Uma data especial, uma canção

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Beginning Middle End
Sometimes, you get what
you've always been wishing for
And most times, it's not on your deadline,
but that's alright
I was worn out and jaded
from trying on people to love
But you fit so well
Five years later, and I'm still yours
Ten years later, and I'm still yours
Fifty years later, and I'm still
your beginning and middle and end
Will you be my
beginning, my middle, my end?

~ Beginning Middle End, Leah Nobel

* POV Angie *

   Mais uma vez, acordei sozinha na cama. Me levantei um pouco desapontada, abrindo as cortinas para que a luz do Sol iluminasse o quarto. E, assim, me deparei com dois passarinhos que rodopiavam pelo ar. Sentia falta de acordar com os beijos de German. Me perguntava como havia passado tanto tempo da minha vida longe de seus beijos. Ontem, depois que as meninas foram para o Studio, German voltou para casa depois de quase 1 hora, me dizendo que houve um imprevisto na empresa. E ainda que esse fosse um motivo totalmente plausível, eu estava desconfiada. Ele andava tão preocupado comigo que era estranho ter se ausentado sem ter me avisado, mesmo que fosse por um tempo curto. Pensativa, caminhei rumo ao guarda roupa. Escolhi novamente um vestido, dessa vez um rosa claro, tomara que caia justo, que realçava as curvas do meu corpo. Prendi o meu cabelo em um rabo de cavalo e saí do quarto, estranhando o silêncio da casa. Chamei por cada um, mas o silêncio continuou intacto. Comecei a me sentir insegura com a possibilidade de estar acontecendo algo. Meu coração batia aceleradamente e minhas mãos tremiam inevitavelmente. Em razão do desespero, estava prestes a acionar os seguranças quando senti alguém tocar no meu ombro.

Angie: EU JURO QUE... - eu gritei, segurando a primeira coisa que eu achei para me defender, um livro, na verdade. - Olga? - Olga apenas assentiu, com os olhos arregalados. - Meu Deus, me desculpe, Olguinha. Eu pensei que estava sozinha e, enfim, me assustei. - eu disse, sem jeito, deixando o livro na mesa.

Olga: Bem... não podemos questionar o seu reflexo. Bom dia, minha pequenina. Eu escutei você me chamar, está passando bem? - Olga perguntou, preocupada.

Angie: Estou, sim. Eu só estava um pouco aflita, onde estão todos? - eu perguntei, olhando ao redor.

Olga: O senhor German foi com o Ramalho a uma reunião. Me pediu para avisar que era um assunto muito importante, mas que voltariam em breve. Já as meninas foram a uma coletiva de imprensa, estão anunciando a turnê. - Olga disse, enquanto descíamos as escadas. - Vou preparar o café, não demoro.

   Sem dizer mais nada, Olga foi em direção a cozinha, me deixando sozinha novamente. Entretanto, ao passar pela sala, meus olhos se prenderam em um ponto específico. O piano simplesmente tinha desaparecido da noite para o dia. E, até onde eu sabia, pianos não saíam por aí andando sozinhos.

   Angie: Olguinha? - eu chamei por Olga, na tentativa de decifrar o que estava acontecendo. - Por acaso você sabe o que houve com o piano?

   No entanto, Olga não me respondeu. Estava prestes a ir procurá-la na cozinha quando, para a minha surpresa, uma melodia linda invadiu a sala. Fechei os olhos, enquanto senti meu corpo relaxar com aqueles mesmos dedilhados de piano que eu conhecia perfeitamente de cor. "Soy Mi Mejor Momento" seria sempre uma das composições que mais me emocionavam. Não demorou muito para que eu percebesse que a música vinha do quintal. Curiosa, andei cautelosamente até a área externa da casa. E, assim que pus os meus pés na grama, apenas pude sorrir, encantada com a surpresa que me esperava.

     Todos: SURPRESA! Feliz aniversário, Angie! - minha família e meus amigos gritaram, animados.

    Não sabia como, mas eu havia sido capaz de me esquecer totalmente do meu próprio aniversário. Justamente eu, a pessoa que costumava passar o ano inteiro se planejando para todos os 8 de Outubro. Porém, por mais que eu mesma tivesse esquecido, minha família havia planejado um festa de aniversário surpresa para me lembrar da data de hoje da melhor maneira possível. Imediatamente, Violetta e Ludmila vieram correndo me dar um abraço. Eu ainda permanecia tão surpresa que demorei para retribuir aquele abraço apertado das minhas meninas. Sem perceber, lágrimas e mais lágrimas escorriam pelo meu rosto. E, pela primeira vez em muito tempo, meu coração estava repleto em sentir que aquelas lágrimas finalmente eram em razão da felicidade que parecia trasbordar do meu peito. Era uma pequena festa, mas ali, naquele jardim, estavam as pessoas que eu mais amava na minha vida. Depois de me recompor do choque inicial, Pablo, Brenda, Beto, Leon, Frederico, Olga, Ramalho, Francesca e Camila também vieram me parabenizar, me desejando lindos votos para o novo ciclo que se iniciava. Porém, uma pessoa em específico estava faltando. E, quase como se estivesse lendo os meus pensamentos, outra melodia começou a tocar do piano. Lá estava German, com um sorriso que me derretia por completo, tocando "Habla Si Puedes" olhando diretamente para os meus olhos. Caminhei em sua direção, sem conseguir conter as lágrimas que insistiam em escapar. Cantamos o refrão juntos e, assim que a música terminou, German me estendeu a mão, se aproximando para que pudesse me beijar.

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