capítulo um

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Sophia Adams.

     Segunda-feira, o dia em que oficialmente as minhas férias de verão chegaram. Por um momento, me esqueci de como era bom acordar tarde do dia sem me preocupar com o horário.

     Depois que entrei no mundo dos universitários houve tantas provas, atividades, seminários, que nem tive tempo para sair e voltar só no outro dia.

     Lembro-me bem das diversas vezes que tive tempo para ir em festas com as minhas amigas e viajar com a minha família. Sentia saudades do ano passado.

     Estou apenas no segundo período de psicologia e já perdi as contas de quantos fios caíram do meu cabelo. Há quem ainda diz que a vida de universitário é um morango.

- Sophia, está pronta? - Minha mãe grita da sala, fazendo-me dispersar dos meus pensamentos. No mesmo instante a respondo.

- Estou quase, pede para o papai tirar o carro!

     Gritei de volta e coloquei o resto das minhas coisas na mala. Desci as escadas com um pouco de dificuldade, por conta da mala e as duas mochilas que estavam penduradas em cada lado do meu ombro.

- Você vai morar lá e eu não estou sabendo? - minha mãe disse ironicamente enquanto fitava as minhas bolsas.

- Estou levando apenas o necessário. - Afirmei e ajustei uma das bolsas.

- Se isso é o necessário... - Ela riu e se virou para a abrir a porta principal.

     Passei pela porta e sai andando até parar em frente ao porta-malas do carro. Meu pai estava terminando de guardar as bolsas da minha mãe quando me olhou de cima para baixo.

- Está levando teu guarda-roupa todo?

- Até o senhor? - Entreguei as três bagagens ao mais velho que ria. Assim, entrei no carro e coloquei o cinto.

     Depois de meses, finalmente tive uma oportunidade para ir à casa dos meus avós. Lá, passei praticamente a minha infância todinha, uma parte da minha adolescência e vivi momentos inesquecíveis.

     Não via a hora de chegar e matar a saudade de tudo e todos. Quando o carro ligou, peguei os meus fones e coloquei nos meus ouvidos. Segui viagem ao som de one direction. Até hoje não superei o fim da banda.

...

     Uma hora depois, me dei conta de que já tínhamos chegado em Laguna Beach. Sai do carro e olhei ao redor, deixando transparecer um sorriso no rosto.

     Tirei as minhas coisas do porta-malas e esperei alguém vir para abrir a porta. Logo, avistei uma silhueta se aproximar da grade, era a minha avó.

     Ela estava linda. Mesmo com 65 anos, ela aparentava ter bem menos, devido aos seus cabelos super sedosos, suas roupas elegantes, mas, ao mesmo tempo, aconchegantes e sua pele com um número considerável de rugas.

- Docinho! Quanto tempo! - Ela se aproximou da grade, abrindo um sorriso encantador.

     Sem muita dificuldade, ela abriu a grade e me abraçou. Retribui o seu abraço, descansando o meu queixo sobre o seu ombro.

     Imediatamente senti seu perfume doce, o que me deixou nostálgica. Ela ainda usava a mesma fragrância que lhe dei de aniversário há 2 anos, quando eu tinha 16 anos.

- Senti saudades! - Foi a única coisa que me veio a cabeça. Nos soltamos e ela pousou seus olhos castanhos sobre mim.

- Como você está linda!

- Quem é que me incomoda? - Uma voz rouca e falha nos interrompe, era o meu avô.

     Ele ainda continuava o mesmo, com seus cabelos grisalhos e com sua preferência em usar roupas casuais. Ele era outro que teve a sorte de não aparentar estar na casa dos 60.

- Sua netinha favorita! - Falei sorrindo, indo de encontro com ele. - Vejo que ainda usa o mesmo tipo de roupa. Não mudou nadinha.

- Felizmente a idade não mudou o meu bom gosto para roupa. - Se gabou e me abraçou em seguida. - Vocês devem estar com fome, por sorte, fiz o macarrão mais famoso de toda Califórnia.

       Vibramos e entramos na casa. Subi para o meu quarto e não pude deixar de notar que ele continuava do mesmo jeito de uns anos atrás. Por incrível que pareça, tudo estava em seu devido lugar.

       Deixei as minhas coisas sobre a cama e fui em direção à cozinha. Todos já estavam na mesa, devorando a lasanha deliciosa do meu vô.

       Com água na boca, sentei-me já retirando uma parte grande da lasanha. Rimos e conversamos até o fim daquela tarde.

***

     O sol se foi e a lua apareceu. Eram 18h da noite quando recebi uma mensagem da minha melhor amiga, Katherine.

Kathe

- sophia? você ainda me paga por não me avisar que estava por aqui!
(18:00)

- se arruma que a gente vai para uma socialzinha.
(18:00)

eu me esqueci de te avisar, me distrai com meus avós. foi mal...
(18:00)
✓✓

e que história é essa de social? de quem é?
✓✓

- do nosso amigo, o thomas.
(18:01)

QUÊ?! ele já voltou da inglaterra?
(18:01)
✓✓

- faz um ano. ele pediu transferência para continuar a faculdade por aqui.
(18:01)

- você que nunca mais veio pro lado de cá.
(18:01)

eu estou chocada!
(18:01)
✓✓

- não é de se esperar, ele foi o seu primeiro amor.
(18:01)

nem vem com essa. af!
(18:01)
✓✓

- nós duas sabemos que é verdade.
(18:01)

- mas sem papo furado, te busco às 20h. se arruma e fica bem gata!
(18:01)

       Visualizei a mensagem e joguei meu celular para o lado. Acabei de chegar e ela já me obriga a ir em festa, logo a do Thomas...

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