Amor em pauta

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Os quatro estavam com os nervos à flor da pele quando se materializaram em frente à residência da família Belby. Era uma belíssima casa de campo toda feita de pedra, com dois andares, três anexos e um jardim extenso, e Olívia pensou que ali parecia o tipo de lugar que seria o lar de inúmeras memórias felizes de infância.

"Ok, vamos entrando", disse Fred, dirigindo-se ao portão e puxando Olívia protetivamente consigo. "Não gosto de ficar exposto no meio da rua."

A rua, no caso, era uma estreita estrada de terra, aparentemente deserta em todas as direções, mas Lino e Jorge os seguiram mesmo assim. Eles tocaram a campainha e não demorou para que fossem recebidos por um bruxo de meia-idade, com vestes escuras e óculos de tartaruga.

"Sim?" O bruxo perguntou, apontando a varinha para eles.

"Hum... Varíola de dragão?" Olívia disse, lembrando-se do combinado que fizera com Eddie no dia anterior.

O homem abriu um sorriso simpático e lhes ofereceu a mão. "Podem entrar, podem entrar... Sou Nestor, muito prazer."

Os quatro entraram, introduzindo-se e apertando a mão do Sr. Belby ao passar. O interior da casa era igualmente aconchegante, repleto de plantas e livros em todos os cantos possíveis, e Olívia conseguiu visualizar ali como o cenário das várias histórias de infância que Marcus já contara.

"Marcus e Eddie estão nos fundos", ele disse. "Podem me seguir."

Eles atravessaram as áreas comuns do andar térreo e saíram pelas portas dos fundos até um quintal encantador, com grama recém-cortada e flores perfeitamente conservadas, mesmo ainda sendo inverno. Seguiram o Sr. Belby até uma pequena casinha de madeira no final do terreno, onde ele parou e bateu na porta.

"E aí!" O rosto animado de Eddie apareceu, e imediatamente já estavam todos se revezando em abraços. Marcus vinha logo atrás, e Olívia teve a impressão que ele parecia diferente — teria ele crescido ou fazia só um bom tempo desde que o vira pela última vez?

"Como você está?" ela perguntou.

"Bem", ele respondeu, parecendo sincero. "É bom te ver."

"Você também."

"Nós também, eu suponho", Lino complementou.

Marcus sorriu. "É claro. Estamos à sua disposição."

"Bom, porque precisaremos de ajuda", disse Jorge, já abrindo a mochila. "Estamos com o horário apertado."

Eles então passaram a montar os equipamentos de transmissão do Observatório Potter e, cinco minutos depois, já haviam finalizado. Já era a quarta semana que usavam uma localização externa para transmitir o programa, seguindo a recomendação que Gui fizera, e por isso tinham se tornado muito eficientes. Até então, usaram as casas de pessoas de confiança (a de Gui e Fleur, a dos pais de Lino e a da tia Muriel de Fred e Jorge), que normalmente já contavam com medidas protetivas extras, enquanto a Ordem trabalhava em encantamentos que permitiriam que eles transmitissem seguramente de qualquer lugar.

Fred se aproximou de Olívia. "Nervosa?"

Ela apenas fez que sim com a cabeça enquanto tirava um pergaminho do bolso e o desdobrava. Fora sua própria ideia fazer uma introdução para o segmento especial de Dia dos Namorados do programa daquela semana, mas aquilo não significava que os nervos lhe consumissem mesmo assim. Ela apenas relia o discurso que escrevera, tentando ignorar o batimento acelerado.

"Vai arrasar", Fred a encorajou.

"Obrigada", ela respondeu, sem convicção.

"Nós podemos praticar exercícios vocais", Lino ofereceu.

A Última Dança | Fred Weasley (Livro 3)Where stories live. Discover now