into the past | chapter forty nine

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Chapter Song

Let It All Go | Birdy, RHODES

Ana Alencar| 8° ❄️

É incrível como sem querer a vida calma e nos trilhos, se torna a turbulenta e sem destino. Deitar na cama e não saber no que se deve pensar primeiro, há tantas coisas, comigo o ser humano é falho, ele pensa justo no que não devia. A dor de um coração partido é a pior das piores, pois parece que a cada dia que se vai, ela insiste em ficar pior, é como aquela infecção que lhe corrói e que apenas cresce se não tratada corretamente.

Já se passaram alguns meses do acidente, e estou meramente recuperada e pronta para voltar a rotina normal, mas com um pedaço dela faltando. Haz me informou que provavelmente receberei uma quantia pelo que fiz pela agência, não muito alta, mas uma boa quantia, o caso do contrato é uma história complicada e longa, o que me restou é procurar um emprego, talvez eu já saiba onde posso procurar.

Prendo meus cabelos, elevados em um coque desestruturado pela pressa, um rosa nos lábios brancos e defuntos, o blush para parecer que os dias tem sido melhores, e um rímel para levantar o olhar que há muito tempo está caído.

Logo estou a frente do café em que conheci Melissa, agradeço a Sam pela carona, e parto para dentro do mesmo.

— Bom dia, lembra de mim? - Abordo Melissa, que me recebe sorridente.

— Claro que lembro, Ana! - Ela me puxa para um abraço carinhoso e quente. — Sinto muito pelas coisas que aconteceram com você! - Mel se solta, sobrepondo suas mãos sobre minha face.

— Está tudo bem agora Mel. Eu gostaria de lhe perguntar, de novo, existe alguma vaga de emprego nesse café? - Sua expressão muda imediatamente.

— Eu vou dar um jeito de lhe colocar aqui dentro, irei falar com Roy, um segundo! - Mel adentra o café ainda mais, fazendo um sinal com mão, de espera.

Enquanto a aguardo, meus olhos percorrem aquele café, que agora está completamente mudado devido a reforma de alguns meses atrás, o ar continua sofisticado e acolhedor, a iluminação feita por lustres amadeirados e com luz amarelada, mesas combinadas, está completamente novo mas ao mesmo tempo continua o mesmo.

— Você deve ser a Ana, amiga da Melissa? - Um jovem me aborda, estendendo sua mão.

— Sou eu mesma, e o senhor? - Aperto sua mão.

— Perdão, sou Roy, o dono do café. Melissa me disse que precisa de um emprego, podemos conversar?

— É isso mesmo! Claro, podemos, sem problemas! - Adentramos a sala, em que devia ser seu ambiente de trabalho, que fica aos fundos do café.

— Sente-se, por favor. - Ele estende a cadeira. — Bom, me diga o por quê.

— Ahm, há alguns meses atrás eu sofri um acidente, e fiquei um tempo debilitada, acabei perdendo o emprego e agora eu preciso pagar as contas, e voltar a viver. - Roy me observa atentamente, me parecendo comovido com algo que eu dissera.

— Sinto muito pelo acidente, eu havia visto a cicatriz no seu braço, mas achei desnecessário perguntar algo! Eu me lembro de você, sinto muito por tudo que lhe aconteceu também.

— Obrigada, as coisas acontecem não é? Eu só preciso seguir em frente agora, e esse emprego seria ótimo. - Meus olhos se voltam para os dele, verdes intensos.

— Isso é um sim Ana, acredito em recomeços, e isso foi um ponto favorável para você, começa amanhã às nove horas? - Roy sorri minimamente, estendendo novamente sua mão.

— Fechado! Amanhã às nove! - Aperto sua mão, e um sorriso sobressai em minha face.

— Eu estarei no café amanhã pela parte da tarde, então, lhe passarei todas as informações que irá precisar, não se preocupe.

THE JOB Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon