Capítulo 4

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O Híbrido não se moveu com o impacto da debilitada força excedida pelos braços enfraquecidos do humano, ele só apenas  afastou minimamente seu rosto para mira com desconexão, a face chorosa do garoto.

Debulhando-se em lágrimas, o acastanhado se encolheu cobrindo o rosto com as pequenas mãos, o corte na sua coxa voltou a latejar constantemente, aumentando o seu choro cada vez mais.

Tomando pouca distância o moreno mirou com as sobrancelhas grossas juntas, o humano chorão diante de si, todo encolhido parecendo um filhote que perante ele demonstrava ser tão pequeno e vulnerável, o cheiro do doce sangue que escorria aos poucos da perna o atiçava.

Se aproximou novamente do garoto e emitiu um branido suave quando inclinou seu corpo, delicadamente, tomando cuidado para não encostar no ferimento do acastanhado, curvando a cabeça, o moreno tocou o pescoço do humano com o seu, esfregando o local ternamente.

Uma ação que assemelha-se a um gato pedindo por carinho, no entanto, era muito mais que isso. Aquele ato para á sua espécie, era considerado como uma forma de cortejo, e estava relacionada a um ritual ou proposta de reprodução.

Repentinamente, Jimin sobressaltou-se com a aproximação e com o toque inesperado, olhou para o lado com olhos arregalados e mirou os fios sedoso e úmidos do homem tocarem levemente, boa parte do seu rosto e pescoço, fazendo algumas carícias suaves.

O aroma de eucalipto se tornou mais forte gradualmente, rondando o corpo do mais baixo deixando o seu cheiro nele de propósito, numa mensagem clara de marcação de território.

Sentindo as bochechas esquentarem pela aproximação repentina daquele homem desconhecido, que até então o acastanhado não sabia quem ele era mas sabia o que ele era, o monstro do pântano, o mesmo crocodilo que o perseguiu e causou seus momentos de pânico desde que foi largado ali para morrer.

Jimin repeliu o toque do híbrido, afastando-o do seu pescoço com um empurrão, sua palma formigou ao ter tocado na pele amorenada percebendo o calor que emanava dela.

O homem o olhou de expressão confusa, já o pequeno humano que havia acabado de rejeitar o seu toque e proposta, o mirava com uma mistura dualitica de raiva, medo e constrangimento.

O rostinho vermelho do garoto e a confusão feita por seus pequenos olhos castanho clarinhos, que não possuía um ponto fixo para olhar, sempre inquietos tentando fugir tanto dos olhos verdes quanto da crua nudez do híbrido.

O acastanhado só não havia percebido que exibia o aroma do homem impregnado por todo o seu corpo.

— Eu disse para não se aproximar de mim! — brandiu com a voz fina.

Mas o mais alto pareceu não entender a princípio, ao ter sentido as mãozinhas daquele humano de doce olhos castanho seu peito vibrou, misturado-se com sentimento possessivo e protetor ao mesmo tempo.

Jimin estava tão submerso na dor que sentia que as gotas de lágrimas caiam por seus lumes como cascatas, imundando todo o rosto.

Focou no homem robusto a sua frente, ele não parecia compreender sobre espaço pessoal, o acastanhado se perguntava se ao menos aquele desconhecido falava a sua língua.

Levou apenas alguns segundos para o moreno afasta-se completamente do humano, ficando a uma boa distância afastado perto dos galhos do salgueiro.

O vento leve soprava os ramos verdes e sob a luz emitida pelos raios solares, a coloração esverdeada refletia-se ainda mais magnífica ao ter o híbrido posicionado no centro de toda aquela paisagem.

Ainda encostado contra o tronco da árvore, Jimin pensou que poderia passar horas e mais horas observando o mais alto destacar-se diante todo aquele cenário verde, como se ele fosse parte daquela decoração natural e maravilhosa.

Pântano🐊 | saga 1Where stories live. Discover now