— O que quer dizer com isso?
— Quero dizer que como tal, ela não hesita em usar táticas dissimuladas para obter resultados, como manipulação barata. Lenore leva muito a sério seu trabalho como diplomata, tome cuidado e jamais subestime ela apenas pela aparência inocente. Ela não é e nunca será. — Seguro o rosto de Camila entre os dedos e a faço me encarar mais firmemente. — Não caia nos jogos dela, não entregue sua mão e fique atenta, ela joga baixo e sujo, pode se recusar a tocar em armas, mas sempre há outros meios de ter o que se quer.
A Belmont concordou com a cabeça ainda tendo minha mão apoiando seu queixo, a soltei, mas antes roubei um selinho. Os olhos cor de carvalho ainda estavam escuros e sorri por isso.
— Mais algum alerta? — Perguntou como quem não quer nada.
— Nenhum meu amor... — Sussurrei próximo ao seu rosto tendo para mim seu suspiro apaixonado penetrando minha alma.
[...]
Autor's point of view
Os suspiros de dor e agonia vazavam dos lábios secos de um ser afastado e jogado no chão de uma cela. As condições em que se encontrava eram desumanas e assustadoras, mas foi a única maneira de pelo menos arrancar algumas respostas daquele homem.
— E então Hector, ainda continuará em silêncio? — Aquela mulher ruiva aparecia novamente na frente da cela.
— Água... — O corpo no chão esperneava, a voz rouca pela garganta seca.
— Dê-me uma resposta e trarei sua água, gelada. — E então a mulher ficou de cócoras, seu vestido branco sendo sujo naquele chão lamacento das profundezas do castelo de Estíria.
— O que quer de mim? — Hector, o prisioneiro perguntou.
— Apenas desejo que me responda quem é o outro, diga-me o nome, como ele é e por qual motivo está ajudando Drácula!
— Lenore... — O homem pelado e humilhado rastejou pelo chão até as grades da cela, o rosto contorcido. A vampira suspirou, seu coração apertando, diferente de suas irmãs ela sentia pena, dor pelo homem do outro lado, mas não deixaria Morana se aproximar, ela mataria o rapaz com torturas intermináveis e Striga seria pior ainda, mataria o rapaz assim que não obtivesse as respostas que queria.
— Diga Hector, diga e além de sua água trarei um cobertor para que se enrole, aposto que a cela é fria, não é? — Tentava negociar, estava tratando na base de recompensas, a cada resposta, uma recompensa, até que obtivesse tudo dele.
— Isaac. — Respondeu ainda mais humilhado, sentindo-se um traidor. Lenore concordou, aprovando que finalmente depois de dois dias ele estava se abrindo. — O novo general do senhor Drácula.
— Senhor não, ele não merece esse tipo de títulos. Agora conte-me mais. — Lenore estava feliz agora pelas respostas, enxergava Hector como um bom cavalo bravo, demorou, mas foi domado.
— Ele é um bom homem, corrompido pelas almas más... — Falava ainda apoiado as grades.
— Um bom homem? No exército de Drácula? — Lenore não acreditou.
— Sim, teve uma infância difícil, foi corrompido pelo mal humano, não tem culpa do que se tornou. — A vampira parecia ligar os pontos calmamente enquanto Hector estava desesperado.
— Antes de Drácula, o que ele era? Diga-me Hector. — As mãos com dedos finos e unhas afiadas passaram as grades da cela e prenderam o rosto do homem, fazendo com que ele a encarasse.
— Escravo. Isaac era escravo de um homem ruim... foi maltratado, não teve culpa, tem magoas com isso. — A ruiva concordou com a cabeça.
— Por seu bom trabalho, trarei sua água e um cobertor para apartar o frio. Você sim é um bom garoto Hector. — A voz mansa falava calmamente enquanto levantava e sacudia o vestido tentando tirar a poeira da roupa. Os passos se afastando e deixando um homem acabado para trás.
[...]
Lenore cumpriu sua palavra, entregou a Hector um balde com água e um cobertor. Em breve conversaria com ele novamente e tiraria mais informações, mas por enquanto, o que obteve seria o suficiente para acalmar Carmilla de sua fúria interior.
Estava sentada na mesa redonda, Carmilla andava de um lado para o outro, o vestido vermelho balançando suavemente e deixando que a abertura em sua perna fosse exposta. Vampiros eram sexys e intimidantes por natureza, mas Lenore tinha certeza que Carmilla se superava.
Striga acabava de entrar com Morana logo atrás.
— Finalmente! Pensei que teria que arrastá-las de seus aposentos. — A líder falou colocando a taça na mesa e encarando as outras duas.
— Não sei o motivo de tanto alarde, até parece que as coisas andam fora das rédeas. — Striga falou, calma enquanto puxava uma cadeira para Morana sentar-se, o que sua amante fez com classe arrumando a echarpe azul em seus ombros e braços.
— Eu espero seriamente que não Striga! — A taça foi jogada contra a parede com um tapa. Carmilla estava impaciente desde que capturou um dos Forjadores Demoníacos de Drácula secretamente. Hector, o coitado das masmorras.
— Acalme-se. As crianças Tepes já estão no castelo e com a caçadora! — Morana falou. — Será apenas questão de tempo até que as coisas sejam ajustadas.
— Ajustadas? Já era para tudo estar pronto! Era para esse velho estúpido estar caminhando no inferno e não aqui nos atazanando! — Falava ferozmente.
— Consegui coisas de nosso convidado, se as duas rainhas fizerem o favor de sentar para uma conversa civilizada eu começarei a falar. — Lenore atraiu os olhares das três, não esperavam por isso, há tempos o rapaz estava ali e não falava, e todo esse tempo as condições do homem piorava, pensavam que ele morreria daquele jeito, mas pelo visto, Lenore era mais esperta do que elas para conversar. Esqueceram-se de quem era conhecida como diplomata.
— Ora Lenore, a cobrinha cruel! — Elogiou Morana sorridente.
— Poderia fazer mais se me derem mais tempo. — As três concordaram com a cabeça e então Striga e Carmilla se sentaram.
A tarde seria longa e a noite conversariam com convidados bem especiais.
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Agora o pau vai torar! Olha as coisas começando a esquentar minha gente, ansiosos? Não esqueçam de comentar e deixar a estrelinha, ajudem a autora a crescer e voltar sempre todas as segundas. Quem sabe eu não faça várias postagens em um dia só, hein? Depende de vocês! Beijos e logo abaixo as imagens necessárias.
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Castlevania - Entre Vampiros
FanfictionDrácula conseguiu o que queria, uma grande parte de Bucareste eram vampiros. Todos pensavam que o mundo estaria perdido, mas a sede de sangue passou a anos, o que fez com que Drácula entrasse em sono profundo, com a promessa obscura de voltar quando...
Capítulo Dezenove - Conselho das Irmãs (Parte 1)
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