angels do not remain | chapter forty five

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Chapter Song

I know You | Skylar Grey

Thomas S. Holland | Londres ❄️

  Ela havia jogado em minha cara o quanto eu poderia ser um ser desprezível, e o quanto eu poderia não tê-la perdido. O quanto eu poderia ter feito para que não à perdesse. Mas, como eu sou um simples homem, e homens são idiotas, não ouvi e não percebi o tanto de sinais que ela havia me entregado inocentemente.

Se eu pudesse pedir algo seria que, que... Ah, seria que ela voltasse para mim, e que pudesse compreender o que eu gostaria de explica-la. Repleto de "mas" e de "e se", ainda estou a espera de que ela irá me tirar o copo de whisky das minhas sujas mãos, e irá manter suas delicadas mãos em meu cabelo, ainda espero que ela volte, espero que ela me salve, porquê apenas ela é capaz de me fazer enxergar o que é óbvio, só ela é capaz de manter minha vontade de viver, só ela é capaz, Ana é mais que capaz, a Ana é tudo, tudo que eu tinha, e perdi.  

Me sinto perdido sem poder ver os seus olhos como minha direção, me sinto perdido sem poder contar com o seu abraço, me sinto perdido em saber que eu lhe tinha, me sinto perdido sem você.

Esse bar está repleto de pessoas que sentem o mesmo, que estão esperando que algumas gotas de álcool façam o que não conseguem fazer sóbrias, continuar, esperam que consigam continuar. Mas eu lhes digo que não, nada irá ajudar vocês, porquê não dói na alma, dói no coração, dói onde o álcool não pode chegar, dói onde jamais pensei que pudesse doer, dói, e dói demais.

Deixo em cima do balcão amadeirado alguns trocados, para que possa pagar as doses nas quais ingeri no estabelecimento, e quando parto da porta para fora, eu não tenho para onde seguir, eu não tenho mais o abraço que me aconchegava quando eu tocava a campainha, não possuo mais os olhos que iriam me olhar com piedade, não tenho mais alguém que irá me tocar com verdade, não possuo mais a minha mulher, não tenho mais a mulher que eu amo comigo.

Vem Thomas, você está bêbado!  - Ouço uma voz masculina aos fundos.

— Ei! O que pensam que estão fazendo? - Repreendo-os.

— Salvando a sua vida! Agradeça quando acordar!

  Apenas sinto colocarem meus braços sobre seus ombros, eu não consigo identificar quem são as duas pessoas que relutam e me xingam logo após.

The next morning | Na manhã seguinte

Sinto meus olhos pesados, a cortina reflete a luz do dia. Apenas observo ao redor, e percebo que estou em casa, sinto também, uma forte dor de cabeça, mal me lembro o que me deixou assim.

Ana, onde você está...

Minha mente insisti em pensar nela, como se estivesse acontecendo algo, talvez seja só um sentimento de culpa, o sentimento de... O sentimento de não querer perde-la, mesmo já tendo a perdido.

  Ergo minha cabeça para visualizar se encontro meu celular, e por sorte, estava jogado no chão de meu quarto. Me levanto e vou até ele, quando o pego em mãos, vejo que sua tela, está com um trinco enorme, mas ainda sim, funcionando perfeitamente, ainda conseguirei usá-lo por mais dois anos consecutivos.

"Bom dia bela adormecida, sei que já acordou! Então, preciso de sua ajuda hoje, te esperamos!"

Sam precisa de minha ajuda, talvez quem precise de ajuda sou eu! Observo ao redor desse quarto vazio, pensando nas possibilidades de estar sozinho ou não.

— Mamãe! - Ouço Paddy gritar.

Obviamente eu não estaria sozinho, ainda tenho uma família! Me encaminho até a gaveta em que estão as minhas toalhas, pego uma, e me encaminho para o banheiro, afim de limpar toda a sujeira da minha alma.

THE JOB Where stories live. Discover now