Capítulo 11 - Os peões vão primeiro

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Olá, antes de lerem nós temos um aviso: Esse capítulo pode conter gatilho para quem for sensível ao assunto "automutilação". Se for desconfortável para você, pedimos que pulem o parágrafo para evitar possíveis desconfortos. Deixaremos um aviso antes do mesmo. Não é nada demais, mas apenas a menção do ato pode ser desconfortável para algumas pessoas.

Obs: Esse capítulo é inteiramente dedicado a nossa leitora Luana (@sentimentosde1a1000) . Muito obrigada pelo apoio e patrocínio!

Boa leitura! - Emy & Chloé.

Camila Cabello Point Off View

Uma vez Clarice Lispector disse: "Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento." Pelo menos foi a tradução que eu entendi do livro de literatura brasileira do meu avô. E eu acabei por levar essa frase comigo, mesmo sem saber o porquê um dia eu poderia usá-la. Mas acho que ontem, ontem foi o momento. Eu mergulhei de cabeça em algo que não conhecia, tudo por impulso de sentimentos que até então estão inexplicáveis para mim.

Eu me lembro de detestar Lauren Jauregui em um momento e no outro me lembro de estar nos braços dela na varanda de uma mansão. Como as coisas conseguem mudar tão rápido dessa forma? Se eu contasse isso para a Camila de três semanas atrás ela estaria gargalhando intensamente.

Aquela festa foi um divisor de águas. Tinha sido tanta informação ao mesmo tempo que eu achei que teria um ataque e desmaiaria. Tudo que eu acreditava foi distorcido com simples conversas que não devem ter passado de vinte minutos. Ver todos aqueles olhares machucados...preocupados e ansiando pela justiça...aquilo, aquilo mexeu comigo. Eu sei que sou muito intensa, mas era impossível não sentir, impossível não acreditar.

Demi disse que preciso estar pronta, porque a qualquer momento as coisas vão bater na minha porta. Mas não tem mais volta, eu fiz a minha escolha no exato momento em que deixei os lábios de Lauren Jauregui se juntarem aos meus.

Agora só me restava fazer o que Clarice disse, eu iria me render e não me preocuparia em entender. Em algum momento as respostas chegariam, disso eu não tinha dúvidas.

-O que tanto você escreve nesse caderninho? - Madison pergunta se sentando ao meu lado no sofá. Eu estava tendo um momento de reflexão matinal, após não ter conseguido mais dormir depois da ligação de Lauren para A.L.

-Só algumas ideias de música que ando tendo... - Dou de ombros.

-Posso ver?

-Claro. - Entrego meu caderno a ela. Não me importei muito se ela perceberia alguma coisa, eu já estava em um nível onde eu só queria colocar as coisas para fora e parar de guardá-las só para mim.

-"Mas eu poderia me acostumar com isso, com cada tatuagem em sua pele, memorizando cada centímetro." - Ela lê o trecho que eu tinha acabado de escrever e depois levanta o olhar para mim. - Uau...tem muitos sentimentos confusos na sua cabeça, imagino.

-Você nem faz ideia...- Respiro fundo e olho para as escadas onde Dinah descia fofocando no celular com alguém. Madison desvia o olhar para onde eu olhava.

-Vai contar para ela?

-Eu queria...- Vejo minha melhor amiga seguir para o corredor em direção a pequena biblioteca do apartamento e volto a olhar para Madison. - Mas ela não vai entender. Dinah está com a cabeça muito fechada, o que eu até entendo já que estamos passando por tanta mudança. Queria contar para ela a sensação que eu sinto, queria os conselhos incentivadores dela. Mas a única coisa que ela vai falar se eu contar é que eu estou errada e não estou pensando direito. Sei lá...é uma droga tudo isso para todas nós.

Heaven (CAMREN G!P)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora