VINTE E OITO

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Martina

- Você mentiu mais uma vez?- ele diz calmo, mas com um olhar furioso. Ele agarra meu cabelo- Você mentiu mais uma vez!- eu não faço ideia do que ele esta falando.

- Do que você tá falando? Eu não menti- meus olhos ardem. Eu já estava com vontade de chorar.

- Sua vagabunda- todas as vezes que alguém fala isso para mim é uma humilhação- Se você era mesmo virgem, deveria ter sangrado e isso não aconteceu- eu não acredito que ele acabou de me falar isso. Não acredito.

- Você é um louco, pré histórico- eu não consigo controlar e começo a gritar- Não sei porque essa obsessão de querer alguém virgem. Você não é! Você é um idiota libidinoso e quer isso de mim?- eu já perdi minha capacidade de raciocínio.

- Você está admitindo que mentiu?- eu não menti. Não menti.

- Eu. Não. Menti. Sai da minha casa, eu quero que você morra. Eu nunca, nunca deveria ter deixado chegar a esse ponto comigo. Nunca!

Ele acabou de tirar a minha virgindade. Acabou de me machucar e ainda me chamou de mentirosa. Ele continua parado me encarando.

- Eu mande sair! Eu devia ter ouvido minha intuição, continuar te odiando e você- eu aponto o dedo pra ele- Você nunca devia ter entrado na minha vida.

Ele se vira e vai embora e eu fico sozinha no quarto. A humilhação de ser desprezada. Rejeitada mais uma vez e agora eu tinha uma coisa pra me lembrar que ele esteve aqui... a dor horrível que estou sentido na minha parte mais intima e no meu coração.

- Que ódio. Eu odeio esse filho da puta- eu digo enquanto tiro a roupa de cama com raiva, eu troco tudo. Se pudesse queimaria essa cama.

Eu vou tomar um banho, não quero nenhum vestígio desse cara em mim. Nenhum.

Eu me esfrego com tanta força que minha pele está vermelha e arde, eu passei sabonete até na minha boca.

- Eu quero que você encontre alguém que você ame e te faça sofrer- eu digo esfregando cada vez mais forte minha pele- Eu pensei que você tinha mudado... a forma gentil como você me tratou mais cedo- as lagrimas começam a escorrer e eu me sinto ridícula. Me sento no chão do banheiro e deixo a agua cair sobre mim, por longos dez minutos.

Eu me levanto e sinto algo quente escorre por minha pernas.

- Que droga!- Sangue. A menstruação esta longe de vim e a penetração já aconteceu, eu não sei o que é isso e também não vou chamar a Regina, ela vai surtar.

Termino de me vestir e me deito, estou com nojo dessa cama. Nojo do Valentim.

Eu tive que vestir uma calcinha de algodão e colocar um absorvente. Sinto uma dor incomoda na vagina, no lugar onde ele esteve.

- Você me prometeu- meu queixo treme ao falar isso em voz alta- Você prometeu que não me machucaria, você quebrou sua promessa- eu deito de lado e abraço o travesseiro, meu alívio é chorar até dormir.

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Valentim

- Juan?- eu grito assim que coloco os pés dentro de casa- Caralho, não tem ninguém nessa porra- Juan!- eu puxo a coberta dele e me encara com os meio abertos.

- Caralho Valentim, me da paz. Todo dia você me enche o saco.

- Sem drama. Preciso ir até a Colômbia- eu não quero mais cuidar da Martina, nunca mais.

- É? O aeroporto não aqui- me dê paciência senhor.

- Isso só um aviso idiota. Eu preciso resolver umas coisas e estou indo agora.

- Graças a Deus eu terei paz- esse cara é um imbecil.

No caminho para cá eu pedi um taxi aéreo, eu preciso conversar com a Jimena e não posso esperar que ela volte.

A rodovia a noite é calma e tranquila, diferente do turbilhão que esta minha cabeça. Eu posso ser um pré- histórico como ela disse, mas minha raiva não é tanto pela mentira... é por saber que teve outro antes de mim. Eu não me guardei pra ninguém e não tenho direito de cobrar isso dela e a verdade é que estou com ciúmes. Foda-se.

A PROTEGIDA- UMA HISTÓRIA DE CARTEL (CONCLUÍDA)Hikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin