Capítulo 28 - O 4 de Julho

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- Vocês vão mesmo passar o feriado jogando cartas? - fiz careta na direção dos meus familiares.

Todos estavam sentados no tapete da sala, num formato de círculo e jogando como se não houvesse amanhã.

- Algum problema com isso, querida? - vovó perguntou e mordi o interior da bochecha.

- Não, é só porque vocês sabem que eu não faço a mínima ideia de como jogar pôquer, e mesmo assim, insistem nisso. Fico me sentindo totalmente excluída. - fiz uma carinha triste enquanto me aproximava do círculo. - Chega para lá - cutuquei a perna de Justin com o meu pé e ele bufou, afastando um pouco para o lado.

Sentei-me e analisei o jogo. Certo, não estou entendendo nada.

- Fique aqui conosco, Lizzie. Adoraríamos a sua companhia. - vovô Max disse e eu sorri carinhosa para ele.

- Valeu, vovô.

Peguei Adam e o coloquei em meu colo, brincando com seus cabelinhos loiros. Distribuí alguns beijos em suas bochechinhas e ele riu, fazendo uma careta, enquanto brincava com seu aviãozinho.

- Passa. - ouvi a voz de Justin dizer e arqueei a sobrancelha, esticando um pouco meu pescoço, tentando ver suas cartas. - Com licença? - ele me olhou sério e eu dei de ombros, voltando à minha posição inicial.

- Ah não, Adam, fica aqui comigo. - choraminguei quando o pequeno ameaçou se levantar do meu colo. - Amanhã eu vou embora e você vai sentir minha falta.

- E por que você tem que ir embora? - perguntou com sua vozinha fofa, o que só aumentou a minha vontade de apertar-lhe as bochechas. - Eu não quero que você vá...

- Oh bebê, eu tenho que ir. Eu moro em Nova York agora, tenho minha faculdade e minha vida lá. - expliquei calmamente, abraçando-o, e ele encostou sua cabeça em meu peito. - Mas eu voltarei o mais rápido possível. Mais rápido do que você pensa. - olhei-o após me afastar e ele me encarou com desconfiança.

- Promete? - perguntou e eu assenti.

- Eu prometo! Promessa de dedinho. - estiquei meu dedo mindinho em sua direção e ele sorriu, entrelaçando seu dedo ao meu. - Antes mesmo que você possa piscar, eu estarei aqui de novo, te abraçando e te apertando como sempre faço.

Adam gargalhou logo após eu apertar suas bochechas e eu o acompanhei, rindo de sua carinha.

- Eu te amo, pequeno. - abracei-o novamente, depositando um beijo em seus cabelos.

- Eu também te amo, Lie. - sorri ao ouvir o apelido que ele me dera.

Adam era o único que me chamava assim, desde que nasceu, praticamente. Parece que ''Lizzie'' para ele era muito difícil na época, então, ele simplesmente encurtou a palavra. Mesmo depois de quase quatro anos, ele ainda me chama assim. E eu amo isso incondicionalmente.

O tempo foi se passando e o jogo continuou. Eu somente observava, ainda sem entender nada. Nunca fui boa com jogo de cartas, e para mim, não fazia nenhuma diferença. Eu não gostava desses tipos de jogos. A noite logo chegou e o frio a acompanhou. Fui rapidamente até meu quarto e peguei o meu cobertor, logo voltando para a sala. Sentei-me no sofá e cobri minhas pernas, abraçando uma das almofadas. Como sentei atrás de Justin, pude ter uma perfeita visão de suas cartas. Ele me deu uma rápida olhada e eu levantei meus ombros.

- O quê? Eu nem sei jogar isso. Não se preocupe. - disse e Justin semicerrou os olhos, voltando sua atenção ao jogo.

Aproveitei a deixa e mandei-lhe um dedo do meio, causando alguns risos da parte de tia Sarah e Paul. Meu pai estava muito concentrado para perceber algo ao seu redor e meus avós estavam um tanto aéreos, enquanto Adam ainda brincava no canto da sala. Dessa vez, ele estava rodeado por mais brinquedos e parecia se divertir bastante mesmo sozinho.

O Hóspede (Reescrevendo)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora