Sophia Adams.
Os dias se passaram e tudo estava em perfeita ordem, por incrível que pareça. Além de sair bastante com Kathe, continuei passando meu tempo com o Noah, sem compromisso.
- Meu deus! São sete horas da manhã, minha avó vai notar que passei a noite fora!
Desesperada, saio debaixo do lençol completamente nua e visto rapidamente minhas roupas.
- Por que esse desespero todo? - Ele me pergunta sonolento, sem tirar os olhos do meu corpo.
- Você sabe muito bem que minha avó entra no meu quarto quando acorda. - Respondi enquanto amarrava meu cabelo em um coque desajeitado.
- Que mania é essa dela, hein?
- Eu realmente não sei. - Me aproximo do loiro e beijo sua bochecha. - Nos falamos depois!
Saio do quarto enquanto ajustava a alça no meu sutiã e ao chegar na sala, encontro Carol, que havia parado de organizar o sofá para me olhar.
- Bom dia, Sophia.
- Bom dia... - Sem graça e constrangida, saio da casa sem fazer muita cerimônia.
Chegando perto de casa, vou em direção a uma árvore que era praticamente ao lado da janela do meu quarto.
Então, escalei a mesma e passei agilmente pela janela aberta. Desde que comecei a sair de noite escondida, acabei pegando a prática de subir em uma árvore.
Retiro meus chinelos e pulo na minha cama, cobrindo o meu corpo, em seguida, com o cobertor.
Fecho meus olhos quando ouço a porta ranger e apenas abro ao baterem a mesma. Aliviada, peguei meu celular e vi as mensagens de Noah de agora pouco.
Campbell.
- e aí? conseguiu enganar a véia?
(07:05)você só não é mais ridículo porque é um só!
(07:08)
✓✓- cê sabe que eu tô brincando, eu adoro a sua vó.
(07:09)- Carol acabou de bater na porta do meu quarto, perguntando o motivo de você ter saído igual o flash daqui de casa.
(07:09)nem te conto, encontrei ela quando desci as escadas, a vergonha foi tanta que eu nem quis conversar direito KKKK
(07:09)
✓✓- KKKKKKKKK muito bom. mas relaxa, não é a primeira vez que ela vê uma garota sair do meu quarto.
(07:10)tchau, campbell!
(07:10)- eu tô brincando, cê sabe.
(07:10)- Adams?
(07:11)Ignorei as suas últimas mensagens para dar o troco, e ao deixar o meu celular de lado, capotei. Não dormi nadinha nessa madrugada.
Acordo quando minha mãe entra no meu quarto, começando a varrer e a cantarolar alguma música antiga do seu tempo. Me sento na cama, coçando meus olhos e deixando escapar um longo bocejo.
- Boa tarde. - Ela diz enquanto varria o chão e eu arregalo meus olhos. Como assim, "boa tarde"?
- Quanto tempo eu dormi? Que horas são? - Pergunto ainda meio zonza de sono.
- Já são duas horas da tarde, o horário mais tarde que você já acordou em toda a sua estadia aqui na casa dos seus avós. - Ela parecia nem um pouco surpresa como costumava a ser antes.
- Nossa! não fazia ideia de que tinha dormido por tanto tempo.
- Claro que não fazia, ultimamente você anda dormindo mais do que o normal e mesmo assim acorda acabada, coisa que não acontecia antes. - Diz desconfiada e eu disfarço a minha inquietação.
- Eu juro que vou acordar mais cedo.
- Você vem falando isso há três semanas! - Aparentemente ela já havia desistido dos meus mesmos juramentos. - Assim que estiver pronta, desça para comer! - Diz autoritária.
Me levanto da cama e adentro no banheiro. Tomei uma ducha de exatos trinta minutos, me livrando de quaisquer resquícios da noite anterior. Ao sair do banheiro, encontrei o cômodo vazio.
Pego qualquer roupa despojada no guarda-roupa e as visto antes de descer para a cozinha.
Felizmente, encontro apenas minha avó degustando a sua xícara de café e os seus biscoitinhos de lei.
- Pensei que iria emendar o dia com a noite. - A mais velha fala e eu rio.
- Não foi dessa vez.
Abro o armário, pegando um prato e colocando três panquecas já feitas na frigideira. Sento-me na mesa e ao ver o frasco da calda de caramelo, despejo em cima das panquecas.
- Posso te fazer uma pergunta? - Indaga e eu balanço a minha cabeça positivamente por estar de boca cheia. - Você está de namoradinho?
Ouvir aquilo de repente me fez engasgar com a comida. Agoniada, peguei a única bebida que estava próxima a mim e dei um longo gole, sentido o café quente descer pela minha garganta, me livrando da comida presa.
- O que te fez pensar isso? - Entrego a xícara pela metade para a minha avó, que parecia apenas se importar com a minha vida amorosa.
- Você está mais alegre que o costume e reparei nos sorrisos bobos que você dava quando mexia no celular.
- Vó, isso é normal.
- Poderia até ser, se não estivéssemos falando de você, Sophia. Nunca a vi tão elétrica e sorrir para a tela do celular, na verdade, já vi, sim, na época que você namorava o Thomas. - Ela dispara e eu já não tinha mais nenhuma desculpa. Em seguida, a mesma segurou as minhas mãos e me olhou no fundo dos olhos. - Não vou te pressionar, aguardarei o tempo que for necessário até que se sinta confortável em vir conversar comigo. Mas, se realmente estiver de namoradinho, diga a ele que você tem um avô e um pai assustadores, que sabem usar uma espingarda.
- Vó! - Solto uma risada ao ouvir sua última fala e ela larga as minhas mãos. O lado bom de ter esses papos profundos com a minha avó, era que mesmo a curiosidade falando mais alto, ela sempre respeitava o meu tempo.
- Posso participar da conversa também? Ouvi o falatório lá da sala. - Meu avô pergunta, se aproximando de nós.
- Chegou bem na hora! Estávamos comentando sobre você ser muito curioso. - Como disfarce, ela não perde a oportunidade de se divertir com a cara do meu avô.
- Como você pode dizer uma coisa dessas, meu amor? - Fingiu estar magoado ao fazer uma cara triste.
- Oh vó, vá abraçar o coitado.
- Venha cá, venha. - De braços abertos, ela se levanta da cadeira e abraça o seu marido, distribuindo beijos no seu rosto.
Ver a maneira que os dois ainda se amavam mesmo depois de tanto tempo, me fazia acreditar verdadeiramente no amor e almejar ter uma relação parecida.
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Memórias
RomanceSophia Adams, estudante de psicologia que mora em Los Angeles com seus pais. Depois de anos, ela aproveita as férias da faculdade e resolve ficar um tempo na casa de seus avós, em Laguna Beach, onde passou sua infância e adolescência. Lá, ela encon...