Capítulo 33

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Maratona 1/10

ALFONSO

O que caralho aconteceu??
O que deu nela?

Estávamos bem.
Bem não, estávamos ótimos! Perfeitos.
A noite foi incrível, o café da manhã também. O que pode ter acontecido no intervalo de tempo que ficamos separados?
Não aguento mais me fazer as porras dessas mesmas perguntas, desde que ela falou tudo aquilo mais cedo minha cabeça está nesse looping infinito, e eu não chego a caralho de conclusão nenhuma.

Eu tinha certeza que aquilo era alguma brincadeira sem graça que ela havia inventado só pra me castigar. Mas todo o ressentimento que vi naqueles olhos me congelaram, eu fiquei sem reação.
Tentei impedi-la e até contra-argumentar, pensar em algo que a fizesse me dizer o que aconteceu. E ainda estou nessa batalha interna.
Quero dar espaço pra ela esfriar a cabeça ou seja lá o que precise acontecer pra ela voltar ao normal. Mas eu sinceramente não sei até onde vou aguentar, estou por um tris de fazer uma besteira.

Graças a Deus aquele marinheiro desgraçado não está aqui, eu não pensaria nem por um décimo de segundo em jogar ele desse barco, caso ele apenas olhasse pra ela.
Óbvio que o comentário que ela fez sobre a beleza da mãe do infeliz, que de fato é muito bonita, foi para me provocar, pra insinuar que ela acha ele bonito.
E conseguiu.
Isso me deixou mais irritado ainda. Porque, além de ficar martelando que ela se sentiu atraída por aquele cuzão do caralho, simplesmente, até agora, não sei o que eu fiz pra essa maluca.

Desvio meus olhos do mar e observo ela que continua grudada em Liah como um carrapato, bufo de raiva. Tenho vontade de ir até lá e obrigar ela me contar o que aconteceu. Mas conheço a peça, e ela além de não abrir a droga da boca, vai fugir ainda mais de mim.
Ja ouviram dizer que uma mula é teimosa?
Pois é, a pobre mula só levou esse título porque a Anahí ainda não tinha nascido quando escreveram isso.

Porra!!

Fico olhando o mar e repassando na minha cabeça cada detalhe dessa manhã, preciso me dar conta do que aconteceu. Sinto o barco desligar e quando me viro vejo que chegamos na marina, Elijah e Liah se despedem de nós e avistamos o mesmo motorista da última vez se aproximando.

Ja reparou que, quanto menos queremos conversar é quando as pessoas ficam mais falantes?

Nós perguntou como foi a viagem, a estadia no hotel, os pratos que mais gostamos, o clima, a ilha, os passeios.. Só faltou perguntar quantas vezes transamos, porque até perguntar se o herdeiro ja havia sido encomendado ele perguntou. Fazendo a Anahí engasgar e ficar vermelha feito pimentão. Ele carrega a mala da Anahí que caminha na frente fingindo estar falando com alguém, porque estou vendo perfeitamente o celular dela com a tela apagada.
Chegamos no carro e ela tenta sentar no banco da frente, mas o motorista estava com várias caixas para despachar no aeroporto e ela teve que a contra gosto ir no banco traseiro comigo.

E como sempre eu só tomo no meu cú, caí na besteira de perguntar a ele, por educação, como estava a família. Só não imaginei que ele faria desse trajeto até o aeroporto uma sessão de terapia gratuita comigo.
Nesse carro só tem uma pessoa que eu queira falar nesse momento, e ela está como uma estátua de mármore, com o rosto virado para a janela, colada na porta como se eu tivesse uma doença contagiosa. E o motorista falando sem parar das complicações que a sogra teve no fêmur ao cair no banheiro.

- Estão entregues jovens, boa viagem e tudo de bom pra vocês.

- Obrigado. — Respondo ao motorista que está sorridente ajudando Anahí a tirar a mala do carro.

Ele aperta minha mão e alguns tapinhas no meu ombro é o suficiente pra Anahí sair fugida na frente. Me despeço dele desejando uma boa recuperação a sua sogra e mais uma vez corro atrás de Anahí .
A avisto de longe no balcão da companhia aérea, me aproximo e aguardo enquanto ela conversa com a encarregada das atendentes ou coisa assim, tentando antecipar nosso voo que será daqui cinco horas.

Casa comigo, Hoje?  AyAWhere stories live. Discover now