QUARENTA E DOIS

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Juan

A vida de quem trai o cartel é cruel e por mais que o Henrique seja meu irmão ele tem que pagar. 

- Cuida dela, eu volto em meia hora- A Martina esta no hospital e minha mãe e eu vamos cuidar dela, o Pablo e a Estela sumiram e o Valentim vai terminar com o Henrique.

- Cuidado cara, eles podem estar por ai. 

- Eu sei o que estou fazendo Juan, sou vivido nesse mundo.

A forma como ele deixou o meu irmão me assustou de várias formas diferentes, não tinha lugar mais lugar onde ter sangue, o estado em que a Beatriz ficou é deplorável, nem velório terá, um tiro certeiro na cabeça e a vida acaba.

- Assim que ela acordar me fale e não deixe a Martina sozinha.

O Henrique merece tudo que aconteceu com ele e muito mais, não me admira que o Valentim o faça sofrer tanto, a Martina tem noventa e nove por cento de chance ter pego um IST ou ter engravidado e ter um filho dessa forma é terrível, ela deve sair pela manhã, não teve nenhum ferimento significativo.

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A noite esta linda, a Martina esta segura e o filho da puta do meu primo está de frente pra mim, ele esta acabado e se demorar mais ele morre por conta própria. Meu forte nunca foi matar imediatamente, prefiro a tortura é muito mais saboroso ver a pessoa sofrer e implorar pela vida, a cara que o Henrique quando viu o filho numa poça de sangue foi impagável, ele acreditou que eu estava blefando e estava mesmo, até ver ele brincando com minha cara.

- Você disse que não tem mais nada na vida- engatilho a arma que vai estourar os miolos dele- Mas você costumava a ter e era um marido e um pai de merda.

- Para de hipocrisia, você é igual a mim ou acha que não sei que tirou a virgindade da garoto e descartou ela como um lixo? Eu sempre tratei o Junior muito bem, podia não ser um pai tão presente mas meu filho sempre teve tudo e você não tem ideia de como é ver seu filho sofrendo nas mãos dos outros só por ser diferente, aliás você nunca vai ter o amor de ninguém seu idiota- ele cospe um pouco de sangue- A Martina sempre vai te odiar e você não consegue amar outra que não seja ela. Eu posso ter fodido com minha família, mas você nunca saberá o que é isso.

- Você nunca falou tanta na verdade na sua vida- ele não mentiu, a Martina nunca vai me amar e eu não espero isso dela e o Junior agora terá uma família descente.

- Atira Valentim, para de rodeios, deixa de ser fraco e me mata logo.

Tiro o celular do bolso e ligo para minha irmã 

- Camila? Llama a Junior, dile que el tío Timtim quiere hablar con él

- O que você esta fazendo?

- Oi Junior, como você esta?- coloco no viva voz para que o Henrique escute.

- Tô bem tio, eu e a Carmem brincamos com o Jones, ele quase me jogou no lago.

- Como assim? N-não é possível- os olhos do Henrique estão cheios de água- Eu vi ele morto.

- Daqui a pouco eu chego para brincar com vocês, tchau.

Eu nunca mataria uma criança. Tínhamos um plano.

O Junior usa um aparelho auricular e tem um pouco de dificuldade para fazer algumas coisas, enquanto eu estava com a mãe o Juan entrou pelos fundos e controlava o aparelho ele não ouviu um único tiro, eu sabia que o Henrique não contaria nada tão fácil e ele estava pouco ligando para Beatriz.

O Juan deu o menino um remédio que para os sinais vitais por algum tempo e despejou sangue animal perto e eu atirei antes de entrar no quarto. O Henrique não conseguia andar direito então quando chegou tudo já tinha sido feito, mas ele não sabia e a minha irmã pegou o garoto e levou pra casa depois que saímos. 

- Você é um burro, seu filho esta bem e seguro, vamos cuidar dele eu não sou um covarde como você, nunca mataria uma criança, nunca. Se algum dia eu me relacionar com alguém e ela querer abortar, eu cuido sozinho do meu filho, mas nunca vou matar um inocente.

- por favor, me deixa falar com ele só uma ultima vez, eu imploro.

- Pensasse nisso antes de fazer tudo o que fez hoje, te encontro no inferno- puxo o gatilho e o sangue dele espirra em mim, estou completamente sujo de sangue, mas nenhum é de inocentes. A Beatriz sabia de tudo e ainda acobertou o marido, não é a toa que os dois tiveram o mesmo destino. 

Agora vou para casa tomar um banho e ficar com a Martina, o Ector esta procurando o Pablo e quando o encontrar ele vai pedir pra nunca ter nascido.

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Eu esqueci completamente que estou fudido. Depois do banho meu corpo relaxa um pouco e volta a sentir dor por todo meu lado direito, inclusive nas costelas, espero que não esteja quebrada, mas se tiver vai ficar assim não tô nem ai.

Quando ponho os pés no hospital todo mundo me olha, uns com medo, admiração e outras com um olhar de puta do caralho, odeio mulheres assim. O que me fez ficar com raiva da Martina foi a vontade de ter e não poder, aquilo me correu por dentro e minha melhor defesa foi odia- lá mesmo a amando muito.

- Ela acordou?

- Já, agora ela vai tomar um coquetel e depois tem um exame para fazer- sinto uma coisa esquisita dentro de mim, meu coração acelera. Muito

- Valentim, preciso falar com você- vindo do Juan isso nunca é bom. Ele pode se candidatar  a vaga de secretário do diabo, nunca vi gostar de trazer noticia ruim

- Fala- pelo suspiro que ele solta, as coisas são péssimas.

- Tem alguma chance da Martina esta gravida?

- Não sei- não sei mesmo, transamos uma vez e usamos proteção, mas eu não sei- Foi uma vez e usei proteção.

- Estou desconfiado que sim, mas é só uma suposição.

Convenhamos que vindo de um médico isso não pode ser só uma suposição.

- Juan... eu quero a certeza disso- não creio que seja possível, mas eu sai da casa dela com tanto ódio que nem prestei atenção em nada- Se ela estiver eu quero saber.

Que caralho, ela não pode ficar presa a mim por uma criança, ela não merece isso. A garota tem o sonho de casar, ter um cara legal na vida dela e sou ao contrário de tudo isso.


A PROTEGIDA- UMA HISTÓRIA DE CARTEL (CONCLUÍDA)Where stories live. Discover now