Refúgio, a cidade perdida.

Capítulo 15 - Lúcius

A crise chegou a Quedhes e alguma famílias queriam ir embora da cidade. Nicolas não gostou e mandou Hernandes avisar que quem fosse embora não poderia levar nada. Os moradores não gostaram e Nicolas piorou a situação aumentando os impostos que eles deveriam pagar.

A igreja praticamente não existia mais, os cultos de domingo estavam vazios e o novo pastor que era amigo de Nicolas não sabia o que fazer. Ele foi procurar o pastor Peniel para se aconselhar e o bondoso pastor falou com ele.

— A casa de Deus só pode ser dirigida por um escolhido do Senhor. Você é um jovem bem-intencionado Bryan, mas Deus não o quer dirigindo a sua obra. Foi o homem quem colocou você lá e Deus não aceita isso.

— Mas o que eu posso fazer?

— Deixe a igreja e ore pedindo a Deus a direção do que fazer.

— Mas se eu deixar a igreja Nicolas me mata pastor.

— Você não pode continuar na igreja filho. Peça para sair e agrade a Deus.

— Pensei que o senhor me ajudaria pastor.

— Eu não posso falar nada que não esteja de acordo com a palavra de Deus filho.

Bryan saiu da casa de Peniel e com muito medo foi falar com Nicolas, que o recebeu com cara de poucos amigos.

— O que você quer Bryan?

— A igreja... — o jovem pastor parou de falar e Nicolas gritou.

— O que tem a igreja Bryan, fale logo!

— Ninguém está indo, os cultos de domingo estão vazios.

— E o que você quer que eu faça Bryan. A cidade está um caos e você é um dos culpados!

— Como assim eu sou culpado?

— Se você fosse competente as coisas não estariam assim. A população precisa de fé e você fracassou miseravelmente!

Nicolas levantou-se de sua cadeira e a jogou contra a parede.

— Pretende entregar o cargo Bryan?

— Não sei Nicolas, você é quem sabe, somos amigos de infância, estou do seu lado, quero te ajudar.

Bryan estava trêmulo e Nicolas chamou dois guardas.

— Prendam este homem por traição, ele foi à casa de Peniel conspirar contra mim e abandonou a igreja!

— Espere Nicolas! Isso é mentira, eu fui apenas conversar com ele! Eu tenho esposa e filhos que dependem de mim, tenha misericórdia!

— Levem-no daqui! Esta semana mesmo ele será julgado por traição e deverá ser morto!

Nicolas fez isso para intimidar as pessoas que iam constantemente visitar o pastor Peniel e Hernandes perguntou.

— Por que não prendemos Peniel e o eliminamos de uma vez?

— Não é tão simples meu caro, Peniel é muito influente na cidade e muitos da minha família o consideram muito. Se eu o prender deixaria este lugar praticamente ingovernável.

Hernandes entendeu a explicação de Nicolas e avisou que o homem que ele havia contratado para comandar a igreja de Peniel já havia chegado.

O chefe da polícia indagou o seu líder.

— Se você já estava trazendo um novo líder, por que prendeu Bryan e o condenou à morte.

— Ele deu azar, hoje mesmo eu o tiraria da igreja, mas não gostei da sua indecisão quando eu perguntei se ele queria ficar ou não, por isso o prendi.

— Se ele entregasse o cargo você o livraria?

— Sim Hernandes, mas agora vamos julgá-la e deixá-lo como exemplo para os outros.

Naquele mesmo dia, Nicolas recebeu o homem que passaria a tomar conta da igreja de Peniel. Ele era um homem sinistro e parecia ser muito persuasivo. Ele era muito magro, sua pele era muito branca, como de alguém que não tomava sol e se vestia todo de preto.

Sua voz era rouca e ele se apresentou.

— Boa tarde Nicolas, eu sou Lúcius e é um grande prazer trabalhar para você.