1- Um Pequeno Resgate

325 25 6
                                    

Em uma tarde fresca de outono, eu, um adolescente chamado Matheus, passeava pelo parque natural de minha cidade enquanto ouvia minha playlist de músicas no aleatório, o parque fica no centro de minha cidade e eu costumo passear lá quase todas as tardes para ver as plantas e alguns animais que moram nas árvores e arbustos.
O parque era bonito e calmo, cheio de grama verde, porém levemente amarelada, muitas árvores que já estavam com suas folhas laranjas e muitas flores coloridas espalhadas por todo o jardim natural, era silêncioso e com poucas pessoas, além de muitos elementos naturais, o tipo de ambiente que eu gosto.
Eu seguia um caminho de pedras no chão que ligava várias partes do parque, ele ia em direção a aréa de acampamento que ficava bem ao lado de um lago, a aréa de acampamento tinha algumas barracas e uma fogueira apagada, porém ninguém por perto, já que aquela época do ano não era a melhor para acampamentos, eu segui o caminho que se dividiu em dois, um levava a área de acampar e a outra para uma ponte de pedra que atravessava o lago, eu segui o caminho da ponte já-que lá era meu lugar favorito do parque, pois batia uma brisa ótima e era divertido observar os peixes.-A ponte fazia uma curva redonda para cima, e era feita de uma pedra meio cinzenta em formato de blocos, uma coisa que chamava a atenção nela eram seus pilares que a seguravam acima do lago, eles eram cheios de vinhas e plantas em volta, elas cresciam subindo nos pilares e sempre que eu chegava no parque elas estavam maiores, aquilo deixava a ponte mais bonita e fazia-a parecer um cenário de filmes.
Me aproximei da ponte lentamente e comecei a andar por ela, parando bem ao meio, no lugar mais alto que ela chegava, ali era o melhor lugar para olhar o lago, eu cruzei os braços e me escorei na ponte com meus cotovelos, olhando para o lago, totalmente avoado e fora da realidade, apenas na vibe da música. Olhar aquele lago calmo, com poucos peixes nadando nas águas cristalinas, a leve brisa da tarde batendo nas folhas das árvores, aquilo era tão relaxante e me trazia uma paz interna que muitos garotos da minha idade pareciam nunca ter sentido, sabe como é, grande parte dos adolescente são muito atentados e abusados, parecem que sempre querem levar a vida no hard, as vezes parecem aquelas crianças encapetadas que você vê uma vez na vida e já sente pena dos pais, os famosos Enzos e Valentinas, como todo mundo chama.
Estava tudo ótimo, perfeito eu diria, a música tocando no talo em meus fones de ouvidos, o momento era simplesmente o mais perfeito, sem nenhum barulho ou nada do tipo, apenas paz e tranquilidade, até eu ouvir um som alto que me desconcentrou da minha paz interna, aquilo era como algo realmente pesado caindo na água, fiquei confuso e tirei meus fones de ouvidos para tentar descobrir se era coisas da minha cabeça ou não, ajeitando minha postura e segurando os fones em meu pescoço.

???: Finalmente me livrei dessa coisa, cara.
??? 2: Vamos embora logo, vai que algum vê.
???: Ok, ok.

E logo após passos, tinham duas pessoas atrás de mim que nesse momento estavam indo embora, deixei meus fones no pescoço e desliguei a música do meu celular, olhando para o lado e vendo dois jovens adultos indo embora, no momento fiquei ainda mais confuso e fui ao outro lado da ponte ver o que eles haviam jogado na água.
Lá havia um saco de pano amarrado com uma corda por cima, muitos nós, e o saco se mexia muito, como se estivesse algo lá dentro. O saco aos poucos afundava na água enquanto a coisa que estava lá dentro se mexia mais e mais, percebi que aquilo obviamente era um ser vivo como um animal e por extinto eu quis ajudar, me afastei de onde estava e comecei a correr pela ponte até o seu início, quase tropeçando em uma das pedras do caminho que havia, fui até a margem do lago e coloquei meu celular e os fones no chão o mais rápido que pude, então entrei na água, indo em direção ao saco que continuava a afundar, o lago era meio fundo, seja lá o bicho que estivesse naquele negócio, iria morrer afogado se ninguém ajudasse.
Cheguei perto do saco de pano e comecei a tentar abrir-lo de várias maneiras, mas os nós eram muito amarrados e eu estava extremamente nervoso no momento, e não conseguia desamarra-los, pulei para a segunda opção que era tirar aquilo da água o mais rápido possível, aos poucos, os movimentos que vinham de dentro do saco se tornavam mais lentos e fracos, estava perdendo a consciência, iria desmaiar por falta de ar, comecei a voltar para a margem puxando o saco que estava muito pesado, mas aos poucos eu me aproximava das minhas coisas e da margem.
Subi na margem e comecei a puxar o saco com mais força, minhas mãos tremiam e eu temia o que iria acontecer com a criaturinha ali dentro, era um cachorro? Filhotes? Talvez um gato ou um gambá, eu sei lá o que era, estava preocupado em tirar ele da água e era isso que eu faria, eu puxava, puxava e nada.

Te Adoto Como Meu BonecoTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang