Germangie - Felizes para Sempre?

Um hospital, uma canção

Can't Imagine
I can't imagine what a world would be
Without you,
all the birds would stop their songs
Without you,
all things right would feel so wrong
No, I can't imagine what a world would be
Without you, I'd always be alone
Without you, I don't know where to go
I can't imagine, no, what a world would be
Without you

Can't imagine, Shawn Mendes

* German POV *

Poucos minutos haviam se passado, mas para mim era como se cada minuto fosse interminável. Angie ainda estava deitada sobre os meus braços, já totalmente sem consciência. Com cuidado, tirei uma mecha de cabelo que estava tampando parte do seu rosto. Se não fossem pelas manchas de sangue ou pela palidez, qualquer um que passasse por perto poderia pensar que Angie estaria apenas dormindo. Sua expressão era serena, mas ao mesmo tempo, sem vida. A segurei firme e continuei a gritar por socorro, na esperança de que alguém estivesse milagrosamente por perto. Então, quando a minha voz começou a falhar, olhei para Angie novamente. Apesar de todas as coisas, ela nem por um único segundo havia desistido de mim. Sabia que ela estava sendo forte, mas também sabia que Angie não era invencível. A chuva continuava a cair, as árvores continuavam iguais, mas ao mesmo tempo tudo ao meu redor parecia diferente. As cores, os sons, nada mais fazia sentido. Eu estava vivendo em um pesadelo do qual eu não conseguia me despertar. Já não haviam alternativas, já não haviam esperanças. Me sentia incapaz por não poder fazer nada, por estar vendo a mulher da minha vida morrer aos poucos entre os meus braços. Com cuidado, apoiei levemente minha cabeça na sua e me rendi novamente às lágrimas que escorriam com força.

German: Eu te amo tanto. P-por favor volta, Angie. - eu sussurrava incansáveis vezes no seu ouvido, na esperança de que Angie estivesse me escutando de alguma maneira.

Eu não suportaria perdê-la, eu não viveria sem ela. Naquele mesmo momento eu soube que não estava vendo só Angie morrer, sentia com todas as forças que parte de mim também estava parando lentamente junto com o coração de Angie. Eu não estava machucado, mas uma dor imensurável corrompia cada centímetro do meu corpo. Exatamente a mesma dor que me consumiu no dia da morte da Maria. Angie havia me pedido para eu ser forte, mas sem ela eu jamais conseguiria. Angie era o meu começo e o meu fim, a minha força e a minha alegria, Angie era a minha vida. Sem Angie não havia mais nada em mim. Somente ela tinha o poder de despertar o melhor em mim e eu já não saberia mais como viver um único dia em um mundo em que eu não poderia vê-la cantarolando pela casa ou sorrindo para coisas tão simples que aos meus olhos passariam facilmente despercebidas. Porquê dentre tantas as coisas, Angie era a síntese de tudo o que existia de melhor e puro no mundo. Angie via simplesmente coisas tão lindas e singulares onde ninguém jamais poderia ver. Ela sempre havia sido um tipo único de luz e naquele momento, era a luz que eu via aos poucos se apagar. Estava perdido em meus pensamentos quando para a minha surpresa, vi uma silhueta familiar se aproximar cada vez mais. Pensei estar delirando quando finalmente Pablo apareceu por completo, claramente assustado com o que estava vendo.

      Pablo: ANGIE? - Pablo gritou, enquanto corria desesperadamente até onde Angie e eu estávamos.

Assim que Pablo chegou próximo o bastante para poder ver o estado de Angie, ele desabou no chão e segurou as mãos de Angie. Pablo continuava a gritar pelo nome de Angie enquanto desabava em lágrimas.

Pablo: E-eu não acredito! - ele disse com dificuldade, era como se estivesse sem ar. - PORQUE VOCÊ NÃO ME LIGOU, GERMAN? - Pablo gritava comigo.

German: E VOCÊ ACHA QUE EU NÃO PENSEI NISSO? - eu disse, fora de mim. - Eu não pude! Aqui não pega sinal de nada e eu não conseguiria andar tão longe com Angie no escuro, eu pioraria mais as coisas! Eu t-tentei protegê-la! Você não entende, mas este tiro seria meu! - eu disse, me sentindo culpado.