Aviso: contém (muito) hot.
Acordo. E, apesar da dor de cabeça não estar tão ruim, não recomendo, porque o meu primeiro pensamento coerente - que, na verdade, não é um pensamento e sim uma operação matemática - é : eu + álcool = humilhação. Uma adição, e bem simples.
O espumante do réveillon me fez ligar para o meu chefe.
Os drinques da semana passada me deram coragem de flertar com o meu melhor amigo e aceitar ser beijada, o que, obviamente, não foi ruim.
E as Kryptonitas de ontem me levaram a tirar o pênis dele de dentro da calça, masturbá-lo e pedir...não, implorar para ser comida.
Porra, eu implorei que Juliano me comesse.
Eu.
Implorei.
Que.
Ele.
Me.
Comesse.
Por favor, Deus, desconsidere o fato de que eu tenho incomodado-O bastante nos últimos dias e me leve.
O quanto antes, porque Juliano está prestes a acordar e eu não quero ter que encará-lo.
- Você tá acordada, não tá, Kellyzinha? - ouço-o perguntar às minhas costas. - Suponho que você esteja pensando na noite de ontem...
- Tô sim - assinto, sentando na cama. - Vo...você se importaria de ir embora enquanto eu tomo banho? Porque eu e a minha humilhação queríamos ficar sozinhas e...
- Não me importo de ir embora, amor, mas a gente precisa conversar. - Ele toca uma das minhas mãos. - Você poderia olhar pra mim?
Pisco os olhos algumas vezes para afastar as lágrimas e me viro. Juliano está sentado na minha cama, despenteado, com cara de sono...e vestindo apenas uma cueca da Emporio Armani.
Boxer.
Azul marinho.
E que, apesar da cor e do tecido não tão ralo, falha miseravelmente em disfarçar que ele está excitado.
Muito excitado.
- Você... - Os meus olhos se fixam na frente da cueca. - Você...
- Sim, e você é a culpada. Eu tava olhando pra sua bunda, e...porra, eu amo a sua bunda. - O olhar do meu amigo desce para o decote do meu pijama e os meus mamilos enrijecem. - Também gosto dos seus peitos, gatinha, mas a sua bunda...!
- Hã..., o...obrigada?
- Você não sabe o que responder, não é? Tão inocente. - Ele levanta da cama e toca o meu queixo de leve, forçando-me a encará-lo. - Eu quero você, Kelly. Quero pra caralho, e a única coisa que me impede de te foder agora mesmo é a certeza de que nós dois não estamos na mesma página.
- Co...como assim?
- Você quer namorar, casar na igreja, ter filhos e um felizes pra sempre, meu anjo; eu não. Sequer tocaria em você se estivesse pensando normalmente, mas não tô. - O irmão de Ricardo passa o nariz pelo meu pescoço. - Há duas semanas que eu não consigo pensar em nada que não seja você e o seu cheiro, Kelly Müller. Você alugou uma mansão...não, um castelo na minha cabeça.
Fecho a boca com a palma da minha mão, o coração batendo com tanta força e tão rápido que eu não consigo respirar direito.
Inspiro.
Expiro.
- Juliano, eu...você... - murmuro, ainda sem ar.
- Quero ficar com você, Moranguinho. - Os olhos azuis se fixam nos meus. - Quero ser o primeiro a te tocar e te provar, quero...porra, eu quero todas as suas primeiras vezes! Não deveria querer, mas quero.
ESTÁ A LER
Um Clichê Para Kelly
RomanceKelly Müller sabe que não passa de um clichê, e dos grandes (sem trocadilho): é uma secretária executiva solteira/encalhada, acima do peso, apaixonada por gatos e mais apaixonada ainda pelo chefe, o mulherengo Ricardo Bianchi. Talvez ele a notasse...