Capítulo Onze - Outros Olhos

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E é aqui amigos que a brincadeira começa a ficar mais interessante. Aquele delicioso sabor agridoce hein! Espero que gostem, escutem a música quando aparecer o aviso no capítulo e se preciso for, leiam a tradução, sintam e apreciem o momento. Nos vemos em breve!

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Lauren ajudou Adrian com sua formação aberta, eles eram rápidos em aprender as coisa, não demorou muito para ambos não conseguirem mais derrubar um ao outro, já sabiam dos ataques, se conheciam bem de mais.

- Chega! - Adrian falou se afastando, não dava mais para eles continuarem entre si, estava na hora de usar outra estratégia para treino. - Ei Camila, o que acha? - Ele aponta para Lauren. Estava tentando arranjar um novo parceiro para a irmã em quanto descansaria na sombra por um tempo. Allyson estava meditando próximo de uma árvore, poderia tentar a meditação com a mulher.

- Uma troca? - A Belmont focou os olhos em Lauren, seria tentador ver como os músculos daquela vampira funcionariam de perto. Lauren arregaçava as mangas despreocupadamente, como se nada daquilo a abalasse, por fora era como uma pedra, sem expressões. Por dentro, seu peito vibrava, treinar com um Belmont, se seu pai soubesse...

- Sim, uma troca. - Ela levantou, deixou as armas já afiadas de lado e agora ela arregaçou ainda mais as mangas mostrando a firmeza de seus músculos para a vampira que gostava de observar.

Adrian sentou em uma outra árvore próximo de Ally, cancelou os planos de meditar, focaria na luta. Camila ficou frente a frente com Lauren, os olhos vermelhos focaram nos braços firmes e com cor de oliva, tentadora.

- Parece que vai ter o prazer de lutar com um vampiro cara a cara Belmont. - Ela sorriu, fechou a guarda e ergueu a cabeça, os braços protegendo o tronco, as mãos em punho protegiam o rosto.

- É uma pena que seja um vampiro que ainda não posso matar. - Provocou também tomando posição.

(Aqui entra a música)

Lauren Tepes Jauregui's Point of View

O olhar dela queimava mesmo sem malícia, os olhos escuros faziam questão de não disfarçar, ao invés dessa luta, poderíamos falar disso? Dessa chama invisível entre nós, atraente o suficiente para nos fazer dançar com ela. Gostaria que ela pudesse ouvir o som do meu coração, ela era a única humana que conseguiu fazer com que meus olhos não enxergassem outro alguém, o pior, eu sabia que iria quebrar em breve. Uma vampira e uma caçadora? O que os livros de um futuro não tão distantes falariam? É enxergar a história por outros olhos.

Respirei fundo, sua investida chegou, foi tão rápido, porém meus olhos enxergavam tudo lentamente, era apenas eu e ela ali, dobrei o corpo e dei um passo para trás, ela não voltou a atacar. Garota, eu realmente pensei, pensei que éramos amigas, mas olhe para nós, podemos ser mais, não é? Deixar com que falem. Porque nos importaríamos, não é? Teríamos todo o tempo do mundo, seriamos apenas nós, nós contra uma história antiga de décadas onde um é a caça e o outro o caçador, podemos mudar isso, mudar tudo isso, juntas.

Sei que há lugares não tão distante de Castlevania, vampiros casando com humanas, tendo filhos, sendo felizes e escondendo sua família como podiam, mas eram casos e casos, nem sempre um vampiro seria bom. Eu e Adrian não éramos bons... Fomos moldados para algo, mas quebramos nossas correntes, juntos. Desaparecemos como fumaça por motivos muito mais fortes que nós.

Outro soco, não desviei, gostaria de ter suas mãos tocando meu corpo, não dessa forma, mas era a única que receberia, por enquanto. Seu punho fechado acertou próximo ao meu seio, forte, mas não o bastante. Não me movi, como uma muralha presa ao solo, encarei a face carrancuda da mulher e sorri, minhas presas salientes. Eu deveria irritá-la? Era adorável como seu rosto ficava vermelho pela raiva, como sua veia do pescoço pulsava bombeando mais sangue, sangue de ódio. Atraente, delicioso, qual seria seu gosto? Doce? Amargo? Eu poderia prová-lo?

- Desgraçada! - Sua mandíbula ficou rígida, minha mente nublou, imaginei ela mordendo-me a pele, causando me dor e prazer em medidas extraordinárias, seria maravilhoso, não seria?

- Bate fraco Belmont, confesso que esperava mais vindo de você. - Provoquei, eu confesso, eu era uma desgraçada mesmo, a desgraçada que amaria colocá-la de joelhos, um Belmont de joelhos... Minha Belmont de joelhos.

Vampiros eram possessivos com aquilo que consideravam seus, por qual motivo com ela seria diferente? Não seria, ela era minha, mesmo que ainda não soubesse. As coisas para nós filhos da noite funcionavam diferente, eu encontrei minha metade nessa mulher difícil, carrancuda e colérica. Nada mais que perfeita para mim. Imagino alguém olhar para ela com intenções demasiadas apaixonantes... não... Eu posso sentir isso doendo, o ciúme destrói tudo, eu sei. Mas por que eu não conseguia pensar diferente com ela? Não sei, talvez eu nunca saiba.

Eu não me entendo, deveríamos nos odiar, eu deveria odiar você, você me chamou de monstro, não foi pequena Belmont? Mas o tempo que passamos, as conversas não tão conversas assim e o lago... tudo isso girou algum tipo de chave aqui dentro de mim, me fez achá-la atraente. Errado, tudo que faço, penso ou sinto por você, é errado. Sempre será errado, mas se isso não vai mudar, de que importa? Vamos viver, não é o que também acha com esses olhos indignados, a postura de um touro e os dentes trincados como um lobo raivoso?

Outro soco, no rosto. Eu deveria parar de admirar sua face e atacá-la também, olho de relance para o lado vendo o rosto de Adrian contorcido, ele não entendia, deveria estar pensando em mil motivos para que eu não revidasse seus ataques, eu também ficaria assim se fosse meu irmão aqui, apanhando de graça, mas você sem dúvidas é uma mulher muito bonita.

Dessa vez eu revidei, obviamente não com toda a força, mataria você. Não gosto de pensar em sua morte, em seu corpo humano tão frágil à doenças, facas, maldições... Qualquer coisa. Quando você for minha, sua transformação será magnifica, não cometerei os erros de meu pai, minha mãe era humana, você não será, manterei você segura como eu puder. Saber lutar nos dias de hoje é o mínimo, você não conseguia portar magia nesse corpo fraco, mesmo que tentasse muito, sei disso apenas olhando você, olhando seu corpo, admirando você.

- Auch! - E então, foi para trás, rápida. O soco no estômago foi certeiro, menos de um terço da minha força foi usada ali. Fui a primeira filha dele, do demônio na terra, a maior parte daquela coisa veio para mim, por isso sou instável, soaria engraçado se soubesse Belmont? Riria da minha falta de controle? Me ajudaria?

Soquei novamente, não daria brechas para recuperação, ela lutaria com coisas piores, eu não poderia ser seu cachorrinho, não poderia ir com ela para todos os lugares. A minha mão bateu na lateral de seu braço, ela tombou para o lado, virou e me acertou outro soco, ela conseguir se manter de pé é o mínimo. Lutaríamos contra  a própria morte, terá que fazer mais, faça mais que isso Belmont, trapaceie, sobreviva. O soco mal fez cócegas, ela ainda estava desnorteada, dei outro soco, vamos Belmont, sei que essa não é toda raiva que tem aí dentro, venha para fora, mostre a fúria dos Belmont que há dentro de você! Estou esperando, não vou parar até que me dê tudo.

Ela se recuperou, sua mão agora parecia leve, aberta e não mais em forma de soco, e tudo que eu menos esperava aconteceu, ela voou em cima de mim, não para me acertar, foi como um abraço, um encontrão e um abraço, agora era eu a desnorteada, mas fez sentido no segundo seguinte, sua mão mole desceu com uma força sobrenatural nas minhas costas, estava leve, mas para o tapa ela nem fez força, aquilo queimou, era como um chicote, ela transformou os próprios braços em um chicote vivo.

Ela não atingiu meu músculo, atingiu minha pele, cai de joelhos pelo ardor, aquilo era infernal, ela se afastou tão rápido quanto apareceu, foi para trás de mim e novamente, seu braço mole desceu nas minhas costas, meu grito foi alto, os pássaros saíram voando das árvores, e ali eu gritei, mostrei e me humilhei, ela era a vencedora daquela pequena batalha.

Adrian correu até mim em choque enquanto a Belmont se afastava lentamente.

- Mas que por...

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Olha só quem deu o ar da graça... Deixem a estrelinha e seus comentários, aproveitem pois próxima segunda vão ter em mãos um novo capítulo! 

* Horários de postagem: Segundas, ao meio dia!

Castlevania - Entre VampirosWhere stories live. Discover now