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As aulas haviam começado a mais ou menos dois meses. Graças a deus esse seria meu ultimo ano, Graças a Deus não, pois eu gostava um pouco daquela escola e havia tido bons momentos aqui e sem contar que tudo se tornaria mais difícil depois daqui, então iria sentir falta da Kyunghee University.
Enquanto assistia a aula chata do professor de geografia, algo ainda me atormentava: Minha terrível (Ou maravilhosa) noite com Lee. Aquilo tinha acontecido a quase três meses e não saia da minha cabeça.
Durante esse tempo evitava tudo que me levasse até ele, até aquela ruazinha endemoniada, quando eu tinha que ir ate a casa de Felix, aquela rua era um ótimo atalho, eu chegava bem mais rápido nos lugares. Pena que as coisas tinham que ser assim. Que drama. As vezes via Minho de longe e fazia de tudo para ele não me ver.
Ok, era exagero, eu sei, mas acontece que ele é um cafajeste e mesmo assim fui para cama com ele. Naquele momento a vontade de ser uma mulher me consumiu, assim eu poderia usar a desculpa de "Eu estou menstruada" séria mais fácil assim. E também por San, eu fiz tudo aquilo por San, o que fazia eu me sentir mais idiota ainda. Mas ao mesmo tempo Minho havia me proporcionado sensações que até então eram desconhecidas para mim.
Então até agora eu eu não sabia se aquela noite havia sido terrível ou maravilhosa, e quanto mais eu pensava mais eu piorava a situação.
— Então senhor Jisung, você não respondeu minha pergunta — ouvi o Sr. Donghae falar, e tipo, que pergunta? Ah eu não sabia, porque tinha algo me atormentando, então arrisquei Foda-se.
— Ah sim a pergunta... Hã... Poderia ser dez.
— Se eu estivesse falando algo sobre matemática ou qualquer coisa que envolva números isso faria sentido. — Ele suspirou — Geografia senhor Jisung, geografia.
— Ah muito obrigado pelo "Senhor" me sinto super importante — O professor me fuzilou com os os olhos, mas logo continuou sua explicação.
Logo bateram na porta e o Sr. Donghae murmurou algo do tipo "Droga, adoram interromper minha aula" E foi abrir.
— Bom dia... — Era a diretora. Mal dia isso sim.
— Espero que todos estejam tendo uma boa aprendizagem — Ela disse sendo formal — Vamos direto ao assunto. Agora temos um faz tudo na escola, ele ajudará o professor Jihoon de educação física e irá monitorar vocês no intervalo, e se precisarem de alguma ajuda podem pedir, mas não abusem é claro. Ele ficará com a gente mais ou menos uns seis meses. — Tadinho dessa pessoa, ele deve ser um homem tão bom e vai ter que viver esse inferno. Pensei comigo. A diretora olhou para a porta e fez sinal para que ele entrasse — Entre por favor.
PUTA MERDA, que droga é essa. Por um momento não estava acreditando no que estava vendo, em um momento super ninja coloque meu capuz e fiquei de cabeça baixa na classe. Se eu estava me escondendo? Não... Imagina. Mas foi algo totalmente inútil.
— Senhor Han Jisung, está tudo bem? — Pude ouvir a voz do professor, filho da puta. E quando levantei a cabeça, todos olhavam para mim, inclusive Minho que me olhava com uma cara estranha pelo professor ter me chamado de Han Jisung.
— Sim, só um pouco de dor de cabeça, pode continuar. — Gaguejei enquanto meus olhos se encontravavam os de Minho. Ele estava parado de braços cruzados do lado da diretora, usava uma camisa preta simples e uma calça jeans escura, o que era raro. Seu cabelo estava perfeito, ele me deu um discreto sorriso sacana, o qual fiz questão de ignorar, o que diabos ele estava fazendo aqui? Pode ter certeza que do que menos ele precisa é dessa merreca de salário que essa escola oferece. Há boatos que ele vem de uma família canadense com muito poder aquisitivo. Aí tem dedo podre.... Pode ter certeza.
Pude ver garotas e garotos babando em Minho enquanto ele se apresentava. Ridículo, inclusive ele, o rei dos reis dos reis dos reis das putas, Jungwon, eu odiava esse garoto, odiava.
— Então... — Ele tentava ser formal, mas aquilo não combinava com ele. — Estou aqui para o que precisarem, qualquer coisa já sabem, me procurem. — Minho falava aquilo com o ar de tipo "Para tudo mesmo, inclusive sexo"
— Para tudo mesmo Sr.Lee? — Jungwon disse com o cu piscando e olhando maliciosamente, e Minho retribuiu o olhar. Daqui umas semanas todos os garotos e garotas já estariam em sua cama. Ah e sem contar que Sr.Lee não combina nada com Minho.
— Sr.Lee?.... Gostei — Ele disse — E sim, para tudo mesmo. — Ele deu uma piscadinha e arrumou o fio rebelde de seu cabelo, o que fez as pessoas babarem mais ainda.
— Ele é gostoso pra caramba, uma noite com ele é o que eu mais quero ter agora. — Ouvi uma garota falando para outra atrás de mim.
Eu poderia simplesmente dizer: "Chupem, eu já tive esse privilégio" Mas eu era humilde... E aquilo não era privilégio. Mal sabiam o tipo de pessoa que Minho era.
— E você — Ele apontou para ninguém mais ninguém menos do que.... Euzinho. — Tem alguma pergunta? — Ele sorriu, pois estava fazendo aquilo por pura implicância e claro.
— Não. — Respondi severamente.
— Tem certeza? — Ele insistiu, havia diversão em seus olhos.
— Absoluta. — Fiquei o olhando de uma forma séria, ele do mesmo jeito. Mas logo saiu da sala com a diretora, que se duvidasse até ela ele lenhava. O Sr. donghae continuou sua aula.
— Senhor Jisung. — O professor me chamou. E porra, que mania que ele tinha de me chamar de senhor, me sinto um velho, toda vez que ele fala isso consigo me imaginar com oitenta anos e com a pele toda enrugada e de cabelos brancos. Que ódio. — Pode me fazer um favor?
— Sim... — Respondi.
— Vá na secretaria e me traga algo que preste e que não fique se desgastando para eu poder escrever na porcaria desse quadro. — Notei irritação em sua voz. Quase ri.
— Ok. — Sai da sala e desci as escadas meio que correndo, porque simplesmente amava fazer isso, mas dessa vez acho que não foi uma boa ideia pois pisei em falso e sai rolando escada a baixo. Que caralho mesmo.
— Merda! — Falei alto. Não havia machucado muito, apenas causou um dor insuportável no meu tornozelo.
— Você 'tá bem? — Uma voz rouca falou entre risadas — Você é uma anta mesmo, como que você consegue cair assim? — Lee ria mais uma vez - Eu queria que o corredor estivesse cheio para todos rirem da sua cara.
