Algo se acende, uma canção

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My Love, My Life
Like an image passing by
My love, my life
In the mirror of your eyes
My love, my life
I can see it all so clearly
Answer me sincerely
Was it a dream, a lie?
Like reflections of your mind
My love, my life
Are the words I try to find
My love, my life
But I know I don't possess you
With all my heart, God bless you
You are still my love and my life

   ~ My Love, My Life (Mamma Mia version), ABBA

* Angie POV *

Angie: Papai? - eu disse, sem acreditar no homem que estava parado bem na minha frente.

Miguel: E o meu abraço? - meu pai disse, com os braços abertos.

Sorri, me jogando imediatamente nos braços do meu pai. Pelo visto, eu também havia me esquecido que agora eu já não era mais uma garotinha e, não aguentando meu peso, caímos rindo no chão.

    Miguel: Minha Angelita, como cresceu! Está tão linda! - meu pai constatou, me olhando com os olhos marejados.

Rindo da cena, minha irmã se abaixou e também se juntou a nós naquele abraço um tanto quanto embolado. Porém, de repente, comecei a sentir cócegas. Foi o bastante para eu perceber que meu pai e minha irmã haviam iniciado uma guerra de cosquinhas contra mim, na qual eu já me encontrava sem ar. Afinal, Maria e papai sabiam exatamente onde eram os meus pontos fracos e sempre quando eu estava para baixo me surpreendiam com as infames cócegas.

Angie: Ah! E-eu não aguento m-mais! - eu chorava de rir, tentando protestar.

E assim, depois de mais alguns segundos de "tortura", finalmente as cosquinhas cederam e eu pude então me recompor novamente, me deitando na grama para retomar a minha respiração. Não demorou muito para que meu pai e Maria se deitassem ao meu lado e juntos ficarmos assim, observando as nuvens que se formavam sob o céu azul, exatamente como nos velhos tempos.

Maria: Olhem lá, aquela parece um elefante! - Maria falou, apontando para a nuvem.

Miguel: Claro que não, com certeza é um navio.

Angie: Vocês continuam péssimos, não veem que é um pirulito?

Maria: Ah sim, claro! Um elefante, um navio e um pirulito tem absolutamente tudo em comum!- Maria disse, irônica.

Nos entreolhamos pensativos para logo após rirmos juntos das nossas respostas. Porém, não demorou muito para que eu começasse a sentir algo estranho no meu corpo. Não sabia explicar aquela sensação nova que tomava conta de mim, não era como se eu sentisse exatamente dor, mas como se todas as minhas energias estivessem sendo sugadas de mim. Assim, me sentei, tentando novamente conseguir respirar normalmente.

Miguel: O que foi, minha princesa? - meu pai perguntou, preocupado.

Angie: Eu... e-eu não sei... e-estou me sentindo tão... f-fraca... - eu disse, sem fôlego.

Prontamente, Maria se sentou ao meu lado e segurou firmemente minhas mãos. Sem dizer uma única palavra, olhou para o meu pai, que pareceu entender de imediato o que minha irmã queria dizer.

Miguel: Filha, você precisa voltar. - meu pai disse, seriamente.

Angie: O que? Como assim voltar? - falei com dificuldade, um tanto quanto confusa.

Maria: Voltar irmãzinha, para a sua vida, para a realidade. Seu tempo está acabando aqui... - Maria disse, com cautela.

Angie: Eu... eu não posso voltar. Não quero. Não... consigo. - eu disse prontamente, infeliz com a hipótese de nos separarmos novamente.

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