Refúgio, a cidade perdida.

Capítulo 16 - George

Nicolas tinha um plano para a igreja de Quedhes. Ele pretendia que a igreja fosse bem frequentada como antes e que as pessoas voltassem a obedecer às ordens da igreja e das autoridades.

Lúcius era muito experiente na arte de enganar as pessoas fingindo ser um homem de Deus. Ele era muito persuasivo e carismático, apesar de se vestir de um jeito sinistro e de ter uma aparência estranha.

Bryan foi a julgamento e a acusação era traição. A maioria das autoridades da cidade não viu motivo para matá-lo, o que deixou Nicolas muito irritado.

Nicolas disse para Hernandes que em breve trocaria todas as autoridades de Quedhes deixando apenas pessoas que estivessem alinhados com o seu pensamento.

Bryan foi considerado inocente da acusação de traição, mas perdeu os seus bens e foi proibido de entrar na igreja da qual era pastor.

O jovem pastor chorou e teve que sair da sua casa com a sua família. Ele foi morar com os seus pais e ficou doente por não poder mais frequentar a igreja.

O pastor Peniel foi visitá-lo e orou pelo jovem que se recuperou. O bondoso pastor disse que também tinha ficado triste ao ser retirado da igreja, mas que Deus o estava confortando.

Bryan se alegrou quando o pastor Peniel disse que demoraria muito, mas que ele um dia voltaria a ser pastor de uma igreja e desta vez com a benção de Deus.

Lúcius mudou algumas regras da igreja e começou a amedrontar a população dizendo que terríveis castigos viriam sobre aqueles que não eram obedientes a igreja.

Com o passar dos anos Nicolas foi ficando cada vez mais autoritário. As pessoas frequentavam a igreja mais por medo do que por vontade própria, já que Nicolas ameaçava a todos que não o obedeciam.

As revoltas na cidade cessaram, mas Quedhes parou de prosperar como outrora. Os moradores vivam tramando planos para fugir, mas Nicolas ameaçava famílias inteiras de morte.

Lúcius ficou muito poderoso e virou o maior conselheiro de Nicolas. A visão de Lúcius sobre a bíblia era distorcida e assim ele fez Nicolas se desviar totalmente dos caminhos de Deus.

O Líder da cidade não tinha mais temor de Deus e arrumou várias amantes. Nicolas teve vários filhos fora do casamento e tratava a própria família muito mal.

Nicolas praticamente não dormia em com a sua esposa e seu único filho legítimo era educado para ser o seu sucessor por Lúcius.

O nome do filho de Nicolas era George Lester. Ele não gostava da maneira de como seu pai tratava sua mãe e dizia para Lúcius que ele era um falso líder religioso, o que enfurecia o sacerdote.

Certa vez Lúcius indagou a George.

— Você é muito inteligente George, mas é uma pena não gostar das coisas de Deus.

— Você e meu pai usam a Deus para amedrontar as pessoas e imporem suas vontades. Acho que as pessoas deveriam ser livres para fazer o que quiserem.

— Um povo livre é difícil de controlar rapaz.

— Um povo preso a uma fé ridícula é pior ainda Lúcius. Eu não vejo a hora de poder ir embora daqui.

— Seu pai crê que você será o sucessor dele George.

— Já falei para ele que não pretendo ficar aqui. Que esse povo eleja um líder entre eles e que seja feliz. Eu quero ir embora para um lugar onde ninguém seja obrigado a adorar um Deus que ninguém pode provar que existe.

— Deus existe sim George. Ele é real, bondoso e amoroso.

— Então não falamos do mesmo deus? O deus que você citou é bondoso e amoroso, mas o deus que você e meu pai servem é apenas um. O deus do dinheiro.

George deixou o pastor Lúcius sozinho e foi embora andar pelas ruas de Quedhes. Ele era visto com medo pelas pessoas por ser filho de Nicolas e jurava que na primeira oportunidade fugiria da cidade com a sua mãe.

Certo dia, George foi visitar um amigo de infância e teve um encontro inesperado e surpreendente.