana, e se você não tiver informações até lá, vou tirar tudo de você - Sussurrou.

- Vai tirar o que? Eu não tenho amigos nem família, a única coisa que eu me importo sou eu mesma e sabe que eu poderia não só derrubar como matar toda essa sua ganguezinha com muita facilidade - Apertei o canivete em meu pulso, o sorriso dele se abriu mais.

- Ah tem mais uma coisa que você se importa sim... Você se importa com o Kazutora - Arregalei minimamente os olhos e ele gargalhou - Não sei o que essa sua mente doentia pensa, mas eu vejo como reage aos toques dele, você ama ele, e se não fizer o que eu estou mandando... Eu mato ele.

Dei um soco em seu estômago e ele caiu rindo como um maldito palhaço.

- Não pode matar ele! Você precisa dele!

- No momento - Ele se levantou - Kazutora vale mais pra mim morto do que vivo, se isso faz você reagir.

- Vai se arrepender disso - Me aproximei - Posso demorar Hanma, mas vou descobrir quem é seu maldito chefe, vou desmascarar seu traidor na Toman e vou destruir você. Bem. Devagar.

- Quero ver você tentar - Ele gargalhou mais e eu saí da sala batendo a porta.

Psico Love - Tokyo RevengersWhere stories live. Discover now