O Observatório Potter

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Lino e Olívia haviam decidido que o primeiro episódio do Observatório Potter seria transmitido no Dia das Bruxas, dia trinta e um de outubro - uma noite em que todas as famílias da comunidade bruxa estariam conglomeradas em jantares, e assim poderiam se reunir para ouvir o rádio. Isso significava, portanto, que Olívia tinha apenas uma semana para encontrar com os amigos e tentar convidá-los para participar, do jeito que pudessem.

Eddie foi o único que a respondeu a tempo. Ela havia tomado o cuidado de não assinar o nome na carta, contando apenas que o amigo reconhecesse sua letra. As incontáveis anotações e redações que haviam compartilhado, nos sete anos que estudaram juntos em Hogwarts, felizmente se provaram proveitosas, e Eddie a respondeu combinando o encontro.

"Você o vê?" Olívia perguntou, quando ela e Fred chegaram ao bar trouxa onde haviam combinado de se encontrar.

Fred havia tomado uma boa dose de Poção Polissuco, e agora se encontrava a seu lado como um homem miúdo de meia-idade, com um enorme bigode pendendo do nariz protuberante. "Não", ele respondeu, "mas não enxergo muito bem. Esse cara bem que deveria comprar uns óculos."

"É, nós devíamos ter escolhido pessoas com visão menos cansada", ela concordou, ajeitando os próprios óculos. Ela havia se transformado em uma senhora simpática que sempre viam no mercado onde Natalie trabalhava, mas cujos óculos eram mais fundos do que pareciam à distância. "Vem, vamos sentar."

Eles se acomodaram no balcão, separados por algumas banquetas vazias. Olívia queria conversar com Eddie sozinha, para ter mais privacidade com o amigo que não via há meses, mas Fred havia insistido em acompanhá-la, além de teimar que tomassem a Poção Polissuco como medida protetora. Havia, também, combinado um sinal que ela poderia fazer, caso estivesse em perigo, além de definir uma localização segura para se encontrarem, caso precisassem fugir separados.

O estabelecimento, no entanto, parecia perfeitamente pacífico. Era uma quarta-feira à tarde, então apenas alguns pequenos grupos se encontravam ali, conversando e bebendo alegremente.

Não demorou muito para que Eddie finalmente aparecesse, trajando suas vestes bruxas de trabalho e fazendo várias cabeças se virarem em sua direção. Olívia sorriu: não tinha antecipado quão reconfortante seria reencontrar o amigo, ainda mais com as suas roupas habituais. Ela mesma havia se desacostumado a usar vestes bruxas, pois nas últimas semanas só havia saído de casa para frequentar locais trouxas.

Eddie se sentou no balcão; Olívia se realocou ao lado dele.

"Eddie", ela chamou.

Ele se virou franzindo a testa. "Posso te ajudar?" Então seus olhos se estreitaram e em seguida arregalaram. "Hawick?"

"Sim!"

"Por Merlin", ele disse, passando uma mão pelos cabelos. "Você me assustou! Nossa, hoje em dia não se fala mais com estranhos por aí, nunca se sabe..."

"Desculpe. Achei que seria mais seguro."

"Ah, e é. Eu mesmo deveria ter ao menos me trocado..."

O bartender se aproximou, e eles pediram duas cervejas. Eddie fez uma careta quando provou sua bebida pela primeira vez; Olívia, que já tinha se acostumado com a versão trouxa do drinque, a bebericou aos poucos.

"Acho que estamos tranquilos aqui." Ela então sacou a varinha do bolso discretamente. "Ah, antes de tudo... Para qual time você estava torcendo na final da última Copa Mundial de Quadribol?"

Ele pareceu confuso, mas respondeu mesmo assim. "Bulgária. Eu, hum... idolatrava Krum naquela época."

Olívia sorriu e murmurou: "Abaffiato."

A Última Dança | Fred Weasley (Livro 3)Where stories live. Discover now