Capítulo 2

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✨ Brunna ✨

Estava no meu "estúdio" que fiz aqui em casa, na real é só uma partezinha do meu closet que eu decorei e fiz de cenário pra gravar meus vídeos e tirar fotos.

Hoje estava tirando umas fotinhas pra uma marca de roupas lá do Rio, só coisa linda, tô apaixonada por tudo.

Posiciono o celular no tripé e coloco no modo que tira várias fotos de uma vez, normalmente Lari me ajuda, mas hoje ela não pode, então tenho que me virar.

Faço várias poses e finalizo uma parte das fotos. Vou pegar a próxima roupa, mas antes que possa fazer isso sou interrompida pelo toque do meu celular.

Ligação de um número desconhecido, acho estranho, mas logo vejo o DDD do Rio e me preocupo, pode ser alguma coisa relacionada a minha avó. Trato logo de atender.

Ligação on

Bru - Alo.

-Olá, Boa tarde. Aqui é a Marcela, sou a recepcionista do Hospital Rio Mar. Falo com Brunna Gonçalves? - Franzo o cenho. Hospital?

Bru - Boa tarde, sim.

- Estou ligando pra comunicar que a senhora Elisa passou mal e precisou ser internada. - Me sinto um pouco tonta e me apoio na mesa que está próxima de mim. - Aqui consta que a senhorita é o contato de emergência. A senhorita tem algum parentesco com a paciente?

Bru - Ela é a minha vó. – Falo com a voz tremula

-Infelizmente sinto the informar isso, mas sua vó foi internada com sintomas graves e seria bom que a senhorita estivesse nesse momento ao seu lado. - Sinto lágrimas molharam meu rosto.
Bru - Claro, estou indo para o Rio imediatamente. - desligo a ligação sem esperar que a mesma respondesse.

Ligação of

Meu deus, isso não pode estar acontecendo! Minha vó no hospital?

Consigo me recompor um pouco e corro para o meu quarto para arrumar minhas malas. Irei para o Rio de Janeiro agora!

Assim que terminei de fazer minhas malas, liguei para Lari explicando o que aconteceu e ela ficou bastante nervosa. Lari e minha vó são muito próximas. Liguei para Camila também e pedi que ela cancelasse todos os meus compromissos.

Pego um uber o mais rápido o possível pra chegar logo nesse avião. Em anos que passei em SP, nunca recebi nenhuma ligação de que minha vo estaria doente. Nunca mesmo.

[...]

Embarco no avião e procuro meu assento. Encontro-o e coloco minha bolsa de ombro no compartimento superior.

O que mais me deixou confusa foi que sempre mantinha contato com minha vó, conversávamos 3 vezes na semana e ela não falou nada sobre estar mal.

Espero que isso seja só um mal estar. Não aguento mais perder ninguém. Principalmente ela.

Sempre foi muito companheira comigo, quando era mais nova e tinha pesadelos, ela que me ajudava. Foi ela quem fez eu não desistir dos meus sonhos de ser modelo, sempre fez tudo por mim.

Cresci sem meus pais, então ela sempre foi meu suporte nesse quesito. Nas apresentações de escola, quem ia era ela, tanto na dos pais, quanto na das mães.

Quando chegava o horário de ir embora, eu via os pais das crianças vindo pegar elas e sempre fiquei me imaginando no lugar delas. Como seria se eu tivesse tido pais.

Mas também esse era um dos meus maiores medos, ter pais, mas sem ser presentes. Quando eu era criança, tinha uma amiga que os pais dela eram presentes, mas eram dois pais viciados em drogas que se esqueciam até de alimentar a própria filha, não davam nenhum resquício de amor, nada. Era como se filho e merda pra eles fossem a mesma coisa. Com certeza ter esse tipo de pais é pior do que não ter.

-Olá, deseja alguma coisa pra beber ou comer? - Meus pensamentos são interrompidos pela aeromoça.

Bru - Me vê só um café puro, por favor. - Ela assente, me entrega o café e eu espero ansiosamente para que esse avião aterrice logo.
•••
Eitaa. O que será que está acontecendo com a vó da Bru?
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