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O terror nos olhos da Gata reflete todo o cenário sangrento que se tornou a toca do gato de rua.

O Lobo e o Pitbull observavam enquanto o Rottweiler dava seus últimos suspiros, afogado em seu próprio sangue. Eles pareciam esperar o momento perfeito para retomar a luta, desfrutando a morte com grande prazer.

Quando a luta recomeçou, o barulho de latidos, ganidos e rosnados foi tão alto que a Gata conseguiu superar seu medo congelante e percebeu que o gato havia escapado por uma abertura. Ela decidiu segui-lo.

Do outro lado do beco, havia uma rua movimentada. A Gata tentou rastreá-lo, mas não tinha as habilidades necessárias.

Enquanto caminhava sem rumo pelas ruas, sentiu-se observada e, ao olhar para cima, viu uma figura branca ganhar forma e tamanho. Era uma Coruja que se aproximava em seu rasante.

Ela pensou que seu fim estava próximo. Acabar como comida de coruja não parecia muito glamouroso, mas o que poderia fazer? Ela não conseguia correr e nem se esconder. A Coruja pousou ao seu lado e perguntou-lhe o que ela estava fazendo ali. A Gata respondeu imediatamente que estava procurando o gato de rua que havia fugido quando os cães e o Lobo começaram a lutar. A Coruja reformulou a pergunta e a Gata respondeu que queria voltar para casa para ser protegida, porque tinha medo de ser fraca. Talvez, ser refém da velha fosse sua sina nessa vida.

A Coruja a olhou de cima a baixo e disse para que voltasse onde o Lobo estava e lhe dissesse que o que ambos procuram, a Grande Mãe irá mostrar o caminho. A Gata gritou, dizendo que seria morta se voltasse lá, e a Coruja respondeu apenas que o Lobo entenderia.

A Gata não sabia o que fazer e pensou em se aventurar no meio dos humanos, na esperança de um dia encontrar a casa de sua dona. Ela não tinha ideia do que era a Grande Mãe e não queria voltar à toca do gato para ser morta. Por outro lado, o gato lhe devia, pois tinha prometido ajudá-la a encontrar seu lar. Quando começou a se afastar da toca, sentiu um rasante sobre sua cabeça e, sem dúvida, deu meia volta em direção à toca do gato. Ela sabia que a Coruja não a deixaria tomar outro rumo.

Quando chegou à toca, havia apenas silêncio e cheiro de sangue no ar. No chão, jaziam os corpos dos dois cães de briga, mas não havia sinal do Lobo ou dos outros animais que costumavam estar lá. Depois de caminhar um pouco, ouviu um rosnado e quando olhou na direção do som, viu dois olhos brilhando na escuridão.

O Lobo e a GataWhere stories live. Discover now