A Última Dança | Fred Weasley (Livro 3)

Os Níveis Incrivelmente Exaustivos em Magia

O funeral de Dumbledore ocupou a maior parte daquela manhã, e foi de longe um dos eventos mais esquisitos e magníficos que ela já vira. Quase todo o corpo estudantil remanescera na escola, querendo prestar homenagem ao diretor falecido, mas os demais assentos foram preenchidos por todos os tipos de bruxos que Olívia poderia imaginar: havia antigos professores, como Lupin, Moody e até Umbridge (ela fez uma careta e desviou o olhar, torcendo para que a antiga professora não a visse); bruxos do Ministério que ela reconhecia dos jornais, tais como Scrimgeour e seu antecessor, Fudge; comerciantes e lojistas tanto de Hogsmeade quanto do Beco Diagonal; e algumas pessoas que ela supunha que eram ex-alunos de Hogwarts, tais como alguns jogadores de quadribol profissionais e até um dos membros das Esquisitonas.

Assim que se aproximou daquelas intermináveis fileiras de cadeiras, no entanto, Olívia correu em direção a Fred, que estava em uma das últimas fileiras, acompanhado de Jorge, Gui, Fleur e o Sr. e a Sra. Weasley.

"Gui!" ela exclamou, tentando não demonstrar qualquer reação ao seu rosto agora desfigurado. "Ah, que bom que recebeu alta!"

"Novinho em folha", ele disse, sorrindo, e Fleur beijou sua bochecha.

"Ah, Olívia", Fleur disse, com seu sotaque francês carregado. Olívia congelou; só havia falado com Fleur algumas vezes, na época em que estavam trabalhando em Gringotes, e não estava esperando que a garota se lembrasse dela. "Gui e eu querríamos convidarr você para nosso casamente em agosto. Fred disse que vocês estam namorrando novamente..."

"Ah", ela fez, pega de surpresa. "É claro! Obrigada."

"Ainda te enviarremos o convite formal."

Eles se sentaram enquanto o resto dos assentos eram preenchidos pela multidão, que não parava de crescer.

"Belas vestes", ela comentou baixinho. Fred trajava um paletó preto de pele de dragão, quase idêntico ao de Jorge: o de Fred era mais alongado e comprido, enquanto o de Jorge tinha uma lapela mais alta e botões duplos.

"Obrigado", ele disse, sem graça. "Estava esperando para estreá-lo numa ocasião um pouco mais festiva, mas..."

Ela deu um sorriso triste. "Você não convenceu Gui e Fleur a me convidarem pro casamento, convenceu? Não quero que eles se sintam obrigados..."

"Ah, longe disso." Fred balançou a cabeça. "Os dois viram uma vez que nós tínhamos voltado a trocar cartas, ficaram me enchendo o saco sobre isso durante a Páscoa inteira. Sinceramente, tenho a impressão que tinham alguma aposta entre si quanto a isso, porque eles ficaram me perguntando sem parar..."

"Viv!"

Olívia se virou, pulando no susto, e viu que seu tio Lionel se aproximava, com vestes negras formais. Ela soltou um suspiro, sentindo sua postura desabar, e correu a seu encontro.

"Ah, minha querida", ele disse, afagando seus cabelos. "Como você está?"

Antes que ela pudesse responder, entretanto, um coro mágico soou pelo jardim, fazendo um tremor correr pelo seu corpo e arrepiando todos os pelos de seu braço. Todos se viraram em direção ao lago, de onde vinha aquele som estranho, e viram que havia um grupo de sereianos emergindo da superfície da água. Olívia não sabia dizer se aquela música lhe trazia uma sensação boa ou ruim, mas era certamente familiar: já havia ouvido aquele canto antes, talvez nos próprios sonhos. Tinha a impressão de já ter acordado, no meio da noite, com aquelas vozes penetrando pelas paredes dos dormitórios da Sonserina.

"Acho que vai começar", ela sussurrou.

O tio assentiu e se sentou na cadeira vazia a seu lado, e Fred se adiantou, com o braço esticado.