Capítulo Cinco - Mestre Forjador Demoníaco

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- Que tipo de barulho? - Sussurrou de volta.

- Não sei, era como  se algo grande estivesse se mexendo... - A Belmont concordou com a cabeça para fazê-la parar de falar e olhou ao redor, os olhos abertos e atentos como o de um lobo. Desceu do cavalo, Fúria era medroso, se fosse realmente algo grande poderia derrubar os dois juntos. Puxou ele até uma árvore e o prendeu lá. Para que não fugisse como sempre tentava.

Então ela ouviu o barulho que Allyson tinha falado. Era um grunhido e passos lentos e pesados batendo no chão, Camila não conseguia reconhecer o que era aquilo. Com um gesto mandou Allyson descer também e amarrar o cavalo, não poderia perder nenhum deles.

O barulho ficou mais próximo, agora o som parecia mais sombrio, e ali estava, saindo das árvores e erguendo o tronco ensanguentado, uma criatura noturna horrenda. Dentes afiados, garras longas, sem cabelos e olhos brilhantes. E com olhos, não eram dois. Cinco olhos brilhavam na face deplorável. 

Allyson soltou o ar como se estivesse prendendo-o a muito tempo, arrancou uma folha da árvore que estava próxima e começou a recitar um feitiço baixinho, atraindo assim todos os cinco olhos da criatura para si. Sem sombra de dúvidas, aquilo foi uma péssima ideia. A besta grunhiu e avançou, a velocidade era de mais, Camila nunca tinha visto um ser desses antes, era novo. Não havia nada parecido no bestiário Belmont.

Um único significado para isso: Drácula agora tinha um novo Mestre Forjador Demoníaco. Mestres Forjadores, humanos treinados nas artes das trevas pelo próprio Drácula. Tendo em si a habilidade de criar e forjar criaturas demoníacas e perversas. Esses jovens homens corrompidos por Drácula não eram só meros feiticeiros. Não tinham apenas treinamento em magia negra, eles também sabiam as artes da alquimia e da metafísica espiritual, sendo capazes de fabricar armas e arsenais massivos a partir de meras matérias-primas de quase qualquer tipo, bem como criar seres vivos mágicos com o conhecimento proibido que eles possuem.

Existia apenas um vivo há anos, Drácula o mantinha por perto, criando e refazendo as criaturas de seus ataques, era muito difícil conseguir um novo mestre forjador, por isso, Camila acreditava que ainda era o mesmo de sempre. Mas vendo agora, essa nova criatura que não se encontrava no bestiário. Ele tinha outro, ou talvez vários, Drácula era imprevisível!

Todas as criações de demônios pelos forjadores são conhecidos como: "Demônios inocentes". Criaturas convocadas e nascidas das trevas, desde originais e feitas por eles mesmos, até mesmo matavam e reviviam o que não ficavam de seu agrado. Todos os seres criados mantêm lealdade estrita e absoluta ao seu respectivo Forjador e crescem em poder através de batalhas contra humanos inocentes e da destruição das cidades por onde passavam.

Forjadores não podem ser considerados vampiros, mas, já não eram tão humanos assim, possuem uma fisiologia diferente, sua força é elevada, quase igualando aos filhos de Cratos, e a sua velocidade são comparadas aos filhos de Íris. São imunes a qualquer efeito biológico, não precisam dormir ou comer, não sentem frio ou calor. Para matá-los é como lutar contra um vampiro.

Existem dois tipos de forjadores, e Camila agradecia aos céus pelo Drácula nunca ter conseguido um deles. O Forjador Demoníaco e o Ferreiro Divino.

O Forjador ou Ferreiro Divino, tem suas habilidades com forja incríveis e insuperáveis, não criam monstros, mas armas, armas superiores aos maiores ferreiros da história da humanidade, e talvez se iguale a um deus das forjas menor. Sendo assim, consegue forjar armas mágicas e grandiosas, com os poderes e encantamentos diversos.

Camila sacou a espada e a adaga, se aproximando da criatura que ainda perseguia a garota loira, fincou a espada em suas costas, mas nem mesmo um barulho de corte foi ouvido. O mostro virou a cabeça para si, sorrindo com dentes afiados.

- Não... - Ele falou. Camila entrou em choque, monstros não falavam. Seus olhos não sabiam onde focar, com isso, recebeu um tapa, forte o suficiente para lançar seu corpo longe contra o chão. A espada ainda estava fincada na criatura. Allyson estava admirada e em choque, usou magia de gelo contra os pés daquela coisa, tentando prendê-lo ao chão.

Camila levantou, ainda abalada, um lado de sua face brilhando em vermelho, tentou correr de volta a criatura, mas o monstro se contorceu, seu corpo ficando maior, sons angustiantes saíram da boca dele e de suas costas, asas negras de carne e sangue cresciam, o chão era manchado por um líquido negro que vazava de suas costas.

A Belmont não perdeu tempo em agarrar o cabo da espada, mas durou pouco, a criatura levantou voou, levando-a junto até o topo das árvores, com pés ainda congelados e se sacudindo para fazê-la cair. A mão suada de Camila escorregou, não gritou enquanto caia, suas costas bateram em um galho espesso o suficiente para fazer seu corpo ir para frente, batendo assim os seios em outro galho e por fim, caiu ao chão, sem ar, com o rosto vermelho do tapa, sem dignidade e apenas a dor para fazer companhia.

Seus olhos fecharam, levando-a a inconsciência. Allyson se aproximava correndo e sacudindo seus ombros para acordá-la, mas não adiantou. Foi uma batalha perdida.

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No próximo já tô mandando preparar o coração...

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Castlevania - Entre VampirosWhere stories live. Discover now