Capítulo 18 - Bipolaridade

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Elizabeth Wright

Então é isso. Aqui estou eu, jogada nesse sofá enquanto Justin Bieber está por aí. Ah, não, espera. Por aí não. Está acompanhado de Olivia Hastings, mais conhecida como seu lindo amor. Suspirei, colocando o notebook sobre a mesinha de centro, e me levantei. Fui até a janela e fiquei observando a vista lá de cima. Já era noite e eu estava sozinha. Eu já tinha até me esquecido de como era a sensação de se estar só. Por quase um mês, eu venho tendo a companhia de Justin. Quando ele sai ou passa a noite fora, é como se eu voltasse a um tempo atrás e sentisse as mesmas coisas quando eu morava sozinha: solidão, rejeição e baixa autoestima.

Nos momentos como esse, eu simplesmente pegava um livro ou alguma matéria da faculdade e me sentava na beirada da janela, tomando um chocolate quente enquanto lia. Mas agora, é como se eu não soubesse o que fazer. Eu fico encarando o teto, ou a parede branca ou até mesmo a janela, à procura de algo para me distrair e fazer o tempo passar mais rapidamente. É, eu sou uma idiota. Nem sequer sei como consigo ser tão sentimental na maioria das vezes.

Cruzei os braços e balancei a cabeça, afastando-me da janela. Um som ao fundo me fez acordar de meus pensamentos e eu franzi o cenho, sem saber de onde ele vinha. Como um estalo, lembrei-me de meu celular e comecei a procurá-lo pelo apartamento. Seguindo o som, eu fui até meu quarto. Entrei no mesmo e o som ficou mais alto. Aproximei-me de minha cama e me agachei, vendo meu celular jogado ali debaixo. Peguei o mesmo e franzi a testa, sem saber como ele foi parar lá.

Encarei o aparelho em minha mão e quando vi quem era, meus olhos se arregalaram e quase saltaram do meu rosto. O nome ''Henry'' pareceu estar escrito em letras neon gigantes e senti meu coração saltitar. Levantei-me do chão e andei de um lado a outro pelo quarto, sem saber o que fazer. Eu atendo ou não? Eu espero mais um pouco para entender ou atendo logo? Eu me faço de difícil ou simplesmente deixo rolar? Oh, céus! Que confusão.

Dane-se. Eu vou atender.

Com as mãos ainda trêmulas, levei meu dedo até a tela do celular e atendi a ligação. Levei o aparelho até a orelha e prendi minha respiração, sentindo meu coração quase sair pela minha boca já seca.

- Elizabeth Wright. - seu tom era sedutor e tive que me sentar na cama para não desabar no chão.

- Henry Carter. - repeti sua fala, mas com a voz um pouco falha, o que o fez rir um pouco.

- Desculpe-me ligar essa hora. Atrapalho em algo? - perguntou.

- Não! - respondi depressa, quase como um grito. Percebi minha exaltação e respirei fundo, voltando a falar: - É claro que não está me atrapalhando. Eu não estava fazendo nada mesmo.

- Ah, ótimo. Como a senhorita está? - sua voz tranquila quase me fazia derreter, e o sorriso simplesmente não saia do meu rosto.

- Estou bem, e você?

- Melhor agora falando com você.

Prendi a respiração por um momento, sem acreditar no que tinha ouvido. Percebendo meu silêncio, ele voltou a falar:

- Bom, espero que não tenha esquecido o nosso compromisso de amanhã.

- Não esqueci. - respirei mais aliviada ao mesmo tempo em que meu coração voltava aos seus batimentos normais.

- Que bom, porque eu estou muito ansioso para te ver. Desculpe-me dizer isso.

Meu sorriso se alargou e eu pigarreei um pouco antes de responder.

- Eu também estou muito ansiosa.

- Aposto que você estará muito bonita. Na verdade, você é linda, Lizzie.

O Hóspede (Reescrevendo)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora