- Qual é o seu nome? Até me esqueci de perguntar. – disse enquanto o ajudava com a mala.
O rapaz loiro só carregava uma mala e uma enorme mochila, mas eu fiz questão de ajudá-lo já que ele seria o meu mais novo colega de apartamento. Eu estava rindo mentalmente até agora da cara que o senhor Steve fez ao ver o jovem pagar todos os meus aluguéis anteriores e mais o deste mês. Ele fez uma cara de desgosto ao ver o meu sorriso e ordenou aos grandões que colocassem o meu sofá de volta e arrumassem tudo novamente no lugar.
- Justin. Justin Bieber. – ele respondeu parado em minha sala.
Entrei atrás dele e coloquei sua mala no chão, fechando a porta de casa.
- Bem, Justin, este é o meu humilde apartamento. – apontei em volta e ele acompanhou tudo com o olhar. – Naquela porta à direita é o meu quarto, à esquerda é o seu e o banheiro é no final do corredor. E como você pode ver, a cozinha é quase junto à sala. – mostrei e ele sorriu enquanto observava.
- Pequeno, mas confortável. – ele disse e sorri de canto, assentindo.
- E ainda temos uma ótima vista da cidade de Nova York! – chamei-o com o dedo e ele me seguiu até a janela. Abri as cortinas e vi seus olhos castanhos brilharem assim que ele teve aquela visão maravilhosa que eu tinha em todas as manhãs.
- Nova York é realmente uma cidade espetacular. Ainda não acredito que estou na Big Apple. – ele disse quase para si mesmo e eu o encarei.
- Você gostou mesmo da cidade. – afirmei e ele assentiu.
- Eu nasci em uma cidade pequena no Canadá e um dos meus maiores sonhos era me mudar para uma cidade grande. E aqui estou eu, em Nova York. Isso é demais! – sua animação era contagiante. Até eu estava feliz por ele, e olha que ânimo é uma das coisas que raramente eu sinto. Pareço até uma velha de setenta anos falando assim.
- Bem, espero que se sinta à vontade. Como você mesmo disse, é pequeno, mas é confortável. – disse me afastando da janela.
- Já estou me sentindo em casa. – Justin disse se jogando em meu sofá e eu fiz uma careta assim que ele colocou os pés em cima da minha mesinha de centro.
- Não vou ter que impor algumas regras, não é? – perguntei e ele me olhou confuso. – Você sabe... Sem roupas pela casa, pés na mesa, sacos de salgadinho pelo sofá... – citei algumas coisas e ele riu, tirando os pés da mesinha.
- Não se preocupe com isso. Não sou bagunceiro. – afirmou sorrindo maroto e eu suspirei, balançando a cabeça. – E, aliás... – ele disse levantando a almofada e pegando algo debaixo dela. Minhas bochechas coraram no instante em que vi do que se tratava. – Imagino que este sutiã não seja seu, não é, senhorita não-faça-bagunça? – girou o meu sutiã em seu dedo indicador enquanto me olhava e eu bufei, puxando a minha peça íntima de sua mão.
- Foi só isso também. Não acontecerá novamente. – afirmei e ele arqueou a sobrancelha ainda com aquele sorrisinho irritante nos lábios rosados.
- Sei...
Rolei os olhos e caminhei até o corredor, ouvindo uma risadinha de Justin, que ainda estava estirado em meu sofá. Fui ao meu quarto e joguei o sutiã em cima da cama. Prendi meu cabelo em um rabo de cavalo e peguei o meu livro de psicologia que estava na escrivaninha. Voltei ao corredor, mas a voz de Justin ao celular me fez parar no mesmo instante. Eu sei que era errado bisbilhotar a conversa dos outros, mas eu não pude esconder minha curiosidade. Me escondi atrás da parede e me pus a ouvir sua conversa.
- É, Olivia, já cheguei a Nova York. – deu uma pausa. – Não, não, eu cheguei hoje pela manhã. Consegui um lugar para ficar. Não é grande coisa, mas posso ficar por aqui até conseguir uma casa ou até outro apartamento. É só por um tempo enquanto vejo os negócios da empresa. – entortei o nariz quando ele falou do meu apartamento. Não é grande coisa? Vá procurar outro lugar, então! – Ok, ok. Anota o endereço aí. Quem sabe você não possa me fazer uma visita hoje? – ele riu com malícia e eu estreitei meus olhos.
ESTÁ A LER
O Hóspede (Reescrevendo)
RomanceElizabeth Wright é uma jovem de vinte e um anos e uma universitária. É a típica garota tímida, inteligente, introvertida e séria; mas se vê em uma situação totalmente inusitada quando está à beira do desespero a ponto de ser despejada de seu apartam...